Presidente dos EUA prometeu reprimir a imigração ilegal e impor pesadas tarifas de importação a produtos canadenses e mexicanos. Países prometem responder na mesma moeda.
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta terça-feira (21/01) que seu país defenderá sua soberania e independência ao rebater uma série de declarações feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, logo após seu retorno à Casa Branca.
No mesmo dia, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, prometeu que seu país reagirá de maneira robusta caso Trump cumpra sua ameaça de impor pesadas tarifas sobre as importações do Canadá.
Em seu primeiro dia no cargo, Trump sinalizou a intenção de enviar soldados à fronteira mexicana para conter a imigração ilegal e renovou a ameaça de punir o Canadá com novas taxas alfandegárias. O republicano disse que irá impor tarifas de 25% sobre as importações mexicanas e canadenses, possivelmente a partir de 1º de fevereiro.
O 47º presidente dos EUA também assinou uma série de ordens executivas nesta segunda-feira para designar cartéis de drogas mexicanos como organizações terroristas e declarar a imigração ilegal na fronteira EUA-México como uma emergência nacional. Outra ordem assinada por ele prevê a troca do nome do Golfo do México para "Golfo da América".
Vizinhos prometer reagir
Sheinbaum disse que "é importante sempre manter a cabeça fria e consultar acordos assinados, além de discursos reais". "Sobre os decretos que o presidente Donald Trump assinou ontem, gostaria de dizer o seguinte: o povo do México pode ter certeza de que sempre defenderemos nossa soberania e nossa independência", disse a presidente.
A mexicana, contudo, sinalizou que não vai aceitar a troca de nome da plataforma continental localizada entre os dois países. "Ele diz que o chamará de 'Golfo da América' [...] para nós, ainda é o Golfo do México e para o mundo inteiro ainda é o Golfo do México."
Horas depois de tomar posse, o americano sinalizou que as tarifas punitivas de 25% contra os dois principais parceiros comerciais dos Estados Unidos podem entrar em vigor já em 1º de fevereiro.
O Canadá prometeu forte resistência às ameaças comerciais de Trump, que arriscam desestabilizar sua economia.
"O Canadá responderá, e todas as opções estão na mesa", disse Trudeau em coletiva de imprensa, prometendo uma reação "robusta, rápida e comedida", mas que também igualaria dólar por dólar as tarifas americanas.
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Acordo de Livre Comércio ainda em vigor
Canadá e México estão, em tese, protegidos pelo Acordo EUA-México-Canadá de Livre Comércio (USMCA), assinado durante o primeiro mandato de Trump e aclamado como "o melhor e mais importante acordo comercial já assinado pelos Estados Unidos".
O pacto substituiu um acordo comercial continental anterior da década de 1990 e incluiu novas disposições trabalhistas destinadas a melhorar os direitos dos trabalhadores no México. O acordo deve ir à revisão em 2026.
Sheinbaum disse que seu governo buscará colaborar com os EUA em questões de segurança e outros temas, e que o país está comprometido em revisar os termos comerciais no próximo ano. "Por enquanto, o tratado comercial continua em vigor", observou a líder mexicana.
O México ultrapassou a China em 2023 e se tornou o maior parceiro comercial dos EUA. Naquele ano, o déficit comercial americano com seu vizinho ao sul aumentou para 150 bilhões de dólares (R$ 903 bilhões).
Os conflitos comerciais entre os três signatários se multiplicaram nos últimos anos, envolvendo, por exemplo, milho geneticamente modificado americano, laticínios canadenses e comércio de autopeças.
Prejuízos à economia canadense
"Este é um momento crucial para o Canadá e os canadenses", alertou Trudeau nesta terça-feira.
O premiê disse que uma guerra comercial seria custosa para os Estados Unidos, mas ressaltou que "também haverá custos para os canadenses".
Economistas avaliam que uma confrontação poderia mergulhar o Canadá em uma recessão. O país envia aproximadamente 75% de suas exportações para os Estados Unidos, lideradas pelos setores de energia e automobilístico.
Uma estimativa divulgada pelo Scotiabank sugere que qualquer interrupção comercial bilateral poderia cortar mais de 5% do PIB canadense, aumentar significativamente o desemprego e impulsionar a inflação.
