Campo magnético da Terra pode estar associado à água na Lua
19 de setembro de 2023
Pesquisa sugere que ondas de elétrons terrestres e solares podem contribuir para formação de gelo na superfície lunar.
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A existência de gelo na Lua é conhecida, mas até agora sua origem não foi esclarecida. Uma descoberta recente pode esclarecer este enigma. Um estudo publicado na revista especializada Nature Astronomy, liderado por Shuai Li, cientista da Escola de Ciências e Tecnologia do Oceano e da Terra da Universidade do Havaí em Mānoa, sugere que ondas de elétrons vindas indiretamente da Terra e do Sol poderiam estar contribuindo para o processo de formação de gelo de água na superfície lunar. Isso poderia ajudar a explicar a presença de água em áreas da Lua conhecidas como regiões permanentemente sombreadas (PSRs), aonde a luz solar nunca chega.
A teoria de Li e sua equipe estabelece uma conexão entre a água na Lua e a magnetosfera, que se forma quando o campo magnético da Terra repele o vento solar, protegendo o planeta de partículas carregadas de alta energia e criando uma série de efeitos em sua órbita.
Cauda magnetosférica e outros processos de formação
Especificamente, quando o vento solar colide com a magnetosfera, ela se deforma, formando a cauda magnetosférica. Dentro dessa longa cauda magnética há uma camada de plasma composta de elétrons e íons de alta energia, que vêm tanto do vento solar quanto da própria Terra. À medida que a Lua orbita a Terra, ela passa por essa cauda, que a protege de partículas carregadas e permite que a luz alcance sua superfície.
Segundo Li, isso proporciona um ambiente natural para estudar a formação de água na superfície lunar. "Quando a Lua está fora da cauda magnética, a superfície lunar é bombardeada pelo vento solar. Dentro da cauda magnética, quase não há prótons de vento solar, e se esperava que a formação de água caísse para quase zero."
No entanto, pesquisas indicam o contrário. Anteriormente, acreditava-se que os íons de hidrogênio provenientes do vento solar eram responsáveis pela formação de água na Lua. No entanto, parece agora que esse processo continua ocorrendo mesmo quando a superfície lunar está protegida da influência direta dos ventos solares dentro da cauda magnética.
"Para minha surpresa, observações de sensoriamento remoto mostraram que a formação de água na cauda magnética da Terra é quase idêntica àquela no momento em que a Lua estava fora da cauda magnética da Terra”, comenta Li.
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Futuras explorações humanas
Os pesquisadores acreditam que os elétrons de alta energia podem ser um elemento-chave neste processo, interagindo com o solo lunar e libertando hidrogênio capturado capaz de formar água.
"Isso indica que na cauda magnética pode haver processos de formação adicionais ou novas fontes de água não diretamente associadas à implantação de prótons do vento solar. Em particular, a radiação por elétrons de alta energia mostra efeitos semelhantes aos prótons do vento solar."Li e sua equipe realizaram uma análise de dados de sensoriamento remoto obtidos através do instrumento Moon Mineralogy Mapper, que esteve a bordo da missão Chandrayaan 1 da Índia entre 2008 e 2009. Especificamente, examinou variações na formação de água enquanto a Lua transitava pela cauda magnética da Terra, que contém a camada de plasma mencionada.
Embora sejam necessárias mais observações e experiências na superfície lunar para confirmar essa teoria, a descoberta tem grande potencial na compreensão da origem da água na Lua. Isso é crucial para traçar a evolução do satélite natural da Terra e para planejar futuras explorações humanas, uma vez que a água lunar poderia ser usada tanto como um recurso vital como para produzir combustível para missões espaciais, incluindo a exploração de Marte a partir da Lua.
ma/av (DW,ots)
Apollo 11: Fotos da chegada do homem à Lua
Em 1969, Neil Armstrong se tornava o primeiro homem a pisar na Lua. Um passo incrível. Ainda hoje, o satélite terrestre nos fascina – especialmente quando vemos fotos tiradas na época da histórica missão espacial.
Foto: NASA
"Um pequeno passo para um homem"
Primeiros passos na Lua. Ao pisar na superfície lunar, em 20 de julho de 1969, o americano Neil Armstrong disse uma das frases mais famosas de todos os tempos: "Este é um pequeno passo para [um] homem, mas um grande salto para a humanidade." Ainda hoje se discute como e quando o astronauta chegou a essa frase, e se ao dizê-la ele esqueceu o artigo "um". Existem até mesmo estudos sobre isso.
