Caos no aeroporto de Frankfurt deve persistir, diz Fraport
7 de julho de 2022
Segundo operadora do maior aeroporto da Alemanha, atrasos no despacho e retirada de bagagens e cancelamentos de voos não devem ser resolvidos nos próximos dois ou três meses, mesmo com a contratação de mais funcionários.
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Imagens de pilhas de malas amontoadas no aeroporto de Frankfurt se tornaram um dos símbolos do caos aéreo que vive a Europa nesse verão no hemisfério norte. Após dois anos sem viajar por causa da pandemia de covid-19, os passageiros estão enfrentando horas em filas e cancelamentos de milhares de voos.
Segundo a Fraport, empresa que administra o aeroporto de Frankfurt, o maior da Alemanha, a situação não deve se resolver tão cedo. De acordo com Stefan Schulte, diretor-executivo da Fraport, o aeroporto continuará operando com falta de pessoal pelos próximos dois a três meses e terá que cancelar ainda mais voos.
"O problema não será menor daqui para frente, embora estejamos contratando. Digo isso muito abertamente", disse o presidente-executivo da Fraport, Stefan Schulte.
A situação do setor é tão delicada que o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, entrou no debate nesta quarta-hoje (06/07), pedindo melhores condições de trabalho para os funcionários dos aeroportos.
Scholz destacou no Bundestag (Parlamento alemão) que uma das causas dos problemas nos aeroportos é que "muitos foram demitidos" durante a crise provocada pela pandemia de covid-19. Segundo ele, isso se soma ao fato de as condições de trabalho não serem atrativas, fazendo com que as pessoas que encontraram outros empregos não queiram voltar para os antigos postos.
Por isso, segundo Scholz, o papel do governo alemão não se limitará a autorizar a contratação acelerada de trabalhadores do exterior, como já está fazendo, mas também em "criar melhores condições de trabalho nessa área".
A companhia aérea alemã Lufthansa informou que neste verão europeu terá de cancelar quase 3 mil conexões nos importantes aeroportos de Frankfurt e Munique.
Fraport admite erro
Por sua parte, Schulte reconheceu que o contexto da crise provocada pela pandemia foi avaliado erroneamente. Ele acrescentou que nem mesmo o aumento dos recursos para subsidiar a jornada reduzida impediu a saída de funcionários com salários mais baixos, que buscaram empregos em outros setores.
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Schulte também lembrou que a situação pode se agravar ainda mais, tendo em vista o início das férias escolares de verão em alguns estados alemães, incluindo em Hesse, onde fica Frankfurt.
Ele explicou que, com o cancelamento de alguns voos, é possível melhorar o despacho de bagagens em outros, por exemplo. "Até agora evitamos o caos total", afirmou.
Schulte reconheceu que há atrasos relativamente grandes, além de longos tempos de espera pelas bagagens. Atualmente estão sendo priorizadas as bagagens de passageiros em partida e em trânsito, deixando em segundo plano quem termina a viagem em Frankfurt.
A Fraport já recontratou quase mil novos funcionários de serviços terrestres depois de cortar cerca de 4 mil durante a pandemia. Ele também agradeceu à ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, por ter possibilitado o emprego acelerado de trabalhadores da Turquia para cobrir os buracos.
No entanto, segundo Schulte, a situação não seria resolvida mesmo que algumas centenas de novos funcionários ou trabalhadores temporários do exterior fossem contratados.
Schulte pediu desculpas aos passageiros pelos longos tempos de espera, mas disse que a Fraport e outros operadores foram pegos de surpresa pelo rápido aumento na demanda por viagens e disse que ser difícil aumentar as operações do aeroporto em tão pouco tempo.
"Isso nos surpreendeu. É aí que admito abertamente que estávamos errados".
le (DPA, Reuters, ots)
As pontes aéreas mais movimentadas do mundo
O levantamento da consultoria britânica OAG mostra surpresas quando se trata das rotas domésticas mundiais com maior número de voos. Uma ponte aérea entre duas cidades brasileiras representa a América Latina no ranking.
Foto: Getty Images/AFP/K. Nogi
#10: Pequim (PEK) – Xangai (SHA)
A ponte aérea entre as chinesas Pequim e Xangai (foto) é a décima mais movimentada do mundo. Em 2017, foram 30.029 partidas, ou seja, uma frequência média de 82 voos diários. O voo direto, que dura cerca de 2 horas, custa 1.200 reais (ida e volta). Air China, China Southern Airlines, Hainan Airlines, Xiamen Airlines e China Eastern Airlines são algumas das empresas que fazem a rota direta.
