Apenas um em cada três alemães concorda com a expressão "Nós vamos conseguir", usada pela chanceler federal. Maioria acha que já há refugiados demais na Alemanha.
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Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (14/10) revela que o apoio à política de refugiados da chanceler federal Angela Merkel está caindo entre os alemães. Merkel repetiu em diversas ocasiões que o país será capaz de administrar a atual crise.
Apenas um em cada três alemães concorda com a expressão "Nós vamos conseguir", seguidamente repetida pela chanceler, afirma a pesquisa do instituto britânico YouGov. Os que concordam são 32%, e eram 43% no início de setembro.
Os que discordam são 64%, e eram 51% no início de setembro. A pesquisa também indica um aumento na percepção de que o número de requerentes de asilo no país é alto demais.
Para 56% dos entrevistados há refugiados demais no país, uma alta de 10 pontos percentuais desde o início de setembro. Para 20%, o número atual é aceitável, e para 19%, a Alemanha pode receber mais refugiados.
A estimativa mais recente afirma que a Alemanha já recebeu mais de 570 mil refugiados em 2015. O governo disse esperar que o número total chegue a 800 mil em todo o ano, mas muitos políticos afirmam que será superior a 1 milhão.
Críticas dos aliados
A chanceler vem recebendo fortes críticas pela forma com que administra a crise, até mesmo por membros de seu partido e aliados. O presidente da União Social Cristã (CSU), Horst Seehofer, exigiu a imposição de limites à quantidade de migrantes que entram na Alemanha. A CSU é uma tradicional aliada da União Democrata Cristã (CDU), de Merkel.
"Uma perspectiva é a de que essa é uma grande migração dos tempos modernos, que deve ser aceita e administrada. A outra – que é a minha forma de pensar – é que a imigração deve ser controlada. Quero controlá-la e limitá-la", afirmou Seehofer.
O YouGov entrevistou 1.198 pessoas com mais de 18 anos na Alemanha, entre os dias 9 e 13 de outubro. O resultado é representativo da população alemã, afirmou o instituto.
RC/dpa/dw
Como a Alemanha abriga os refugiados
A Alemanha receberá, só neste ano, até 450 mil refugiados. Mas quem espera por um visto precisar viver em locais bem distintos. Veja na galeria de fotos.
Foto: Picture-Alliance/dpa/P. Kneffel
Alojamento preliminar
Quando os refugiados chegam à Alemanha, vão para um alojamento preliminar. Este, em Trier, no estado da Renânia-Palatinado, tem capacidade para receber 850 pessoas que estejam à espera de um visto. Os refugiados precisam ficar por três meses até serem transferidos para outra cidade ou distrito – dependendo do local, as moradias são bem distintas.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tittel
Acampamento improvisado
Como muitos dos alojamentos preliminares estão lotados, outras instalações têm sido utilizadas para abrigar os refugiados. Em Hamm, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, 500 pessoas vivem no salão para eventos da prefeitura. Com 2,7 mil m², o local foi divido em "quartos", cada um com 14 leitos.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Fassbender
Pernoite na sala de aula
O enorme fluxo de refugiados leva muitas cidades ao limite de capacidade. Aachen, por exemplo, teve, em meados de julho, que abrigar 300 pessoas de uma hora pra outra. Logo, a única maneira de acomodá-los foi colocando camas numa escola da cidade.
Foto: Picture-Alliance/dpa/R. Roeger
Acampamentos provisórios
Nos últimos tempos, o número de campos para refugiados na Alemanha tem crescido vertiginosamente. Com a construção de um acampamento provisório, o alojamento central para refugiados em Halberstadt, na Alta Saxônia, aumentou consideravelmente a capacidade. Agora, no verão, essas tendas temporárias podem ser utilizadas. Até que o inverno comece, outros alojamentos devem ser colocados à disposição.
Foto: Picture-Alliance/dpa/J. Wolf
Vivendo com dificuldades
Atualmente, a cidade de Dresden tem um dos maiores acampamentos para refugiados. Contudo, viver por lá exige paciência dos moradores. Há filas gigantes para os banheiros e nos refeitórios. No total, o local abriga atualmente mil pessoas, de 15 nacionalidades. Nos próximos dias, outros refugiados deverão chegar – até que se chegue à capacidade total de 1.100 pessoas.
Foto: Picture-Alliance/dpa/A. Burgi
Morando em containers
Para que a capacidade de receber os refugiados seja maior, muitas cidades alemãs têm construído containers que servem de moradia. Em Trier, por exemplo, a solução vem sendo utilizada desde 2014. Atualmente, são mais de mil pessoas nessas instalações.
Foto: Picture-Alliance/dpa/H. Tittel
Atentados
A foto mostra o corpo de bombeiros apagando o incêndio causado por um atentado nas instalações de Remchingen, no estado de Baden-Württemberg. Muitas vezes, a oposição de muitos moradores à chegada dos refugiados acaba se transformando em violência. No momento, há ataques quase diários aos alojamentos – principalmente no leste e no sul da Alemanha.
Foto: Picture-Alliance/dpa/SDMG/Dettenmeyer
O envolvimento político
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, conversa com crianças de um campo de refugiados na cidade de Wolgast, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde vivem cerca de 300 pessoas. O político exigiu que o governo alemão preste auxílios financeiros aos munícipios atingidos. Porém, Gabriel salientou que receber refugiados não é uma questão de dinheiro, mas, sim, "de decência".
Foto: picture-alliance/dpa/B. Wüstneck
Novas instalações
Para que os refugiados possam ser devidamente abrigados, vários municípios estão construindo novos alojamentos – como em Eckental, perto de Nurembergue, na Baviera. A foto mostra o novo complexo, que terá capacidade para 60 pessoas. Os primeiros moradores devem chegar em janeiro de 2016.
Foto: Picture-Alliance/dpa/D. Karmann
Novos acampamentos provisórios
Até que os novos alojamentos fiquem prontos, serão erguidos vários outras instalações de emergência. Como este, no parque industrial de Munique. Aqui, cerca de 170 membros de organizações humanitárias e do corpo de bombeiros constroem, de madrugada, um acampamento com duas dúzias de barracas e 300 leitos.