Caminhoneiro faz campanha por polonês morto em ataque
22 de dezembro de 2016
Motorista do Reino Unido arrecada milhares de libras esterlinas via crowdfunding. Objetivo é ajudar família do colega da Polônia que teve caminhão sequestrado antes de ser morto em atentado em Berlim.
O britânico Dave Duncan disse na página GoFundMe, na qual ele criou a campanha de arrecadação na última terça-feira, que a história de Lukasz Urban, de 37 anos, o deixou "chocado".
"Como colega caminhoneiro, decidi chamar a atenção da comunidade e de todos para ajudar de alguma forma", disse Duncan, assinando com as palavras "RIP (Descanse em Paz) Lukazs... Dos caminhoneiros do Reino Unido e além". De acordo com a página, mais de 3,7 mil pessoas já participaram da campanha de doação.
Ao menos 12 pessoas morreram e 48 ficaram feridas no ataque no mercado de Natal em Berlim. O caminhão com placa polonesa foi sequestrado e jogado contra a multidão de pessoas que frequentava a feira.
Urban, que trabalhava na transportadora do primo Ariel Zurawski, foi a primeira vítima do atentado. O corpo dele foi encontrado pelas autoridades na cabine do veículo, com marcas de esfaqueamento e tiros.
Zurawski, que descreveu Urban como uma pessoa honesta, fez o reconhecimento do corpo do primo. "Ficou claro que ele lutou pela própria vida. O rosto dele estava inchado e ensaguentado. A polícia me informou que ele sofreu ferimentos à bala. Apesar de ter sido esfaqueado, ele foi morto a tiros", relatou à imprensa polonesa.
A autópsia realizada pelas autoridades alemãs verificou que o condutor polonês ainda estava vivo durante o ataque e que foi morto a tiros pouco antes de o autor do crime fugir do local, noticiou o jornal Bild.
TMS/afp
O que se sabe sobre a tragédia em Berlim
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.