Foto: picture-alliance/dpa
#9: Cidade do Cabo (CPT) – Johanesburgo (JNB)
A ponte aérea entre Cidade do Cabo (foto) e Johanesburgo, na África do Sul, é a nona mais movimentada do mundo. Foram 31.914 partidas em 2017, ou seja, uma média de 87 voos por dia. A distância de 1.270 km é percorrida em duas horas de avião, e os tíquetes ida e volta custam cerca de 450 reais. Entre as companhias que oferecem voos diretos estão a South African Airways, Comair, Mango e Safair.
Foto: Henner Frankenfeld
#8: Brisbane (BNE) – Sydney (SYD)
A ponte aérea entre as metrópoles australianas Brisbane e Sydney (foto) é a oitava mais movimentada do mundo. Foram 33.765 voos em 2017, ou seja, uma frequência média de 92 voos diários. A distância, de cerca de 730 km, é percorrida em 1h30 de avião. Os tíquetes de ida e volta custam em torno de 400 reais. Entre as companhias que oferecem voos diretos estão a Virgin Australia, Qantas e Jetstar.
Foto: picture alliance/blickwinkel/McPHOTO
#7: Los Angeles (LAX) – São Francisco (SFO)
A ponte aérea entre Los Angeles (foto) e São Francisco, nos EUA, é a sétima mais movimentada do mundo. Foram 34.897 partidas em 2017, o que representa uma frequência média de 95 voos diários. São cerca de 90 minutos de voo, e os tíquetes ida e volta custam cerca de 300 reais. As empresas American, Delta, United, Virgin, Southwest e Alaska Airlines oferecem voos diretos.
Foto: picture alliance/Bildagentur-online/Rossi
#6: Sapporo (CTS) – Tóquio Haneda (HND)
As 38.389 partidas entre as metrópoles japonesas Sapporo e Tóquio (foto) fazem desta ponte aérea a sexta mais movimentada do mundo. Em 2017, essa rota apresentou uma frequência média de 105 voos diários. São 90 minutos de voo, e o tíquete ida e volta custa cerca de 570 reais. Entre as empresas que oferecem voos diretos estão a Japan Airlines, Skymark e All Nippon Airways (ANA).
Foto: Getty Images/AFP/K. Nogi
#5: Rio de Janeiro (SDU) – São Paulo (CGH)
A ponte aérea entre Santos Dumont, no Rio de Janeiro (foto), e Congonhas, em São Paulo, é a quinta mais movimentada do mundo. Foram 39.325 partidas em 2017, ou seja, uma frequência média de 107 partidas por dia. A distância de 352 quilômetros é percorrida em uma hora de avião. As companhias Latam Brasil, Gol e Avianca Brasil oferecem voos diretos por cerca de 300 reais (ida e volta).
Foto: picture alliance/Arco Images GmbH
#4: Fukuoka (FUK) – Tóquio Haneda (HND)
Outra ponte aérea japonesa aparece no ranking das dez mais movimentadas do mundo: Fukuoka (foto) e Tóquio. Foram 42.835 partidas entre as duas metrópoles, ou seja, uma frequência média de 117 por dia. São 100 minutos de voo, e o tíquete ida e volta custa cerca de 600 reais. As companhias Japan Airlines, Skymark e All Nippon Airways (ANA) oferecem voos diretos.
Foto: Imago/Imagebroker
#3: Mumbai (BOM) – Nova Delhi (DEL)
A terceira ponte aérea mais movimentada do mundo é entre Mumbai (foto) e a capital da Índia, Nova Delhi. São cerca de 1.150 km de distância percorridos em cerca de 2 horas. Foram 47.462 partidas nesta rota em 2017, ou seja, uma média de 130 por dia. O tíquete de ida e volta custa cerca de 240 reais. Entre as principais empresas que oferecem voos diretos estão a Air India, IndiGo e Jet Airways.
Foto: picture alliance/robertharding/G. Hellier
#2: Melbourne (MEL) – Sydney (SYD)
O segundo lugar fica com a rota entre as duas maiores metrópoles australianas: Melbourne (foto), onde vivem cerca de 4,3 milhões, e Sydney, com 4,7 milhões de habitantes. As duas cidades estão na lista entre as que têm melhor qualidade de vida do mundo. O voo, que dura 1 hora e 25 minutos, custa cerca de 250 reais (ida e volta). Em 2017, foram 54.519 partidas, ou seja, uma média de 149 por dia.
Foto: Fotolia/peshkov
#1: Jeju (CJU) – Seul Gimpo (GMP)
A rota entre Jeju (foto) e Seul, na Coreia do Sul, é a mais movimentada do mundo. Foram 64.991 partidas, ou seja, 178 por dia. Jeju – com paisagens vulcânicas que viraram Patrimônio Natural Mundial da Unesco – é a maior ilha ao longo da costa da península coreana e se tornou um destino de férias extremamente popular entre coreanos. O turismo, porém, está crescendo agora também entre os chineses.