Campanha estimula produção de vídeos sobre o clima
28 de novembro de 2015
Organização Connect4Climate e plataforma de vídeos online Vimeo promovem o desafio #Day4Climate, onde vão reunir filmes com iniciativas, soluções e debates sobre as mudanças climáticas, filmados em 29 de novembro.
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A 21ª Conferência do Clima (COP21) começa nesta segunda-feira (30/11) em Paris. Na véspera, o Connect4Climate (C4C), programa de parceria global do Banco Mundial, e a plataforma de vídeos online Vimeo promovem o desafio Film A #Day4Climate (filme um dia pelo clima, em tradução livre).
A ideia é envolver aqueles que não podem ir à conferência, estimulando cidadãos e aspirantes a cineastas a documentar, em vídeo, iniciativas, soluções e debates sobre o clima em 29 de novembro. Os filmes devem ser gravados e editados nessas 24 horas, e devem ter no máximo 3 minutos de duração.
"O vídeo é uma maneira poderosa de as pessoas documentarem seu ativismo e partilharem a sua mensagem com os outros", diz Darnell Witt, diretor do Vimeo.
As filmagens enviadas irão integrar o Youth Day (Dia da Juventude) na COP21, além de eventos paralelos por toda a cidade. "O nosso foco na conferência será encorajar o engajamento da juventude nas questões do clima", afirma Max Thabiso Edkins, especialista em mudanças climáticas do C4C.
O programa já realizou outras campanhas em vídeo e aposta no poder das histórias pessoais. "É sobre como as pessoas estão lidando, de fato, com os impactos climáticos e as oportunidades que podem surgir a partir deles", diz Edkins.
As imagens também serão reunidas num documentário, que deve ser lançado em 2016 – "uma espécie de vídeo-colagem de pessoas ao redor do mundo", afirma Edkins.
A COP21, organizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), deve gerar um acordo ambiental que sucederá o Protocolo de Kyoto. O tratado internacional de 1997, que segue em vigor até 2020, estabeleceu metas de redução nas emissões de gases do efeito estufa para os países signatários. Mas os resultados ficaram muito aquém do esperado.
Como participar
Depois de filmado e editado, o vídeo deve ser publicado, na maior resolução possível, no canal do Vimeo criado especialmente para a campanha: "Film a Day of Climate Action – 29 November 2015".
A descrição do vídeo deve conter informações sobre o que foi filmado, onde as imagens foram feitas, como elas demonstram ações climáticas e por que o assunto abordado é importante para o participante.
É preciso incluir também a hashtag #Day4Climate e nomear todos os membros do grupo, caso o vídeo tenha sido feito por mais de uma pessoa. Todos os curtas devem ser publicados com licença Creative Commons e estarão disponíveis para download no site.
Giro por um mundo transformado pelo clima
As mudanças do clima global estão alterando a face do mundo, do derretimento do gelo polar e elevação do nível do mar à migração da vegetação. Quem quiser mostrar aos filhos como é uma geleira de verdade, que se apresse.
Foto: Reuters/Mariana Bazo
Mundinho pequeno
Mesmo se conseguirmos manter o aquecimento global abaixo de 2°C, 2015 poderá ser o ano mais quente já registrado desde a era pré-industrial. O risco de o nível do mar subir mais de um metro e submergir Amsterdã persiste. Se continuarmos a emitir dióxido de carbono na velocidade atual, até 2100 a Terra terá se aquecido em 4°C – e Nova York estará sob o mar.
Foto: CC BY 2.0 Duncan Hull
Recifes de coral por um fio
Mergulhar na Austrália para admirar os belos recifes de coral pode ser um prazer com dias contados, pois o aquecimento global vai destruindo esses ecossistemas submarinos. As águas cada vez mais quentes causam a descoloração dos corais, e um aumento de 2°C pode dissolvê-los. O acréscimo de CO2 torna a água dos oceanos mais ácida, impedindo o crescimento normal das estruturas calcárias.
Foto: picture-alliance/ dpa
Alpes sem esqui
O aquecimento nos Alpes é "três vezes a média global", segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. O nível de neve diminui a cada ano e a vegetação conquista montanhas mais altas. Estações de esqui nas zonas inferiores estão ameaçadas de falência. Alguns resorts até cobrem a neve com material reflexivo durante os meses mais quentes, na tentativa de deter o derretimento.
Foto: picture-alliance/chromorange
Veneza – beleza submersa?
A italiana Veneza é apenas uma entre as cidades ameaçadas de desaparecer com a subida do nível do mar. Ou de se tornar inabitável, devido a inundações e tempestades cada vez mais fortes. O mesmo medo atinge Miami, Nova York, Santo Domingo, Bangkok, Barranquilla, Hong Kong, Cidade de Ho Chi Minh, Palembang, Tóquio, Mumbai, Alexandria, Amsterdã: todas elas correm risco.
Foto: picture-alliance/dpa
Passagem Noroeste
O derretimento das geleiras está permitindo que navios cortem caminho entre a Europa e a Ásia pela historicamente intransitável Passagem Noroeste. Em 2007, a Agência Espacial Europeia anunciou que o trecho estava "inteiramente navegável". Embora ainda não esteja suficientemente livre para navios de carga, os cruzeiros agora já oferecem uma rota antes reservada aos aventureiros e exploradores.
Foto: DW/I.Quaile
Elefantes em perigo
O aumento populacional e as mudanças climáticas afetam os animais. Eles lutam para se ajustar às secas cada vez mais frequentes e intensas, ondas de calor, tempestades e o aumento do nível do mar. A organização de proteção ambiental WWF incluiu o elefante africano na lista das espécies e lugares atingidas pelas mudanças climáticas, juntamente com as tartarugas, tigres, golfinhos e baleias.
Foto: Reuters/P. Bulawayo
Seca californiana
As mudanças climáticas são claramente visíveis no estado americano da Califórnia, que é afetado por fortes períodos de seca. Os últimos três anos foram os mais quentes de todos os tempos. Quem quiser passear pelas plantações de amêndoas na Califórnia, as de café no Brasil ou os campos de arroz no Vietnã, é agora ou nunca.
Foto: Reuters/L. Nicholson
Escalando as últimas geleiras
A lista do Patrimônio Mundial da Humanidade inclui numerosas belezas naturais, mas com um aquecimento global de 3°C, 136 dessas 700 maravilhas serão afetadas. Entre elas o Glacier National Park, nos EUA, onde os efeitos das mudanças climáticas estão sendo estudados. Das 150 geleiras existentes aqui no século 19, sobravam 24 em 2010. A previsão é que em 2030 o parque estará privado de todas elas.
Foto: gemeinfrei
Mudança climática a domicílio
Se depois de todas essas imagens, você ainda não teve vontade de conhecer nenhum desses lugares, pode ficar onde está. As mudanças climáticas poderão vir bater à sua porta, sem que você sequer precise se levantar do sofá. A Climate Central acredita que mais de 150 milhões de pessoas moram em áreas que serão submersas ou estarão sujeitas a inundações constantes até 2100. Ou mesmo bem antes disso.