Foto: NASA
A partida
Da sala de controle do Centro Espacial Kennedy (KSC), o diretor do programa Apollo, Samuel C. Phillips, supervisiona as atividades antes da partida, em 16 de julho de 1969. Apollo 11, a primeira missão de pouso lunar, foi lançada com o foguete Saturno 5. A bordo da espaçonave estavam Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins.
Foto: NASA
TV espacial
Estas três pessoas estavam entre os milhares de curiosos que acamparam em praias e estradas próximas ao Centro Espacial Kennedy, a estação de lançamento da Nasa, no Cabo Canaveral, na Flórida, para acompanhar de perto a partida da Apollo 11. Cerca de um milhão de pessoas foram ao local ver de perto o voo espacial histórico.
Foto: NASA/Kennedy Space Center
Luzes, câmera, ação, decolar!
Mas não apenas milhares de entusiastas estavam presentes, também milhares de repórteres cobriram a partida da missão Apollo 11. Um total de 3.497 jornalistas foi oficialmente credenciado para o acontecimento, e todos se amontoaram na área de imprensa do Centro Espacial Kennedy. Em 16 de julho de 1969, o Saturno 5 decolou.
Foto: NASA
Trabalho em equipe
Um dos tripulantes não pôde pisar na Lua e teve que ficar em órbita. Michael Collins (centro) disse em 2009: "Eu me senti parte do que aconteceu na Lua. Sei que eu seria um mentiroso ou um idiota se dissesse que ocupei o melhor dos três assentos [da Apollo 11], mas posso dizer honestamente que estou satisfeito com o que fiz."
Foto: NASA/Kennedy Space Center
"A águia pousou!", mas...
Às 20h17min58s (UTC) de 20 de julho de 1969, Neil Armstrong fez uma transmissão concisa: "A águia aterrissou!" Mas demorou um pouco até os dois astronautas realmente pisarem na Lua. Primeiro, o voo de retorno tinha que ser preparado. Finalmente, no dia 21 de julho, às 2h56min20s (UTC), chegou o grande momento: Neil Armstrong pisou na superfície lunar.
Esta foto foi tirada por Michael Collins em 21 de julho. O módulo lunar Eagle pode ser visto em seu retorno da Lua; atrás dele, vê-se a superfície lunar e, em seu horizonte, a Terra. Enquanto Armstrong e Aldrin foram os primeiros humanos a pisar na Lua, Collins manteve seu posto no módulo de comando Columbia e ficou à espera em órbita lunar.
Foto: NASA
Amostra n° 10.003
Durante o passeio exploratório de mais de duas horas fora do Eagle, Armstrong e Aldrin coletaram 21,5 quilos de material lunar. Esta pequena rocha é parte dele. A foto foi tirada em 27 de julho, após o retorno à Terra. Durante os seis desembarques lunares, os astronautas coletaram 2.415 amostras, totalizando quase 400 quilos. Elas estão todas listadas no "Catálogo de amostras e fotos lunares".
Foto: NASA/AccuSoft Inc.
Curiosidades astrais
Mas os astronautas deixaram para trás todo tipo de coisa. Este broche de Neil Armstrong ainda é um dos itens mais emblemáticos. O ramo de oliveira de 15 centímetros de comprimento representa a paz. Futuros visitantes também poderão se deparar com bolas de golfe, uma foto de família junto a uma câmera, obras de Andy Warhol ou uma pena de falcão. E cuidado com os excrementos dos astronautas.
Foto: NASA/Johnson Space Center
De volta à Terra
Às 16h50 (UTC) de 24 de julho, a tripulação desembarcou no Pacífico, a 21 quilômetros do porta-aviões USS Hornet e a 1.480 quilômetros a sudoeste do Havaí. Na chegada, os astronautas tiveram que preencher um formulário da alfândega, declarando as rochas lunares. Indagados se eles poderiam ter trazido agentes patógenos, eles responderam: "A ser determinado." E assim foram primeiro para quarentena.
Foto: NASA/Johnson Space Center
Estrelas não apenas em trajes espaciais
Nesta foto, os astronautas da missão Apollo 11 não usam trajes espaciais, mas sombreiros e ponchos. Uma turnê os levou para 24 países e 27 cidades em 45 dias. Os Estados Unidos queriam enfatizar sua disposição de compartilhar seu conhecimento espacial. Os astronautas foram celebrados como estrelas, como aqui, na Cidade do México, em 23 de setembro de 1969.