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Eleição no Haiti

3 de fevereiro de 2011

Três meses depois do primeiro turno e da recontagem de votos, Comissão Eleitoral divulga nomes dos candidatos que irão para segunda rodada de votação. Ambos são da oposição: Mirlande Manigat e Michel Martelly.

Palácio presidencial em Porto PríncipeFoto: AP

Os haitianos conheceram nesta quinta-feira (03/02) os dois candidatos que disputarão o segundo turno das eleições presidenciais. Envolta numa grande polêmica, a recontagem dos votos indicou os nomes de Mirlande Manigat e Michel Martelly, ambos da oposição.

Jude Celestin, candidato apoiado pelo presidente René Préval que havia sido anunciado, anteriormente, como segundo colocado no primeiro turno das eleições, ficou de fora. As informações foram divulgadas pelo Conselho Eleitoral Provisório.

O segundo turno está marcado para próximo dia 20 de março e o vencedor deve ser anunciado somente em meados de abril. O primeiro turno aconteceu em 28 de novembro de 2010 e, segundo o calendário original, a nova rodada de votação deveria ter ocorrido em 16 de janeiro último.

Atraso e revoltas

Os resultados preliminares do primeiro turno provocaram manifestações populares no Haiti. Segundo o Conselho Eleitoral Provisório, a ex-primeira-dama Mirlande Manigat havia obtido 31,37% dos votos, Jude Celestin havia somado 22,48% e o músico popular Michel Martelly 21,84%.

Diante da situação tensa nas ruas, René Préval pediu ajuda à Organização dos Estados Americanos para realizar a recontagem dos votos, que durou quase dois meses. A Comissão ainda não divulgou o percentual oficial atingido pelos três candidatos.

"Nós aceitamos os resultados. Apesar de acreditarmos que o nosso candidato era o que tinha melhor posição para concorrer no segundo turno, aceitamos a saída dele da corrida para evitar sanções econômicas contra o Haiti e aliviar as tensões sociais", declarou o senador Joseph Lambert, coordenador nacional do partido Inite, atualmente no poder.

Mirlande Manigat pode se tornar a primeira mulher na presidência do HaitiFoto: picture alliance/dpa

Uma mulher

Mirlande Manigat, 70 anos, é considerada a matriarca da oposição no Haiti – e a candidata que obteve maior número de votos no primeiro turno. Educada na Universidade de Sorbonne, Manigat poderá ser a primeira mulher na presidência do país caribenho.

A professora universitária defende o fim da relação de dependência do Haiti e ajuda humanitária internacional, e critica a imagem do seu país como "república das organizações não governamentais".

Casada com o ex-presidente Leslie Manigat, Mirlande tornou-se senadora e primeira-dama em 1988, quando o marido venceu as eleições. No entanto, o casal foi obrigado a deixar o país alguns meses mais tarde, devido a um golpe.

O cantor popular

Michel Martelly, 49 anos, é iniciante na vida política. A fama que adquiriu como cantor e sua personalidade carismática inflamaram uma legião de seguidores jovens e o fizeram chegar ao segundo turno das eleições.

Martelly defende o fim da permanência das forças de paz das Nações Unidas no Haiti e diz que o próprio país deve "colocar ordem na casa". O cantor se opôs com força ao presidente Préval, acusando-o de tentar fraudar o resultado das eleições.

Michel Martelly concorrerá no segundo turnoFoto: AP

Reforço da segurança

As forças de paz das Nações Unidas reforçaram o esquema de segurança, temendo que os apoiadores de Celestin saiam às ruas. "Remanejamos pessoal em certos pontos estratégicos da capital e em regiões antes do anúncio dos resultados", afirmou Jean-François Vezina, porta-voz da forças das Nações Unidas.

"Nossa presença não tem a intenção de evitar que as pessoas protestem, mas assegurar que haja ordem e segurança para a população", adicionou.

NP/afp/rts/dpa/dapd
Revisão: Roselaine Wandscheer

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