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Cépticos salvam o chanceler Schröder

ef17 de outubro de 2003

A maratona de reformas só começou em Berlim, mas o chanceler federal, Schröder, pode contar vitória, pois ameaçara renunciar se a reforma do mercado de trabalho não fosse aprovada pela maioria social-democrata e verde.

Gerhard Schröder e sua esposa Doris deixam o Parlamento após a votaçãoFoto: AP

Numa sessão aguardada com grande expectativa, a polêmica reforma do mercado de trabalho foi aprovada, na câmara baixa (Bundestag), inclusive com os votos dos cépticos do Partido Social Democrata (SPD), cujo presidente é o chefe de governo Schröder. Só um deputado da coalizão do SPD e o Partido Verde absteve-se de votar.

A pressão foi grande e só os próprios críticos podem responder se foram forçados a votar a favor do pacote para combater o desemprego em massa na Alemanha. Para Schröder conta o resultado, pois uma rejeição da reforma levaria à sua renúncia e os social-democratas perderiam o poder prematuramente.

Início da maratona

- A reforma do mercado de trabalho ainda tem, forçosamente, de passar pela câmara alta (Bundesrat), dominada pela oposição democrata-cristã (CDU) e social-cristã (CSU), que já rejeitou partes da lei para diminuir a duração do auxílio-desemprego e a limitação da segurança no emprego aprovadas pela maioria governista.

Isto significa que a Comissão de Mediação entre as duas casas legislativas, ainda vai procurar um consenso e este poderá parecer inaceitável para os críticos da ala esquerdista do SPD. Noutros casos em que não é necessária a aprovação da câmara alta, a baixa poderá invalidar o que a alta rejeitar. Mas para isto precisa da maioria absoluta do Bundestag e não se exclui uma nova prova de fogo para o governo.

Votação das reformas no BundestagFoto: AP

De forma que a maratona política do chanceler federal para impor o seu pacote de reformas só começou nesta sexta-feira (17). Aí não importa quem tem fôlego mais longo. É mais uma questão de disciplina partidária e na oposição ela menos perceptível que nas fileiras governistas. Nela a disciplina os interesses dos Estados governados por democrata-cristãos e da cúpula partidária se entrelaçam. As ambições por uma candidatura a chanceler federal em 2006 também.

Fim político do chanceler?

- A tentativa de consenso na comissão de mediação segue, portanto, reflexões táticas. E no SPD, Schröder terá, forçosamente, que levar os críticas da ala esquerdista em consideração. O chanceler federal e presidente do SPD está exigindo muito do partido. A reforma do Estado social em vista, a crescente privatização dos sistemas de saúde e de aposentadoria e os cortes na rede social para os desempregados mexem profundamente com a consciência dos social-democratas.

Por mais que esteja convencido da necessidade das reformas, Schröder não pode passar por cima das críticas internas no SPD, pois colocaria o partido sob constante prova de força, com resultados muito incertos. O chanceler só poderá evitar isto se tiver sucesso, se o curso que está seguindo garantir os cofres sociais por mais longo tempo e se o desemprego diminuir. Do contrário, outros fracassos do SPD vão resultar no fim político do chanceler.

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