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Caça aos suspeitos se concentra ao norte de Paris

8 de janeiro de 2015

Forças de segurança concentram esforços nos arredores de Villers-Cotterêts. Com 88 mil policiais mobilizados, busca a autores do massacre na redação do "Charlie Hebdo" é considerada sem precedentes na história francesa.

Foto: AFP/Getty Images/J. Saget

As forças de segurança francesas concentram, na noite desta quinta-feira (08/01), as buscas pelos dois irmãos acusados de serem os autores do massacre na redação do semanário Charlie Hebdo nos arredores da cidade de Villers-Cotterêts, cerca de 70 quilômetros ao norte de Paris, onde o carro usado na fuga foi encontrado.

Segundo o Ministério do Interior, 88 mil policiais estão mobilizados em todo o país, tanto para impedir novos ataques terroristas como na caçada aos suspeitos, que foi descrita como sem precedentes na história francesa pelo gabinete de crise instalado em Paris após o atentado.

Corcy fica perto do posto de gasolina onde os dois terroristas foram vistos, em Villers-Cotterêts, na região da Picardie. Perto da cidade há uma floresta, e a polícia não descarta que eles estejam escondidos em algum lugar na mata.

"É uma valsa incessante de carros de polícia e caminhões", relatou Bruno Fortier, prefeito de Crépy-em-Valois, cidade vizinha a Corcy.

Os suspeitos são os irmãos parisienses Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos. No carro que abandonaram, havia uma bandeira com símbolos jihadistas, comuns ao Estado Islâmico e à Al Qaeda. Porém, as autoridades não confirmam se eles têm ligação com alguma dessas organizações.

A polícia divulgou fotos dos irmãos Kouachi, descrevendo-os como "armados e perigosos". Cherif, um conhecido jihadista, foi condenado em 2008 por envolvimento numa rede que recrutava combatentes numa mesquita de Paris para lutar contra americanos no Iraque.

Até agora, sete pessoas foram presas durante a caçada aos irmãos. Ainda na noite de quarta-feira, horas depois do atentado, um jovem de 18 anos que também estava entre os suspeitos se entregou à polícia, negando envolvimento com o atentado.

Nesta quinta-feira, uma policial foi morta em um tiroteio no sul de Paris. O ministro do interior francês, Bernard Cazeneuve, porém, disse que por enquanto não há indícios de ligação entre o ataque e o atentado à redação do Charlie Hebdo.

Os suspeitos Cherif Kouachi e Said KouachiFoto: picture-alliance/dpa/French Police/Handout

Reino Unido reforça segurança

O Reino Unido reforçou as medidas de segurança em portos e fronteiras nesta quinta-feira na sequência do ataque em Paris, apesar de as autoridades britânicas afirmarem que não há nenhuma nova ameaça específica ao país.

O primeiro-ministro David Cameron disse que o nível de ameaça nacional foi mantido como "severo", o segundo mais alto numa escala de cinco. Isso significa que forças de inteligências acreditam que a probabilidade de ataque é grande.

Theresa May, secretária do Interior, disse que a polícia e guardas de fronteira haviam "intensificado o controle de passageiros, veículos e mercadorias vindos da França e de outras partes da Europa".

Também houve um incremento na segurança na estação de trem parisiense Gare du Nord, onde guardas de fronteira britânicos controlam passageiros com destino a Londres.

RPR/ap/rtr/afp

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