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Câmara aprova reforma tributária de Trump

19 de dezembro de 2017

Deputados passam versão final da maior mudança no sistema de impostos americano em três décadas. Democratas boicotam em peso projeto, que para eles aumentará desigualdade e dívida pública.

US-Präsident Donald Trump gibt Ausführungen zur Nationalen Sicherheitsstrategie der Regierung im Ronald Reagan Building und International Trade Center in Washington D.C.
Foto: Reuters/J.Roberts

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (19/12) o texto final da reforma tributária proposta pelo presidente Donald Trump, a maior já planejada no país nas últimas três décadas.

Por 227 votos a 203, os parlamentares deram o aval à reforma tributária. Todos os democratas e 12 republicanos foram contra a mudança, que vai agora para o Senado, onde deve ser aprovada.

A proposta prevê uma redução de 35% para 21% dos impostos pagos por empresas e simplifica as categorias de pagamento de imposto de renda, que diminuem das sete atuais para quatro, sendo a máxima de 37%. Os novos índices representam uma queda em relação às atuais taxas máximas, de 39,6%.

O texto estipula também que os cortes de impostos individuais só valerão até 2025. A alteração foi acertada pelos republicanos para garantir que a reforma seria aprovada com maioria simples no Congresso.

Entre os aspectos mais controversos, além da redução impositiva às grandes fortunas, a legislação também acaba com a imposição de um seguro individual requerido pela reforma de saúde do ex-presidente Barack Obama a partir de 2019, e permite a exploração de recursos naturais em parte da Reserva Nacional de Vida Silvestre do Ártico.

"Estamos hoje devolvendo o dinheiro das pessoas deste país", afirmou o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, um dos principais articuladores do projeto.

Republicanos alegam que a reforma vai impulsionar a economia e criar empregos. Já os democratas, críticos da proposta, afirmam que a mudança aprofundará a desigualdade de renda entre ricos e pobres e adicionar 1,5 trilhão de dólar à dívida do país em apenas uma década.

Segundo a think tank Centro de Política Tributária, com sede em Washington, com a reforma, a redução de impostos para famílias de renda média no próximo ano seria de 900 dólares. Já para os 1% dos americanos mais ricos esse corte seria de 51 mil dólares.

Próximo passo

Após a aprovação do texto na Câmara dos Representantes, em mensagem divulgada no Twitter, Trump agradeceu os republicanos que votaram a favor da reforma tributária.

O texto segue para votação no Senado. A expectativa é que ele seja aprovado ainda nesta terça-feira. Neste caso, Trump deve sancionar a reforma antes do Natal.

Com maioria em ambas as Casas legislativas e tendo conseguido chegar a um consenso sobre suas diferenças internas, espera-se que os republicanos não contem com um único voto favorável democrata, o que também mostra a impopularidade que pode gerar este projeto em grande parte do país.

A aprovação da reforma fiscal será a maior vitória de Trump no seu primeiro ano de governo, marcado por vários fracassos, como a tentativa de acabar com o Obamacare, o sistema de saúde criado pelo ex-presidente Barack Obama e o principal legado em política interna do democrata.

CN/afp/rtr/lusa/efe

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