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Preparando o G8

28 de maio de 2007

Mudanças climáticas são principal assunto do encontro de ministros das Relações Exteriores da União Européia e de 16 países asiáticos em Hamburgo. Protesto antiglobalização reúne milhares de pessoas e acaba em violência.

Forte esquema de segurança acompanhou a marcha dos ativistas pelas ruas de HamburgoFoto: picture-alliance/dpa

O encontro entre ministros das Relações Exteriores da União Européia e de 16 países da Ásia, que se iniciou nesta segunda-feira (28/05) em Hamburgo e antecipará alguns dos principais temas da próxima cúpula do G8, motivou a primeira grande manifestação antiglobalização na Alemanha às vésperas do evento de Heiligendamm.

O principal tema do Fórum Ásia-Europa (Asem) é o meio ambiente. Os ministros europeus tentarão comprometer seus colegas asiáticos, sobretudo os da China e da Índia, a adotar medidas efetivas em favor da proteção do clima.

Antes mesmo do início oficial do encontro, a China deu mostras de que não pretende mudar sua posição. O ministro alemão Frank-Walter Steinmeier, o chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, e a comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, estiveram reunidos com o ministro chinês Yang Jiechi para debater as mudanças climáticas no planeta.

"A atual situação do clima não pode ser atribuída aos países em desenvolvimento e ao que eles fizeram", afirmou Jiechi após o encontro. "A China é um país em desenvolvimento. Nossas emissões per capita são muito menores do que as dos países industrializados", argumentou. Steinmeier disse se tratar de um tema "no qual indubitavelmente temos responsabilidades comuns".

Início dos protestos

Marcha de protesto foi pacífica até o seu finalFoto: AP

Já os ativistas antiglobalização aproveitaram a reunião de Hamburgo para organizar sua primeira grande manifestação nas semanas que antecedem o encontro do G8 em Heiligendamm. Acompanhadas de um forte esquema de segurança, composto de mais de mil policiais, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade hanseática para protestar contra o G8 e a cúpula do Asem.

A manifestação reuniu cerca de 4 mil ativistas, segundo os cálculos da polícia. Já os organizadores estimaram a participação de 6 mil pessoas. A maioria dos participantes estava vestida de preto e alguns traziam um adesivo com a expressão "crítica = terror" sobre a boca. Na internet, o protesto de Hamburgo foi anunciado como sendo o início do Summer of Resistance [Verão de Resistência].

A marcha transcorreu de forma pacífica até o seu final, que acabou antecipado pelos organizadores para o meio da tarde devido ao forte esquema policial. Com o fim do protesto, ocorreram choques entre ativistas antiglobalização e as forças de segurança. Manifestantes jogaram pedras e garrafas nos policiais, que responderam com jatos de água. Várias pessoas foram detidas.

Asem

Steinmeier (e) e o ministro chinês Yang JiechiFoto: AP

Além das mudanças climáticas, que também serão um dos principais temas tratados no próximo encontro do G8, a pauta da reunião de Hamburgo inclui ainda a situação no Afeganistão, no Iraque e no Oriente Médio, e o conflito com o Irã. Os 27 ministros europeus também exigirão do governo militar de Mianmar, a antiga Birmânia, que revogue a prisão domiciliar da oposicionista Aung San Suu Kyi.

Os países da Asem representam 58% da população mundial, 60% do comércio de todo o mundo e cerca de 50% do Produto Nacional Bruto (PNB) do planeta. É a primeira vez que Índia, Paquistão e Mongólia participam do encontro. (as)

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