Termômetros chegam a 44,3º C, superando marca histórica de 2003. Mais de 4 mil escolas são fechadas no país, que declarou nível de alerta máximo.
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As temperaturas na França atingiram níveis recorde nesta sexta-feira (28/06), enquanto a Europa atravessa uma onda de calor que também gerou incêndios florestais na Espanha e danos em várias partes do continente.
Na cidade francesa de Carpentras, próxima a Avignon, foi registrado o recorde nacional de 44,3º C. A marca anterior (44,1º C) no país havia sido registrada em 2003 na região sul, em Montpellier e Nimes, durante uma onda de calor que provocou a morte de cerca de 15 mil pessoas.
O serviço nacional meteorológico francês (Meteo France) alertou que o novo recorde é apenas provisório e ainda pode ser superado e chegar a 45º C nesta sexta feira, atingindo níveis inéditos para a França continental. As autoridades ativaram pela primeira vez o nível de alerta máximo e colocaram quatro regiões ao redor de Montpellier e Nimes sob observação.
Na quarta-feira a média da temperatura máxima no país já havia sido de 34,9%, registrando um recorde para o mês de junho.
Cerca de 4 mil escolas foram fechadas. Muitas das que abriram refrescam os alunos com jatos de água. Casas de repouso se equipam com sensores de hidratação para os idosos. As autoridades locais cancelaram vários eventos públicos que marcam o fim do ano escolar.
O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que as condições extremas do tempo deverão ficar cada vez mais frequentes como resultado do aquecimento global.
"Precisamos mudar nossa organização, nosso modo de trabalhar, construir de modo diferente", afirmou, ressaltando a necessidade de "adaptar a sociedade e seus hábitos" às condições do clima.
Nesta quinta-feira, a ministra da Saúde, Agnès Buzyn, alertou que as pessoas devem se preparar para o pico da onda de calor e demonstrou irritação com o fato de alguns ignorarem os avisos. Ela se queixou de pais que deixam as crianças dentro dos carros e de pessoas que fazem jogging em pleno auge do calor.
Em Paris, Lyon, Marselha e Estrasburgo, os veículos mais poluidores foram proibidos de circular. Na cidade de Grenoble, os moradores foram impedidos de usar duas piscinas públicas – apesar dos recordes de temperatura – depois de uma disputa envolvendo o uso do chamado burquíni – o traje de banho das mulheres muçulmanas que cobre todo o corpo, deixando apenas o rosto à mostra.
Os salva-vidas pediram o fechamento das piscinas após as muçulmanas se rebelarem contra a proibição ao traje islâmico no município e se banharem nos locais públicos vestindo os burquínis.
Outros países
Um incêndio florestal em Torre del Español,, na região da Catalunha, na Espanha, se alastra descontroladamente, apesar dos esforços das equipes de combate ao fogo.
As autoridades locais dizem que o fogo começou quando uma pilha de adubo "manejada inadequadamente" em uma fazenda de frangos entrou em combustão em razão do calor extremo. Cerca de 350 bombeiros, ajudados por 230 soldados e 15 aviões-tanque trabalham no combate ás chamas.
"A situação é crítica", disse o chefe dos serviços de bombeiros. "Não víamos um incêndio como esse havia 20 anos". Com as temperaturas chegando a 42º C nesta sexta-feira, a Espanha elevou para o nível máximo o alerta no país.
Em Milão, na Itália, um morador de rua foi encontrado morto na estação central da cidade após adoecer em razão da alta temperatura, disseram as autoridades. Várias outras mortes ocorreram pelo continente em incidentes associados à onda de calor.
Na Alemanha, ao menos quatro pessoas morreram em acidentes em rios ou lagos nesta quarta-feira em diferentes partes do país, ao tentarem se refrescar. Algumas regiões começam a enfrentar escassez de água.
RC/dpa/afp/ap
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Foto: Getty Images/AFP/J. Barret
Enchente na China em 1931 pode ter matado até 4 milhões de pessoas
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Foto: AP
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Embora os brasileiros estejam acostumas e preparados para temperaturas que frequentemente chegam a 40°C, a Europa não costumava, até alguns anos, enfrentar esse tipo de problema. Mas uma onda de calor atingiu o continente no verão de 2003, provocando a morte de cerca de 70 mil pessoas – na Alemanha foram 7 mil mortes. Na foto acima, o rio Reno em Düsseldorf.