Antes de tomar posse, Trump brincou que o Canadá poderia ser anexado como 51º estado americano, e chegou a zombar de Trudeau – que renunciou devido às taxas de aprovação em declínio –, chamando-o de "governador" do "Grande Estado do Canadá".
rc (AFP, AP, Reuters)
O mês de janeiro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Kenny Holston/The New York Times/AP/picture alliance
Incêndio mata dezenas em resort de esqui na Turquia
Mais de 70 pessoas morreram e ao menos 51 outras ficaram feridas no incêndio num hotel localizado em uma popular área de esqui nas montanhas de Bolu, no noroeste na Turquia. O incêndio começou durante a madrugada no Grand Kartal, um hotel de 12 andares construído de madeira na estação de esqui de Kartalkaya, a uma altitude de 2.200 metros. (21/01)
Foto: IHA/AP/picture alliance
Trump de volta à Casa Branca
O republicano Donald Trump tomou posse em seu segundo mandato como presidente dos EUA. Em seu primeiro dia de governo, o republicano anunciou um pacote de medidas conservadoras, reverteu dezenas de decisões de seu antecessor, Joe Biden, concedeu perdão a 1.500 condenados pelo 6 de janeiro de 2021 e prometeu dar início a uma nova "era de ouro" no país. (20/01)
Foto: Julia Demaree Nikhinson/AP/dpa/picture alliance
Alívio e emoção dos primeiros reféns liberados
Doron Steinbrecher, uma das três reféns israelenses libertadas no primeiro dia de cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista Hamas, reencontra sua mãe após 15 meses de cativeiro. Hamas também libertou Romi Gonen e Emily Damaria, dando início ao processo previsto no acordo. Em troca, cerca de 95 prisioneiros palestinos deverão ser libertados, a maioria mulheres e adolescentes. (19/01)
Foto: Israeli Army/AP/picture alliance
Milhares vão às ruas de Washington contra Trump
Dois dias antes da volta de Donald Trump à Casa Branca, milhares protestaram contra políticas anunciadas pela próxima gestão. Chamada "Marcha do Povo", a manifestação foi organizada por movimentos de defesa dos direitos civis em defesa de pautas como o acesso ao aborto, proteção climática e direitos dos imigrantes. Mais de 350 marchas semelhantes aconteceram em todo o país. (18/01)
Foto: Amanda Perobelli/REUTERS
Gabinete israelense aprova cessar-fogo em Gaza
O governo israelense aprovou o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza, após horas de consultas que se estenderam até a madrugada de sábado (18/01)."O governo aprovou o plano de devolução dos reféns", disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado. As armas deverão ser silenciadas inicialmente por seis semanas a partir do próximo domingo. (17/01)
Foto: Koby Gideon/AFP
David Lynch, diretor de "Cidade dos sonhos", morre aos 78 anos
Conhecido por produções como "Cidade dos Sonhos", "Twin Peaks" e obras surrealistas, o renomado diretor americano acumulou quatro indicações ao Oscar durante sua carreira. Causa da morte não foi divulgada. Em 2024, ele afirmou que foi diagnosticado com enfisema pulmonar. (16/01)
Hamas e Israel chegam a acordo para encerrar conflito em Gaza
Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo para encerrar o conflito na Faixa de Gaza após 15 meses de combates, segundo informaram mediadores nesta quarta-feira. O texto prevê troca de reféns por prisioneiros e a retirada de militares israelenses. População foi às ruas em Gaza e em Israel para comemorar a decisão. (15/01)
Foto: Abdel Kareem Hana/AP/picture alliance
Procurador diz que havia evidências para condenar Trump
Em relatório tornado público, o procurador especial Jack Smith afirma que havia evidências suficientes para condenação do presidente eleito dos EUA por tentar anular o resultado da eleição de 2020. Parte do documento foi enviado ao Congresso pelo Departamento de Justiça – não sem que antes Trump tentasse impedir que isso acontecesse. Republicano reagiu tachando Smith de "perturbado". (14/01)
Foto: Jacquelyn Martin/AP Photo/picture alliance
Lula sanciona lei que proíbe uso de celular nas escolas
Lei restringe uso de aparelhos eletrônicos portáteis, sobretudo telefones celulares, nas salas de aula de escolas públicas e privadas em todo o país. Há exceções para uso pedagógico, sob supervisão dos professores, ou em casos excepcionais de acessibilidade ou necessidade de saúde. Medida ainda será regulamentada por decreto a tempo de entrar em vigor no início do ano letivo, em fevereiro. (13/01)
Sobe para 16 número de mortos em incêndios em Los Angeles
O número de mortos nos incêndios florestais que atingem a região de Los Angeles aumentou para 16, enquanto as equipes lutam para conter as chamas antes da chegada prevista de novas rajadas de ventos fortes capazes, potencialmente, de empurrar o fogo em direção a outras regiões da cidade. (12/01)
Foto: Jae C. Hong/AP Photo/picture alliance
