Câmara dos EUA aprova pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão
27 de fevereiro de 2021
Medida é voltada a combater os impactos da pandemia de covid-19 na economia do país. Essa é a primeira vitória legislativa de Joe Biden. Projeto precisa agora ser aprovado no Senado.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conquistou na madrugada deste sábado (27/02) sua primeira vitória legislativa com a aprovação da Câmara dos Representantes a um pacote de ajuda de 1,9 trilhão de dólares para enfrentar a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19.
Com maioria democrata, a Câmara aprovou o projeto por 219 votos a favor e 212 contra. Esse será o terceiro pacote de resgate, voltado a estimular a economia e conter o aumento do desemprego, implementado no país em menos de um ano. A proposta segue agora para votação no Senado, onde os democratas planejam uma manobra legislativa para aprová-la sem precisar do apoio de republicanos.
Esse é o primeiro projeto impulsionado pelo governo Biden. Chamado de "Plano de resgate americano", o pacote de ajuda inclui 415 bilhões de dólares para impulsionar a resposta ao coronavírus e a vacinação contra a covid-19, cerca de 1 trilhão de dólares em alívio direto às famílias, e cerca de 440 bilhões de dólares para pequenas empresas e comunidades particularmente atingidas pela pandemia.
Auxílio emergencial e benefícios a desempregados
Entre as medidas foi estipulado pagamentos diretos de 1,4 mil dólares (cerca de R$ 7,8 mil) a grande partes dos americanos, que se somariam aos 600 dólares pagos como parte do pacote anti-covid de 900 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso no mês passado – totalizando 2 mil dólares.
Com quase 11 milhões de pessoas desempregadas em todo o país, os benefícios suplementares para desempregados também aumentariam, dos 300 dólares por semana atuais para 400 dólares, e seriam estendidos até final de agosto. Além disso, a medida prevê o aumento dos subsídios federais para plano de saúde.
Os democratas argumentaram que a aprovação do pacote era necessária para minimizar os impactos econômicos da pandemia. "Os americanos precisam saber que seu governo está lá para eles", ressaltou a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi.
Já os republicanos alegam que o pacote de ajuda é muito caro e carece de recursos voltados a investimentos para a reabertura de escolas. Os esforços do governo Biden de elaborar um pacote de resgate bipartidário, como os aprovados em 2020, fracassaram.
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Aumento do salário mínimo
O pacote encontrou também resistência por parte de alguns democratas. Um dos principais pontos de discórdia foi a inclusão no projeto de um aumento do salário mínimo federal, passado dos atuais 7,25 dólares à hora para 15 dólares à hora até 2025 – uma das promessas eleitorais de Biden.
Com a ida para a votação no Senado, os democratas deverão decidir se mantém o aumento na proposta, o que pode dificultar a aprovação do plano na Casa devido à divisão do partido sobre a questão. Apesar de terem o controle da Casa, ao menos dois senadores democratas já se manifestaram contra o aumento e afirmaram que votariam ao lado dos republicanos, o que daria a maioria para a oposição.
Pelosi afirmou que o pacote de resgate será aprovado com ou sem o aumento do salário mínimo e destacou que os democratas não desistirão da proposta salarial.
Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia. De acordo com a Universidade Johns Hopkins, foram registrados mais de 28, 4 milhões de casos da doença nos EUA e 510 mil mortes.
cn (Reuters, AP, Lusa)
A posse de Joe Biden em imagens
Democrata tomou posse como 46º presidente dos EUA após uma eleição dramática e caos político estimulado por seu antecessor. "Hoje celebramos a vitória não de um candidato, mas de uma causa: a democracia."
Foto: Jim Lo Scalzo/UPI Photo/imago images
Biden presta o juramento e se torna o 46° presidente dos EUA
O democrata joe Biden prestou o juramento de posse perante o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, colocando a mão em um enorme exemplar da Bíblia que está na família Biden há mais de um século.
Foto: Saul Loeb/REUTERS
Biden pede união e diz que democracia prevaleceu
"Aprendemos novamente que a democracia é preciosa, que a democracia é frágil, e esta é a hora em que a democracia prevaleceu", disse Biden em seu discurso de posse. "Hoje celebramos a vitória não de um candidato, mas de uma causa: a democracia."
Foto: Patrick Semansky/REUTERS
Harris presta o juramento
Kamala Harris também foi oficializada como a 49ª vice-presidente do país. Ela é a primeira mulher e a primeira pessoa de ascendência negra e indiana no cargo.
Foto: Saul Loeb/AP Photo/picture alliance
Cerimônia com público limitado
A cerimônia de posse teve público limitado, tanto por causa das restrições da pandemia quanto pela forte presença militar para garantir a segurança, diante do temor que apoiadores de Trump inconformados com a vitória democrata cometessem atos de violência ou atentados terroristas.
Foto: Kevin Lamarque/REUTERS
Ex-presidentes entre os convidados
Entre os presentes na cerimônia estavam os ex-presidentes democratas Barack Obama e Bill Clinton e o republicano George W. Bush. O ex-presidente não participou por causa da idade avançada - ele tem 96 anos. Trump, que continua a contestar sua derrota, não participou. Foi o primeiro presidente em 150 anos que deliberadamente não participou da cerimônia de transição de poder.
Foto: Patrick Semansky/REUTERS
Capitólio, palco da posse
O juramento e o discurso de posse ocorreram aos pés do Capitólio, a sede do Congresso dos EUA. A cerimônia ocorreu duas semanas depois do ataque ao prédio, que foi invadido e vandalizado por um turba de apoiadores de Trump. Biden citou o episódio em seu discurso. "Precisamos rejeitar a cultura em que fatos são manipulados e inventados. Caros americanos, temos que ser diferentes", disse.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Lady Gaga entoa o hino
A cantora americana Lady Gaga foi a responsável por cantar o hino dos Estados Unidos na posse do presidente Joe Biden. Durante a campanha, a cantora endossou a candidatura do democrata.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Ato no Cemitério Nacional de Arlington
Várias etapas tradicionais de posses presidenciais americanas foram deixadas de lado neste ano por questões de saúde e segurança. Em vez do desfile pela Avenida Pensilvânia, houve apenas um memorial no Cemitério Nacional de Arlington, onde Biden e Harris visitaram o Túmulo do Soldado Desconhecido.
Foto: Joshua Roberts/REUTERS
Biden na Casa Branca
Após várias etapas da cerimônia, Biden finalmente caminhou com sua mulher, Jill, para a Casa Branca. Foi a primeira vez que ele foi ao prédio desde a sua vitória. Em contraste com presidentes anteriores, Trump não convidou o novo presidente para uma visita à sede do Executivo americano.
Foto: Tom Brenner/REUTERS
Novo presidente em ação
Ainda no Capitólio, Biden assinou uma declaração de posse e as primeiras indicações do seu novo governo. Presidente pretende reverter várias medidas de Trump nas primeiras horas no cargo, incluindo a saída do Acordo Climático de Paris e um veto à imigração de habitantes de países de maioria muçulmana.