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Combate à crise

DW/Agências (ch/ca)28 de fevereiro de 2009

Em encontro extraordinário de cúpula, chefes de Estado e governo da União Europeia (UE) encontram-se em Bruxelas para debater o combate à crise econômica internacional e os perigos de um novo protecionismo.

UE não deve fazer promessas que não pode cumprir, adverte comissário

Pouco antes da cúpula informal dos chefes de Estado e governo dos países-membros da UE, a acontecer no domingo (01/03) em Bruxelas, a premiê alemã, Angela Merkel, advertiu da necessidade de que se estabeleça, rapidamente, uma nova regulação comum para os mercados financeiros internacionais, já que agora todos estariam dispostos a negociar, afirmou Merkel na edição de sábado (28/02) do jornal Hamburger Abendblatt.

"Não devemos esquecer que a crise econômica nasceu de uma maciça crise financeira", salientou a premiê. Ao jornal hamburguês, Merkel explicou ainda que o papel da UE seria agora evitar que isso venha a acontecer novamente.

No contexto da discussão sobre a ajuda estatal para empresas abaladas como a Opel, subsidiária alemã da General Motors (GM), e o fabricante de autopeças Schaeffler, Merkel fez referência à elevação em 100 bilhões de euros dos recursos para créditos e garantias, através do segundo pacote conjuntural de seu governo.

As condições para que as empresas tenham direito a tais recursos seriam sua saúde financeira e que seus problemas tenham origem na crise financeira, além disso, auditores econômicos teriam que dar parecer positivo ao pedido de tais empresas, acresceu a premiê alemã.

Tentação de impedir uma mudança estrutural inevitável

A crise financeira inicial já se tornou, há muito, uma crise econômica global. Um exemplo é a indústria automotiva. Em diferentes países da UE, ela e seus fornecedores formam o principal setor da economia, no que tange à criação de riqueza e ao número de postos de trabalho.

Günter Verheugen, comissário europeu da IndustriaFoto: picture-alliance/ dpa

Com toda má notícia, cresce a pressão sobre os governos para que ajudem a indústria automotiva. Günter Verheugen, comissário europeu da Indústria, adverte, no entanto, da tentação de impedir uma mudança estrutural inevitável por parte da política.

Para Verheugen, decisões sobre uma transformação estrutural caberiam somente à empresa relacionada. Não caberia a governos nacionais ou à Comissão Europeia a responsabilidade de decidir quais pólos de produção deveriam possivelmente ser fechados ou em quais unidades a produção deveria ser reduzida, afirmou.

Em princípio, a Comissão Europeia não discorda de ajudas estatais, desde que não discriminem ninguém e respeitem as regras do mercado interno. O encontro informal dos chefes de Estado e governo da UE tem por finalidade, sobretudo, definir medidas comuns para ajudar a economia.

Estado de alerta

No entanto, o indício de que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, privilegiará a indústria automotiva francesa deixa tanto a concorrência como a Comissão Europeia em estado de alerta.

Neelie Kroes, comissária europeia da Concorrência, declarou que quem quiser gozar das vantagens do grande mercado interno europeu tem que ser consequente. "Não se pode acreditar em um mercado interno para a revenda de automóveis e ao mesmo tempo afirmar que não acredita em um mercado interno para a fabricação de veículo", declarou a comissária.

Devido à crise na montadora Opel, aumenta na Alemanha a pressão sobre políticos para que salvem unidades ameaçadas. O encontro informal de cúpula serve para testar a força de resistência dos políticos ao protecionismo, que declararam, oficialmente, rejeitar.

Países do Leste Europeu estão na iminência da bancarrota

Outra questão a ser discutida é a solidariedade entre países pobres e ricos dentro da Europa. Alguns Estados do Leste Europeu estão na iminência da bancarrota e se sentem abandonados. De qualquer forma, o Banco Mundial, o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (Berd) e o Banco Europeu de Investimento (BEI) reuniram-se para formular um pacote emergencial de ajuda de quase 25 bilhões de euros a esses países. Isso, no entanto, não deverá ser suficiente.

Quanto à grande expectativa da ajuda por parte da política, o comissário Verheugen declarou: "Apelo para que se tome o maior cuidado com a atitude do cavaleiro branco, galopando em sua armadura reluzente com a promessa de ajuda, mas que corre o risco de não poder ajudar. A política não deve, através de pseudoatividades, evocar esperanças que não pode cumprir".

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