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Câncer atinge quase metade da população alemã

18 de dezembro de 2015

Incidência média da enfermidade entre mulheres está atualmente na faixa de 43%; entre os homens, chega a 51%. Entre 20% e 30% das mortes no país ainda têm tumores malignos como causa.

Representação gráfica de um tumor pulmonar
Foto: Imago/Science Photo Library

Praticamente a metade da população alemã apresenta alguma forma de câncer, mas as chances de sobrevivência cresceram consideravelmente nas últimas décadas: é o que mostra o relatório atual do Instituto Robert Koch (RKI) e da Sociedade de Registros Epidemiológicos de Câncer na Alemanha.

Os dados apresentados permitem classificar os tumores malignos como uma doença popular na Alemanha: a incidência média da enfermidade entre as mulheres está atualmente na faixa de 43%; entre os homens, essa porcentagem é de 51%.

Para a elaboração do estudo "Câncer na Alemanha", especialistas analisaram os registros oncológicos de todo o país entre 2011 e 2012. Em 2012 foram detectadas novas afecções cancerosas em 252.060 homens e 225.890 mulheres. As partes do corpo mais comumente afetadas, concentrando mais da metade dos diagnósticos, são as mamas, próstata e pulmões.

Fumo, o grande vilão

Contrair câncer ou não depende de diversos fatores. Em algumas formas da doença, as causas são desconhecidas, até hoje; em outras, elas têm fundo genético, sendo praticamente impossíveis de influenciar. Uma parte dos diagnósticos, contudo, tem origem no comportamento do próprio paciente, sendo o fumo um dos principais vilões.

"Segundo estimativas do Centro de Dados Oncológicos [do RKI], cerca de 15% de todos casos de câncer na Alemanha em 2008 são atribuíveis ao fumo", diz o relatório. Projetando-se essa proporção nos números de 2012, a conclusão é que mais de 71 mil casos poderiam ter sido evitados com a renúncia ao tabaco.

15% das ocorrências oncológicas na Alemanha se devem ao tabacoFoto: Imago

Alimentação pouco saudável, falta de movimento e excesso de peso também elevam o risco de câncer, de acordo com numerosos estudos. Por outro lado, muitos superestimam a influência das substâncias tóxicas e das impurezas nos gêneros alimentícios, assim como as influências ambientais ou o estresse no local de trabalho, alertam os especialistas.

Uma exceção é o gás nobre radônio (Rn), existente na natureza e responsável por 10% dos casos de câncer pulmonar. Até hoje habitantes da Alemanha desenvolvem câncer por terem trabalhado com amianto anos atrás.

Mais chances de sobreviver

Contudo as estatísticas do Registro de Câncer também trazem boas notícias. Apesar de a população alemã estar cada vez mais idosa, o número dos diagnósticos de câncer caiu. Os enfermos também têm, hoje, melhores chances de sobrevivência do que 30 anos atrás: em 2011 e 2012, 62% dos pacientes masculinos e 67% dos femininos ainda viviam cinco anos após contraírem câncer.

No entanto os prognósticos variam de acordo com a área atingida. Enquanto no câncer dos testículos ou da próstata, mais de 90% dos pacientes ainda viviam, cinco anos mais tarde; nos tumores malignos do pulmão, fígado ou pâncreas, essa percentagem não chega nem a 20%.

A presença do câncer entre as causas de óbitos na Alemanha se mantém praticamente constante desde o fim da década de 1990: pouco mais de 20% entre as mulheres e ligeiramente acima de 30% entre os homens. As maiores conquistas no tratamento da enfermidade foram alcançados nos tumores da mama, próstata e estômago.

AV/afp/ots

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