Milhares protestam contra convenção da ultradireita na Alemanha
Mais de 10 mil pessoas participam de uma manifestação em uma pequena cidade do leste alemão contra a convenção nacional do partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD). A convenção é parte da campanha do partido para as eleições federais de 23 de fevereiro, convocada após o colapso do governo de coalizão do chanceler federal, Olaf Scholz. (11/01)
Foto: EHL Media/IMAGO
Trump é sentenciado e será 1º presidente condenado dos EUA
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, foi sentenciado por sua condenação criminal decorrente do pagamento em dinheiro para silenciar uma atriz pornô. A penalidade, porém, não inclui multa, prisão ou liberdade condicional. O juiz aplicou ao republicano uma sentença de "dispensa incondicional", que reconhece a culpa do réu, mas não impõe uma pena específica. (10/01)
Foto: Brendan McDermid-Pool/Getty Images
"Sinceramente, estou morrendo", diz ex-presidente do Uruguai José Mujica
Mujica, de 89 anos, revelou que o câncer em seu esôfago se espalhou para o fígado e que a progressão da doença não pode mais ser interrompida. "Não posso fazer nem um tratamento bioquímico nem uma cirurgia porque meu corpo não aguenta", disse. "O que eu peço é que me deixem em paz. O guerreiro tem direito ao descanso." (09/01)
Foto: Santiago Mazzarovich/AFP
Incêndios deixam rastro de destruição na Califórnia
Incêndios florestais de enormes proporções atingiram a Califórnia e deixaram ao menos cinco mortos e dezenas de feridos. No condado de Los Angeles, cerca de 180 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por ordem das autoridades, com as chamas consumindo uma área de 117 quilômetros quadrados. (08/01)
Foto: Ringo Chiu/REUTERS
Morre o extremista francês Jean-Marie Le Pen
Líder histórico da extrema direita francesa e pai da ultradireitista Marine Le Pen morreu aos 96 anos. Ele foi um dos fundadores do partido Frente Nacional, renomeado em 2018 para Reunião Nacional. Figura polarizadora na política francesa, Le Pen era conhecido por sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo. (07/01)
Congresso dos EUA certifica vitória eleitoral de Trump
O Congresso dos EUA certificou Donald Trump como vencedor da eleição de 2024. A cerimônia aconteceu sem interrupções – em contraste à violência de 6 de janeiro de 2021, quando, com pelo menos aquiescência de Trump, uma multidão invadiu o Capitólio para impedir certificação de Joe Biden. Os legisladores se reuniram sob forte segurança para cumprir a data exigida pela lei eleitoral. (06/01)
Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP
Neve traz caos à Europa e aos Estados Unidos
Após um fim de ano com temperaturas relativamente amenas, nevou no Reino Unido e em outras partes da Europa. Pistas congeladas geraram transtorno nas estradas e levaram ao cancelamento de voos e fechamento de aeroportos, inclusive na Alemanha. Nos Estados Unidos, algumas áreas devem ter a pior nevasca da década. (05/01)
Foto: Danny Lawson/PA Wire/dpa/picture alliance
Trens de longa distância operados pela alemã Deutsche Bahn batem recorde de atraso
Em 2024, 37,5% dos trens de longa distância registraram atraso superior a seis minutos – a maior taxa em 21 anos. Empresa atribuiu piora no desempenho à "infraestrutura ultrapassada e sobrecarregada", obras na rede ferroviária, aumento do tráfego, falta de mão de obra e eventos climáticos extremos, mas disse trabalhar em um plano de ação para melhorar sua pontualidade. (04/01)
Foto: Sebastian Gollnow/dpa/picture alliance
Milhares de alemães assinam petição contra uso de fogos de artifício
Mais de 270 mil alemães assinaram uma petição online pedindo a proibição de fogos de artifício particulares em todo o país, após um Ano Novo marcado por cinco mortes e dezenas de feridos pelo uso incorreto dos fogos. Em várias cidades, equipes de emergência foram atingidas pelos explosivos. Em Berlim, um policial ficou gravemente ferido e precisou ser operado. (03/01)
Foto: Christian Mang/REUTERS
Multidão protesta contra prisão de presidente afastado da Coreia do Sul
Uma centena de pessoas se reuniram em Seul para protestar contra o mandado de prisão imposto ao presidente deposto da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, acusado de insurreição. Apoiadores se posicionaram em frente à residência de Yoon, que se propôs a "lutar até o fim". Agentes já se posicionam no local para cumprir a ordem judicial. (02/01)
Foto: Philip Fong/AFP
Homem atropela multidão em Nova Orleans e deixa 10 mortos
Ataque ocorreu na Bourbon Street, uma rua turística com bares e clubes noturnos. Condutor do veículo morreu em confronto com policiais e FBI investiga "ato de terrorismo". Suspeito, um cidadão americano do Texas, carregava bandeira do Estado Islâmico. (01/01)