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Cúpula em Berlim: a hora do consenso

(am)17 de setembro de 2003

O chanceler Gerhard Schröder convidou o presidente francês Jacques Chirac e o primeiro-ministro britânico Tony Blair para um encontro em Berlim. As divergências na crise do Iraque deverão ser superadas na conferência.

Os "três grandes" da Europa querem retornar aos "bons tempos"Foto: AP

A conferência de cúpula do próximo sábado (20/09) visa tratar de questões econômicas e de política exterior. Os três países são membros do Conselho de Segurança da ONU: a França e a Grã-Bretanha são membros permanentes, a Alemanha cumpre atualmente um mandato de dois anos. O órgão máximo das Nações Unidas deverá votar dentro em breve a proposta dos Estados Unidos sobre o envio de tropas internacionais ao Iraque.

Os três chefes de governo desejam, ao que tudo indica, superar suas divergências na política para o Iraque antes da votação no Conselho de Segurança. E o chanceler Gerhard Schröder decidiu aproveitar a oportunidade para a obtenção de um consenso com os dois principais aliados da Alemanha, ainda antes da sua viagem a Nova York para participação na Assembléia Geral das Nações Unidas.

Posições comuns

Segundo o porta-voz do governo alemão, Bela Anda, a conferência de cúpula deverá esclarecer as "posições comuns na política exterior". Um porta-voz do primeiro-ministro Tony Blair também confirmou que a reunião de Berlim tratará principalmente da planejada resolução da ONU sobre o Iraque.

Schröder e Chirac deverão reunir-se já nesta quinta-feira (18/09) em Berlim, no âmbito das consultações rotineiras entre os dois países. Após seu último encontro em Dresden, dia 4 último, o presidente francês e o chefe de governo alemão rejeitaram a proposta de resolução apresentada pelos EUA como insuficiente. A sugestão americana prevê um papel mais importante para a ONU no Iraque, mas toda a ação deve continuar sendo comandada pelos Estados Unidos, segundo a proposta.

No dia 13 último, os ministros de Relações Exteriores dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e China) reuniram-se em Genebra para tratar da questão, mas não lograram chegar a um consenso.

Ausências

O convite para a reunião tripartite de Berlim, no próximo sábado, foi precedida de uma controvérsia sobre a eventual participação do primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar. Da mesma forma como Londres, o governo de Madri apoiou os Estados Unidos na guerra do Iraque. O chefe de governo espanhol acabou não sendo convidado para a conferência de Berlim. Ele será informado posteriormente sobre as conversações pelo primeiro-ministro britânico Tony Blair, que o visitará em Madri na noite do domingo.

Também na Itália, a imprensa ocupou-se da ausência do chefe de governo Silvio Berlusconi na conferência de cúpula. O diário milanês Corriere della Sera afirmou na sua edição de quarta-feira (17/09): "A impressão real é de que ninguém sequer pensou na Itália durante os preparativos para o encontro de Berlim. Segundo as fontes bem informadas, o único debate sobre a abrangência da conferência de cúpula foi se também José Maria Aznar deveria ser convidado, conforme desejavam os ingleses. Mas Berlim e Paris foram irredutíveis."

Recuperação da imagem

O jornal italiano mostrou-se, no entanto, otimista quanto aos possíveis resultados do encontro: "A conferência de cúpula do sábado poderá ser uma boa base para a recuperação da imagem européia no cenário internacional, caso se logre encontrar os elementos para uma posição conjunta da Grã-Bretanha, da França e da Alemanha."

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