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Sul-americanos têm vantagem na Copa 2014, diz ex-craque alemão

Olivia Fritz (pv)20 de outubro de 2013

Em entrevista à DW, ex-meia da seleção alemã Andreas Möller afirma que clima e condições de jogo podem ser decisivos no Mundial do Brasil, mas aposta nos comandados de Joachim Löw.

Moller comemora seu gol marcado contra os Estados Unidos em 1998, seu único em Copas do MundoFoto: Getty Images

Andreas Möller foi um dos principais meias alemães nas décadas de 80 e 90. Com a seleção da Alemanha conquistou a Copa do Mundo de 1990, na Itália, e a Eurocopa de 1996, no mítico Estádio de Wembley. Möller vestiu o uniforme da Nationalelf por 11 anos, somando 85 partidas e 29 gols.

Com a experiência de quase 20 anos como jogador, Möller vê o fator campo como potencialmente decisivo na Copa de 2014. Em 1994, sob sol escaldante em Nova Jersey, o meia estava em campo na derrota de virada para a Bulgária nas quartas de final do Mundial e não descarta que, também no Brasil, a história se repita.

"Jogar uma Copa do Mundo na América do Sul e ainda ser bem-sucedido é muito difícil", afirma, em entrevista à DW. Os sul-americanos possuem certa vantagem. Eles conhecem as condições."

Porém, o ex-jogador, hoje comentarista esporádico de televisão, diz acreditar na seleção alemã e ressalta como positivo o fato de o time comandado por Joachim Löw ter como base Borussia Dortmund e Bayern de Munique. "Nós podemos ser campeões do Mundo, por que não?"

Andreas Möller (chale vermelho) comemorando com Guido Buchwald e Rudi Völler a Copa do Mundo de 1990Foto: picture-alliance/ASA

Deutsche Welle: Qual é a importância, para um jogador profissional de futebol, de participar de um torneio dessa magnitude?

Andreas Möller:Jogar a Copa do Mundo no Brasil tem que ser o ponto alto na carreira de cada jogador. Mas ainda há bastante tempo até a Copa, e os jogadores continuarão sendo exigidos a trazer resultados e se manter em forma na Bundesliga. É preciso continuar a trabalhar em si mesmo e ter um bom desempenho nos clubes.

O técnico Joachim Löw e o diretor esportivo da seleção da Alemanha, Oliver Bierhoff, declararam após a Copa das Confederações, que não se deve subestimar as condições climáticas no Brasil. Você acredita em problemas semelhantes para a seleção alemã?

Jogar uma Copa do Mundo na América do Sul e ainda ser bem-sucedido é muito difícil. Os sul-americanos possuem certa vantagem. Eles conhecem as condições, eles conhecem o país, eles conhecem as circunstâncias. Porém, a seleção alemã pode mesmo assim exercer um bom papel, porque nós alemães sempre fomos uma seleção que cresce dentro de um torneio. Portanto não estou preocupado.

Depois do ótimo desempenho nas Eliminatórias e com um grande elenco, a Alemanha não é uma das favoritas ao título?

Nós podemos ser campeões do Mundo, por que não? Nós somos fortes, temos uma seleção muito boa, que no passado recente já chegou a disputar um ou outro título. Mas sempre faltou aquele pequeno detalhe. Talvez estaremos daqui oito meses, no que se refere à experiência e ao amadurecimento, um pouco mais avançados. Com um sorteio de um grupo favorável e se iniciarmos bem o torneio, teremos novamente a chance de jogar pelo título. E isto é o mais importante. Nós temos uma seleção muito boa e nós, na Alemanha, podemos estar bem felizes por termos novamente a chance de conquistar um título.

Ultimamente tem se discutido muito sobre a base da seleção alemã ser formada por Borussia Dortmund e o Bayern de Munique. É vantajoso quando muitos atletas do mesmo clube estão em campo?

Borussia Dortmund e Bayern de Munique são atualmente as duas melhores equipes na Alemanha. Eu acredito que é legítimo que se forme destes dois clubes a base para a seleção nacional. Vira e mexe ocorrem surpresas, outros jogadores, grandes talentos, que acrescentam e completam o grupo. Mas com certeza não é nenhuma desvantagem poder recorrer a jogadores destes dois clubes.

Lothar Matthäus, do Bayern de Munique, chamando Andreas Möller, na época no Dortmund, de chorão.Foto: imago/Team 2

O que mudou, do seu tempo pra cá, na preparação da seleção da Alemanha para um torneio importante?

Eu só posso falar do meu tempo. Naquela época nós já pensávamos que aquele era o máximo que dava para se preparar para um torneio daquela grandeza. De conversas eu soube que o trabalho científico no condicionamento físico dos jogadores foi incrementado e que cada vez mais dos conhecimentos do passado são levados em conta para aperfeiçoar a preparação. Na Alemanha, há tanta experiência e conhecimento no campo científico que esse aspecto pode trazer aqueles poucos pontos percentuais que eventualmente levam ao sucesso.

Com o Borussia Dortmund, Andreas Möller (esq.) levantou a taça da Uefa Champions League em 1997Foto: picture-alliance/dpa

Durante a Copa das Confederações, houve muitas manifestações. As pessoas, antes normalmente consideradas apolíticas, fizeram ser ouvidas e chamaram a atenção para a sua situação. O quão política pode ser uma Copa do Mundo e qual o papel que o futebol exerce atualmente?

Eu penso que essa é uma questão que deve ser lavada a sério a todo custo. Momentaneamente as necessidades das pessoas estão desprezadas. É um país onde rege grande insatisfação. Eu penso que o futebol desde sempre foi um recurso para transmitir alegria e esperança para as pessoas. E, exatamente no embalo de uma Copa do Mundo, o futebol pode intermediar bastante.

Foto oficial Copa do Mundo de 98Foto: picture-alliance/dpa

Ficha técnica:
Nome: Andreas Möller
Nascimento: 02.09.1967 (46 anos)
Local: Frankfurt am Main, Alemanha
Altura: 1,80 metro
Posição: meia

Títulos:
Copa do Mundo: 1990
Eurocopa: 1996
Mundial Interclubes: 1997 - Borussia Dortmund
Liga dos Campeões da Uefa: 1997 - Borussia Dortmund
Copa da Uefa (antiga Liga Europa): 1993 - Juventus de Turim
Bundesliga: 1995 e 1996 - Borussia Dortmund
Copa da Alemanha: 1989 - Borussia Dortmund e 2001 e 2002 - Schalke 04
Supercopa da Alemanha: 1995 e 1996 - Borussia Dortmund

Trajetória como jogador:
1985 - 1987 - Eintracht Frankfurt (Alemanha) - 35 jogos e 5 gols
1988 - 1990 - Borussia Dortmund (Alemanha) - 75 jogos e 24 gols
1990 - 1992 - Eintracht Frankfurt (Alemanha) - 68 jogos e 28 gols
1992 - 1994 - Juventus (Itália) - 56 jogos e 19 gols
1994 - 2000 - Borussia Dortmund (Alemanha) - 153 jogos e 47 gols
2000 - 2003 - Schalke 04 (Alemanha) - 86 jogos e 6 gols
2003 - 2004 - Eintracht Frankfurt (Alemanha) - 11 jogos