Cabeça de porco é achada em escritório regional de Merkel
15 de maio de 2016
Carcaça de suíno é encontrada na entrada do escritório da chanceler federal alemã em seu distrito eleitoral na cidade de Stralsund. Uma série de incidentes semelhantes foi registrada recentemente na Alemanha.
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Uma cabeça de porco com uma "inscrição insultuosa" foi deixada neste fim de semana na entrada do escritório eleitoral da chanceler federal alemã, Angela Merkel, no balneário de Stralsund, no nordeste da Alemanha.
Um porta-voz da polícia local disse que as ofensas eram direcionadas a Merkel. De acordo com os policiais da cidade, um carro de patrulha notou a cabeça do animal na entrada da sede regional da União Democrata Cristã (CDU) por volta das 5h40 (hora local) deste sábado (14/05).
A polícia informou ter aberto uma investigação sobre o incidente. Os autores podem ser processados por violar a lei de depósito de restos de animais e também podem enfrentar acusações de difamação.
Proibido para muçulmanos
Incidentes semelhantes ocorreram na Alemanha nos últimos meses, tendo o porco – cuja ingestão é proibida para muçulmanos – sido usado por ativistas anti-imigração para expressar sua antipatia em relação aos refugiados e à política de asilo do governo.
Em abril, várias pessoas não identificadas jogaram duas cabeças de suínos num café frequentado por refugiados na cidade de Lübeck. No mês anterior, a polícia havia encontrado restos de porco na entrada de uma mesquita em Gelsenkirchen, no oeste do país.
Um mês antes, as autoridades descobriram um porco morto num terreno onde deverá ser construída uma mesquita na cidade de Leipzig. Escrita com tinta vermelha, a mensagem na carcaça do animal indicava: "Mutti Merkel" ("Mamãe Merkel").
De acordo com o Departamento Federal de Investigações da Alemanha (BKA), até o momento, foram registrados 45 incêndios em abrigos de refugiados na Alemanha somente este ano.
Crise de popularidade
Merkel – chefe de governo desde 2005 e líder do partido de centro-direita CDU desde 2000 – vem perdendo popularidade nos últimos meses. A sua política migratória tem sido apontada como fator-chave para essa mudança de atitude.
Quase metade dos alemães não quer que ela permaneça no cargo para um quarto mandato após as eleições do próximo ano, de acordo com uma pesquisa de opinião publicada pelo instituto Insa na última quarta-feira.
A política migratória de Merkel também tem sido contestada por membros de seu próprio partido, como também pela legenda irmã na Baviera, a União Social Cristã (CSU), que está cogitando lançar uma campanha independente nas eleições de 2017.
CA/afp/rtr/dpa/dw
Dez anos de Merkel como chanceler federal alemã
Angela Merkel chegou a ser vista apenas como líder interina do partido União Democrata Cristã (CDU) depois da saída de Helmut Kohl da chancelaria federal da Alemanha. Dez anos depois, a era Merkel continua.
Foto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka
Primeiro juramento
"Eu quero servir a Alemanha". A promessa foi feita por Angela Merkel no dia 22 de novembro de 2005, quando tomou posse como chanceler. Depois da vitória apertada nas eleições gerais, ela se tornou a primeira mulher e a primeira alemã da antiga parte oriental a ocupar o cargo. Merkel se tornou a chefe de governo, comandado pela grande coalizão formada entre os partidos CDU, CSU e SPD.
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O convidado do Tibet
O início da gestão de Merkel foi marcado por uma forma reservada de governar e por seu estilo de liderança "presidencial". Mas, em 2007, Merkel causou polêmica ao se reunir com Dalai Lama. O encontro gerou descontentamento em Pequim e fragilizou as relações entre Alemanha e China. A chanceler desafiou as preocupações e sinalizou querer se destacar como defensora de direitos humanos.
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Quem tem medo do cão de Putin?
Merkel é conhecida por sempre ser racional e se manter calma. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, quis aparentemente testar os nervos da chanceler quando a recebeu na residência presidencial em Sochi, em 2007. Putin conseguiu revelar o ponto fraco de Merkel: ela tem medo de cães. Isso não impediu que o presidente russo deixasse o labrador Koni farejar os sapatos da chanceler.
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Resgate financeiro
Em situações de crise, Merkel age com frieza. Quando os mercados financeiros entraram em colapso em 2008 e ameaçaram prejudicar a economia alemã, a chanceler se empenhou na proteção do euro e na criação de fundos de resgate para as economias mais fracas do bloco europeu. Ela se destacou como eficiente gestora de crises, mas não escapou de receber críticas de países como Grécia e Espanha.
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Caminho para o segundo mandato
Apesar do pior desempenho da aliança conservadora na história, Merkel venceu as eleições de 27 de setembro de 2009. Depois de se aliar ao Partido Social-Democrata (SPD), a chanceler estava pronta para iniciar o segundo mandato ao lado de outro parceiro, o Partido Liberal Democrático (FDP).
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Resposta rápida
Merkel que, como física, é conhecida por pensar de forma objetiva, não previu a catástrofe nuclear de Fukushima, no Japão. Denfensora da política nuclear na Alemanha, Merkel mudou de posição em tempo recorde. A extensão do prazo de funcionamento das usinas foi suspenso e a Alemanha iniciou o processo de colocar fim ao uso da energia nuclear.
Foto: Getty Images/G. Bergmann
O homem ao seu lado
Quem o reconheceria? Quem conhece sua voz? Há dez anos, o marido de Merkel, Joachim Sauer, professor de Química da Universidade Humboldt, em Berlim, se mantém discreto. Eles estão casados desde 1998.
Foto: picture alliance/Infophoto
Amizade em crise
As escutas de comunicações de políticos alemães por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA), dos Estados Unidos, abalaram as relações da Alemanha com a Casa Branca. Até o celular de Merkel foi alvo de espionagem. Uma frase da chanceler ficou famosa: "Não é aceitável que países amigos espiem uns aos outros".
Foto: Reuters/F. Bensch
O paciente grego
O clube de fãs de Merkel é extenso, mas na Grécia é provavelmente menor. A hostilidade contra a chanceler alemã nunca foi tão grande como em 2014, no auge da crise da dívida grega. A imagem de velha inimiga ressurgiu, mas Merkel se manteve firme em relação à política de austeridade que previu cortes e reformas a serem cumpridos por Atenas.
Foto: picture-alliance/epa/S. Pantzartzi
Emotiva, às vezes
Tipicamente reservada, Merkel quebrou os protocolos durante a final da Copa do Mundo de 2014 no Rio de Janeiro. A chanceler federal alemã celebrou a vitória da Alemanha sobre a Argentina ao lado do presidente alemão, Joachim Gauck. Ela estava no auge de sua popularidade, assim como a seleção vitoriosa.
Foto: imago/Action Pictures
"Nós podemos fazer isso!"
Para Merkel, o direito de asilo a refugiados não pode ser limitado. "Nós podemos fazer isso" se tornou o credo da chanceler sobre a política alemã de acolhida aos migrantes que fogem de guerras e perseguições. Se o país dará conta da enorme demanda, isso já é uma pergunta ainda em aberto.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
"E agora, Merkel?"
Sexta-feira 13 – um massacre em novembro. A França está em situação de emergência e Merkel ofereceu "toda a assistência" ao país vizinho. O medo do terrorismo se espalha. Não há dúvidas de que esse é maior desafio de Merkel em dez anos no poder.