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Cada vez menos migrantes na rota dos Bálcãs têm chance na UE

7 de fevereiro de 2016

A proporção de sírios entre Turquia e Áustria se reduziu muito, enquanto cresce a de iraquianos, afegãos e magrebinos. Declarados "refugiados econômicos" ou "de países seguros", estes grupos dificilmente conseguem asilo.

Migrantes em campo provisório na fronteira entre Macedônia e SérviaFoto: picture-alliance/dpa/D. Savic

A Comissão Europeia avalia que cerca de 40% dos migrantes vindos do Oriente Médio e da Ásia pela rota dos Bálcãs não têm praticamente nenhuma chance de conseguir asilo na União Europeia (UE). A notícia foi divulgada pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), neste domingo (07/02), citando como fonte um alto funcionário do órgão executivo da UE.

Um dos motivos é que cada vez menos refugiados à procura de asilo provêm da Síria, país em guerra civil desde 2011. O dado é confirmado pela Frontex, a agência encarregada da proteção de fronteiras na UE, segundo a qual, no momento, apenas 39% dos migrantes chegados à Grécia pela Turquia são sírios. Em setembro, essa porcentagem era de 69%.

Mais iraquianos, afegãos e magrebinos

Do ponto de vista do comissário da UE para Política de Vizinhança e Ampliação, Johannes Hahn, teria se estabelecido uma onda migratória intensificada para a Europa, "na carona" da crise de refugiados. Assim, o problema ganha "uma dimensão nova, adicional", declarou o político austríaco à margem de uma reunião informal de ministros europeus do Exterior no sábado, em Amsterdã.

Comissário Johannes Hahn detecta onda migratória "na carona" da crise de refugiados da SíriaFoto: picture-alliance/dpa/P. Seeger

Ainda de acordo com o FAZ, com base na Frontex, tem crescido fortemente o volume de migrantes do Iraque e do Afeganistão que trilham a rota balcânica em direção ao noroeste: a proporção de iraquianos saltou de 8% para 25%, e a de afegãos de 18% para 24%. Ambos os grupos têm menores chances de asilo do que os sírios. A estes se acrescenta uma parcela maior de migrantes do Magreb.

Segundo as diretrizes da UE, estes são classificados como "refugiados por motivos econômicos" e, via de regra, rejeitados. Além disso, o governo federal alemão planeja classificar as três nações dessa região no Norte da África – Tunísia, Argélia e Marrocos – como "países de origem seguros", agilizando, assim, tanto o indeferimento da solicitação de asilo quanto a repatriação.

Rota dos Bálcãs, da Turquia até a Áustria

Queda em relação a dezembro

A assim chamada "rota dos Bálcãs" começa na Turquia, passando pela Grécia, Macedônia, Sérvia, Croácia e Eslovênia, até alcançar a Áustria, em direção à Alemanha e outros países do Norte Europeu.

Entre os percalços e perigos do trajeto destaca-se a travessia do Mar Egeu, que já custou numerosas vidas. Segundo a Organização Internacional de Migrações (OIM), só em janeiro mais de 300 morreram nas águas entre a Turquia da Grécia. Pelo menos 100 eram crianças.

O FAZ registra que em janeiro chegaram à Grécia pela Turquia 60.466 migrantes, ou menos de 2 mil por dia. Em dezembro a média diária foi de quase 3.500, cifra que chegou a 6.500 em outubro de 2015, o mês de maior trânsito migratório, até o momento.

AV/afp/dpa

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