Campanha visa zerar infecções com HIV na Alemanha até 2020
12 de maio de 2017
Estratégia da organização Deutsche Aids Hilfe é fazer com que todas as pessoas infectadas saibam desde cedo que têm o vírus para poder receber o tratamento adequado.
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Uma campanha iniciada em Berlim nesta sexta-feira (12/05) pretende erradicar a aids na Alemanha nos próximos três anos. A estratégia da Deutsche Aids Hilfe, organização que oferece serviço de apoio a soropositivos, é fazer com que todas as pessoas infectadas saibam desde cedo que têm o vírus HIV para poder receber o tratamento adequado.
Com o lema "Kein Aids für alle" ("Nada de aids para todos", em tradução livre), o objetivo é que não haja mais novos casos da doença a partir de 2020. Embora o prazo antecipe em dez anos a meta da ONU (Organização das Nações Unidas), a organização avalia que as chances são boas, pois o número de novas infecções é baixo e o sistema de saúde da Alemanha é capaz de arcar com os custos dos medicamentos.
"Não se pode aceitar que pessoas adquiram uma doença potencialmente fatal que há muito pode ser evitada", disse Manuel Izdebski, diretor da Deutsche Aids Hilfe.
Quando diagnosticadas e tratadas a tempo, infecções com HIV não evoluem mais para a aids e viram uma doença crônica. Ao mesmo tempo, os medicamentos impedem que o HIV seja repassado adiante. Ainda assim, mais de mil pessoas se infectam com HIV na Alemanha todos os anos. Estima-se que 460 morreram de aids no país em 2015.
Entre as razões que desencorajam a realização de testes de HIV está, segundo Izdebski, o medo de um resultado positivo, pois muitos não sabem que soropositivos podem viver uma vida normal. Ele também listou o receio de ser discriminado e o sentimento de culpa como principais motivos que demovem as pessoas de um exame, além daqueles que não o fazem simplesmente por não se enquadrarem nos chamados grupos de risco.
De acordo com estimativas do Instituto Robert Koch, de um total de 84.700 infectados na Alemanha, cerca de 12,6 mil vivem sem saber que têm o vírus. Desses, a maioria é de homens homossexuais, mas homens e mulheres, tanto bi quanto heterossexuais, também são afetados. Segundo o instituto, cerca de 3.900 pessoas foram diagnosticadas com o vírus em 2015, sendo que em 1.200 casos o contágio aconteceu há vários anos.
IP/afp/dpa
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
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Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
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Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.