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Candidato de Evo Morales lidera intenções de voto na Bolívia

17 de fevereiro de 2020

Pesquisa mostra Luis Arce como favorito para as eleições presidenciais em 3 de maio, com 31,6%. Vantagem sobre o segundo colocado, Carlos Mesa, é de 14,5 pontos percentuais, mas não garante vitória no primeiro turno.

O ex-ministro Luis Arce (dir.) e seu padrinho político, Evo Morales
O ex-ministro Luis Arce (dir.) e seu padrinho político, Evo MoralesFoto: Getty Images/AFP/R. Schemidt

O candidato do partido Movimento ao Socialismo (MAS), Luis Arce, apadrinhado político do ex-presidente Evo Morales, lidera as pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno das eleições presidenciais na Bolívia, em 3 de maio.

Segundo sondagem do instituto Ciesmori divulgada neste domingo (16/02), Arce supera com ampla vantagem o ex-presidente centrista Carlos Mesa e a autoproclamada presidente interina, a direitista Jeanine Áñez, mas ainda teria que enfrentar um segundo turno.

Com 31,6% das intenções de voto, o candidato de Evo aparece 14,5 pontos percentuais à frente de Mesa, que obteve 17,1% de apoio na pesquisa. Áñez, por sua vez, conquistou 16,5%.

Por sua vez, o líder civil conservador Luis Fernando Camacho alcançou 9,4%, seguido pelo pastor evangélico coreano Chi Hyun Chung, com 5,4%. A maior surpresa é o resultado alcançado pelo ex-presidente de direita Jorge "Tuto" Quiroga, que mal atingiu 1,6%.

Uma sondagem feita em janeiro pelo instituto Mercados y Muestras para o jornal Página Siete havia dado 26% para Arce, considerado o pai da estabilidade econômica boliviana. O economista foi ministro da Economia e Finanças do país em duas ocasiões, entre 2006 e 2017 e novamente em 2019.

No Twitter, Arce agradeceu "o apoio do povo bolivariano [...] no interior e nas cidades". Já seu candidato a vice-presidente, David Cochehuanca, enfatizou que os resultados da pesquisa "dão mais força para continuar trabalhando" no objetivo do MAS de retomar o poder na Bolívia.

Os candidatos do MAS participarão nesta segunda-feira de uma reunião em Buenos Aires, de onde Evo Morales atua como chefe da campanha do partido.

Áñez, em uma breve mensagem no Twitter, também agradeceu "a confiança recebida", enquanto expressou seu compromisso de "colocar a Bolívia em primeiro lugar".

A nova pesquisa, encomendada pelo jornal El Deber e pela emissora de televisão Unitel, entrevistou 2.224 eleitores e foi realizada entre 7 e 14 de fevereiro nas capitais dos nove departamentos do país, com margem de erro de 2,07%.

O candidato de Evo lidera as intenções de voto em cinco departamentos: La Paz (oeste), Cochabamba (centro), Potosí (sudoeste), Oruro (sul) e Pando (norte), enquanto Áñez triunfa em Tarija (sul) e Beni (nordeste), sua terra natal. Mesa recebe maior apoio em Chuquisaca (sudeste).

Se os números da sondagem prevalecerem, Arce e Mesa disputarão o segundo turno em 14 de junho. A Constituição estabelece que, para ser eleito no primeiro turno, um candidato precisa obter mais de 40% dos votos válidos, com uma vantagem de dez pontos percentuais sobre o segundo colocado.

O órgão eleitoral boliviano deverá revelar a partir desta segunda-feira quais candidaturas estarão habilitadas para participar da eleição. A chapa de Arce deve completar ainda alguns dos requisitos; e há questionamentos sobre Áñez ser candidata sem ter reununciado à presidência interina do país.

As eleições de 3 de maio foram convocadas extraordinariamente após a anulação do pleito realizado em 10 de outubro, depois que uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou irregularidades em favor do então presidente Evo Morales, eleito para seu quarto mandato.

Evo, que governou a Bolívia por quase 14 anos, desde 2006, anunciou sua renúncia em novembro, pressionado pelas Forças Armadas, para no dia seguinte seguir em asilo para o México. A renúncia foi descrita como "golpe de Estado" por vários governos e políticos latino-americanos, enquanto outros países reconheceram o governo interino de Áñez.

Em meados de dezembro, Morales seguiu do México para a Argentina, onde recebeu a condição de refugiado. À época, o vice-chanceler mexicano para a América Latina, Maximiliano Reyes Zuñiga, informou que Morales optou por viajar à Argentina "por causa da proximidade geográfica" com seu país.

FC/afp/efe

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