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Canadá abandona ofensivas aéreas contra EI no Iraque e Síria

8 de fevereiro de 2016

Premiê Trudeau enfatiza importância da ajuda humanitária à região em crise, prometendo verba de 1 bilhão de euros. Mobilização canadense no Oriente Médio é tema controverso na política de Ottawa.

Aviões CF-18 Hornet canadenses não bombardearão mais postos do EIFoto: picture alliance/dpa/P. Reed/ Department of National Defence

O Canadá vai encerrar, até 22 de fevereiro, sua participação nos bombardeios aéreos contra postos da milícia jihadista "Estado Islâmico" (EI) na Síria em no Iraque. Com esse anúncio, o primeiro ministro Justin Trudeau cumpre uma de suas promessas eleitorais centrais.

A mobilização militar canadense para o Oriente Médio é um tópico controverso na política interna do país, que aderiu à luta contra o EI em outubro de 2014, um mês após os Estados Unidos iniciarem sua investida aérea contra o grupo terrorista.

Como Trudeau declarou à imprensa neste domingo (08/02), seis aviões de combate CF-18-Hornet serão retirados nas próximas duas semanas. Ainda permanecerão na região de conflito duas aeronaves de reconhecimento e um avião-tanque. Além disso, o apoio logístico será ampliado após o fim da operação de combate.

Para esse fim, o pessoal militar canadense em território sírio e iraquiano será elevado de 650 para 830 soldados. Desse contingente, 200 homens se dedicarão ao treinamento de combatentes da milícia curda peshmerga, no norte do Iraque. Assim as forças canadenses passam a desempenhar funções semelhantes às dos militares alemães na região.

Premiê liberal Justin Trudeau (c.): "Vítimas do EI não precisam da nossa vingança, mas da nossa ajuda"Foto: Reuters/C. Wattie

Auxílio em vez de vingança

Em sua decisão, Trudeau conta com o apoio do presidente americano, Barack Obama. "As pessoas que são diariamente aterrorizadas pelo EI não precisam da nossa vingança: elas precisam da nossa assistência", enfatizou o político de 44 anos durante a coletiva de imprensa em Ottawa.

O Canadá pretende, ainda, contribuir para a ajuda humanitária e ao desenvolvimento com o equivalente a mais de 1 bilhão de euros, nos próximos três anos. A verba deverá beneficiar também a Jordânia e o Líbano, seriamente afetados pela crise regional.

Justin Trudeau ocupa o cargo desde novembro último. Com o encerramento das ofensivas aéreas, o chefe de governo liberal revoga uma decisão do governo conservador anterior. Após dez anos de atuação militar no Afeganistão, muitos cidadãos do Canadá são contra a mobilização de suas Forças Armadas no exterior. Um total de 158 soldados canadense foi morto na região montanhosa do Hindukush, no leste e centro afegãos, até o término da operação, em 2011.

AV/rtr/afp/ap/dpa

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