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Cúpula do G20 estabelece metas de crescimento econômico

16 de novembro de 2014

Em encontro na Austrália, líderes globais definem aumento dos padrões de vida e geração de emprego como prioridades. Pressionado pelo Ocidente por conta de crise na Ucrânia, presidente russo volta para casa mais cedo.

G20-Gipfel in Brisbane Familienfoto 15.11.2014
Foto: Andrew Taylor/G20 Australia via Getty Images

Após dois dias de conversações, a cúpula que reuniu líderes das principais economias industrializadas e emergentes do mundo na cidade australiana de Brisbane, chegou ao fim neste domingo (16/11), ofuscada por preocupações em torno do conflito na Ucrânia.

Em declaração final, os líderes do G20 disseram que a prioridade seria elevar os padrões de vida e criar empregos em todo o mundo por meio do crescimento. Em busca desse objetivo, os participantes da cúpula finalizaram um plano, delineado pelos ministros das Finanças no começo deste ano, para impulsionar a economia global.

O plano especifica 800 novas medidas que devem ser implementadas nos países-membros, com o objetivo de elevar o crescimento em 2,1 pontos percentuais acima das previsões para 2018. As medidas incluem passos para aumentar o investimento, melhorar o comércio e a infraestrutura, assim como estabelecer um sistema fiscal justo em nível internacional.

O comunicado afirmou ainda que os países do G20 pretendem quebrar as barreiras que impedem mulheres de se integrarem no mercado de trabalho, numa tentativa de se chegar a 100 milhões de novos empregos para mulheres até 2025.

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, anfitrião da cúpula, disse que o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho pode impulsionar o crescimento econômico em "bilhões, senão trilhões."

Mudanças climáticas

Embora as questões econômicas tenham sido prioridade da agenda em Brisbane, os líderes mundiais discutiram uma série de outras questões, à margem da conferência – entre elas, as mudanças climáticas.

No sábado, os países do G20 declararam apoiar uma "ação forte e eficiente" contra as mudanças climáticas e se comprometeram a trabalhar por um acordo "legal vinculativo" na Conferência do Clima da ONU, no próximo ano, em Paris. Além disso, EUA e Japão anunciaram contribuições de 4,5 bilhões de dólares para o Fundo Verde da ONU.

Para diplomatas europeus, somente o fato de as mudanças climáticas terem sido incluídas na declaração final do encontro, apesar da resistência da Arábia Saudita e da Austrália, já pode ser considerado um sucesso. Recentemente, Camberra aboliu um imposto sobre emissões de carbono, atraindo críticas de ativistas do clima. Joe Hockey, secretário australiano do Tesouro, afirmou que o fórum adequado para discutir tais questões seriam as Nações Unidas, e não o G20.

Putin sob pressão

A atual crise na Ucrânia, marcada por conflitos entre separatistas pró-Rússia e tropas do governo ucraniano, dominou a maior parte das discussões do encontro – com o presidente russo, Vladimir Putin, sob forte pressão dos governos ocidentais, que o acusam de corresponsabilidade na crise.

Putin também enfrentou maciça condenação internacional pela anexação da Península da Crimeia e também pela derrubada do avião de passageiros da Malaysia Airlines, em julho último. Para os países ocidentais, o incidente teria sido supostamente causado por rebeldes pró-russos usando artilharia proveniente de Moscou.

O presidente russo foi o primeiro a deixar o encontro, partindo antes que seus colegas anunciassem o plano econômico. Em coletiva de imprensa em Brisbane, Putin declarou que apesar de "diferentes pontos de vista", as conversas no encontro foam "completas, construtivas e bastante úteis."

No sábado, Putin encontrou-se com outros líderes dos Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul) e, à noite, conversou por mais de três horas com a chanceler federal alemã, Angela Merkel. O teor da conversa não foi revelado oficialmente, mas tudo levar a crer que girou em torno da crise na Ucrânia.

O próximo encontro de cúpula do G20 irá se realizar nos dias 15 e 16 de novembro de 2015 em Antalya, no sul da Turquia, país que assume agora a presidência rotativa do grupo.

CA/dpa/lusa/abr/rtr/afp

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