Desatar os nós
18 de maio de 2010
Reunidos em Madri, 60 países buscam desfazer nós em negociações econômicas que podem, em tempos de escassez, beneficiar igualmente as nações mais ricas e as subdesenvolvidas.
Líderes da União Europeia, América Latina e Caribe estão reunidos no sexto encontro de cúpula que se estende até essa quarta-feira (19/05) e têm o objetivo de estreitar as relações transatlânticas.
Embora o tema da cúpula de 2010 seja "inovação e tecnologia para desenvolvimento sustentável e inclusão social", a série de reuniões bilaterais reconheceu que a crise econômica fez um chamado para novos esforços, impôs responsabilidades adicionais e também abriu novas oportunidades.
Acordo inédito
Nesta terça-feira, países da América Central e a União Europeia anunciaram o acordo de livre comércio entre as duas regiões – o primeiro do tipo. Os detalhes estão ainda em negociação e devem ser concluídos no último dia do encontro.
Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá tentam desde 2007 firmar um pacto comercial com os 27 países do bloco europeu. Em um comunicado conjunto, os ministros responsáveis pelo comércio "expressam satisfação total com o desfecho, que resultará num pilar comercial ambicioso, compreensível e equilibrado" do acordo de associação.
América do Sul
Um dia antes, Mercosul e União Europeia já haviam decidido retomar as negociações comerciais, congeladas desde 2004 por falta de acordo nas áreas agrícola e industrial.
Segundo o discurso feito na ocasião pelo primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero, "esse seria o principal acordo comercial para a União Europeia". Juntos, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai formam o quarto maior bloco comercial do mundo.
Cristina Fernández, presidente da Argentina, pediu um acordo que "constitua uma associação real, na qual ambas as partes parem de se enxergar como clientes e comecem a se ver como parceiras".
O reinício das conversas, no entanto, recebeu oposição do governo francês e de outros nove membros do bloco europeu. A França é a principal beneficiária da política de subvenções da União Europeia, que distribui bilhões de euros em subsídios para a produção de alimentos.
NP/afp/rtrs
Revisão: Roselaine Wandscheer