Cancelamentos e longas filas de embarque marcam retomada do setor aéreo europeu após dois anos de pandemia. Falta de funcionários e fluxo intenso de passageiros no verão pressionam funcionamento dos aeroportos.
Anúncio
"Caos" é o adjetivo que melhor define a situação nos principais aeroportos europeus atualmente. Após dois anos sem viajar por causa da pandemia, os passageiros que pretendem aproveitar o verão na Europa estão tendo que suportar horas em filas ou até mesmo sofrendo com voos cancelados.
"Estamos irritados porque estamos de férias. Organizamos tudo e chegamos com cinco horas de antecedência. É simplesmente uma perda de tempo. Poderíamos estar fazendo outra coisa", disse à DW um passageiro na fila no aeroporto de Düsseldorf, oeste da Alemanha.
"Meu vizinho trabalha no aeroporto e disse que era por falta de pessoal para fazer a segurança, e isso é estúpido. Você paga muito dinheiro pelo seu voo, então é desagradável você perdê-lo", disse outro viajante.
O alto afluxo de passageiros em centros europeus como Frankfurt, Londres e Paris também ameaça tirar o brilho da recuperação da indústria da aviação após a pandemia. Em 2020, por exemplo, o setor registrou mais de US$ 230 bilhões em perdas.
Falta de funcionários
Companhias aéreas, aeroportos e empresas do setor reduziram sua força de trabalho durante a pandemia e agora dizem estar surpreendidos com a atual situação. Agora, as empresas tentam aumentar o quadro de funcionários para lidar com o fluxo de passageiros nos aeroportos.
A situação é agravada pela tendência pós-pandemia que tem visto candidatos mais exigentes na busca de empregos, que evitam más condições de trabalho e baixos salários.
"O mercado de trabalho alemão continua muito apertado. Os candidatos a emprego podem escolher entre um grande número de vagas, enquanto os empregadores têm dificuldades para preencher as vagas", disse à DW um porta-voz da Fraport, operadora do aeroporto de Frankfurt.
"Além disso, o processo de recrutamento nos aeroportos é especificamente complexo e demorado. Isso se deve ao fato de muitas atividades operacionais na aviação ocorrerem em áreas restritas e relevantes para a segurança", acrescentou.
Devido aos problemas nos aeroportos, recomenda-se que os passageiros cheguem ao aeroporto até 2,5 horas antes dos voos domésticos, preferencialmente façam o check-in online e se certifiquem de que a bagagem de mão esteja correta para evitar atrasos nos pontos de controle.
Cancelamentos de voos
Por causa das dificuldades, as companhias aéreas anularam milhares de voos nas últimas semanas. A Lufthansa informou que neste verão europeu terá de cancelar quase 3 mil conexões nos importantes aeroportos de Frankfurt e Munique.
Na terça-feira, o executivo-chefe da Lufthansa, Carsten Spohr, pediu desculpas aos passageiros pelo caos nas viagens. E em uma carta a seus funcionários, Spohr admitiu que a Lufthansa cometeu erros nos últimos dois anos: "Exageramos ao economizar em alguns pontos sob a pressão dos mais de dez bilhões de euros em perdas causadas pela pandemia? Certamente isso também."
A empresa está recrutando milhares de novos funcionários na Europa, mas os esforços só darão frutos no inverno, disse Spohr.
Governos querem ajudar
A Alemanha pretende enviar aos aeroportos trabalhadores temporários vindos do exterior, principalmente da Turquia, para aliviar a situação durante o pico nas férias de verão. O governo alemão acelerará as autorizações de trabalho e vistos para vários milhares de trabalhadores estrangeiros, disseram o ministro do Trabalho, Hubertus Heil, e a ministra do Interior, Nancy Faeser, nesta quarta-feira.
De acordo com a associação aeroportuária da Alemanha, ADV, cerca de 20% dos empregos em segurança, check-in e manuseio de aeronaves permanecem vagos.
Anúncio
Portugal, Espanha, Irlanda
O governo português planeja quase dobrar a equipe de controle de fronteiras nos seis aeroportos do país até 4 de julho para lidar com o grande aumento de passageiros. O país, um dos mais ensolarados da Europa, viu o número de passageiros em seus aeroportos disparar este ano.
As longas filas nos aeroportos também levaram à contratação de 500 funcionários para os aeroportos mais movimentados, incluindo Madri e Barcelona. A empresa aérea de bandeira espanhola Iberia informou no início deste mês que atrasos no controle de passaportes do Aeroporto de Barajas, em Madri, levaram cerca de 15 mil passageiros a perderem seus voos desde 1º de março.
A Irlanda colocou o Exército de prontidão para ajudar com a segurança no aeroporto de Dublin em caso de mais interrupções durante o período de viagens neste verão. Mais de mil pessoas perderam seus voos em um único dia no mês passado no principal aeroporto do país por causa das longas filas. O número de passageiros no aeroporto de Dublin está próximo dos níveis pré-pandemia.
O melhor do turismo sustentável em 2022
Muitos deixaram de viajar por causa da pandemia de covid. Mas a situação começa a se normalizar, e a editora de guias de viagem Lonely Planet apresenta suas recomendações de lugares que precisam ser visitados.
Foto: Matt Munro/Lonely Planet
A volta das viagens internacionais
A covid-19 obrigou viajantes a ficarem em casa por mais de um ano, mas muitos agora já planejam as férias de 2022. Esta galeria de fotos é para abrir o apetite, e mostra alguns dos principais destinos apresentados no "Best in Travel 2022" da editora Lonely Planet. Cada um foi escolhido por sua atualidade, experiências únicas, fator "uau" e compromisso contínuo com o turismo sustentável.
Foto: Chad Ehlers/picture-alliance
Vamos lá!
Na categoria cidade que vale a pena ser visitada, há uma da Alemanha entre as top 3, e não é Berlim. A indicada na categoria região provavelmente é pouco conhecida. Na categoria país, um dos menores do mundo está em primeiro lugar. E o da foto ficou em segundo lugar. Qual será?
Foto: Heiko Junge/NTB scanpix/AFP/Getty Images
3º lugar na categoria cidades: Freiburg, Alemanha
A editora de guias de viagem Lonely Planet descreve Freiburg como uma das cidades mais jovens, descontraídas e sustentáveis da Alemanha. Tem muitos espaços verdes e duas vezes mais bicicletas do que carros. A prefeitura da cidade de 230 mil habitantes é a primeira do mundo com o conceito de energia zero. A cidadezinha de lindas vielas e fachadas fica próxima à Floresta Negra.
Foto: katatonia82/Shutterstock
2º lugar entre cidades: Taipé, Taiwan
Uma cidade de muitas facetas: influências ocidentais encontram-se com tradições chinesas e japonesas, edifícios antigos ao lado de prédios modernos, com templos de diferentes religiões em quase todos os lugares. A moradia é acessível nesta cidade de 2,7 milhões de habitantes. Taipé também conta como a cidade da Ásia mais hospitaleira para LGBTQs.
Foto: Matt Munro/Lonely Planet
1º lugar entre cidades: Auckland, Nova Zelândia
Auckland tem 53 vulcões, mais de 50 ilhas, três regiões vinícolas e muitas praias. A cidade de 1,5 milhão de habitantes fica num estuário entre dois portos. Há muito para ver ao redor: florestas tropicais, praias de surfe, fontes geotérmicas, pássaros raros, baleias, golfinhos e pinguins. Para mergulhar totalmente no charme do lugar, é necessário um guia local.
Foto: Klanarong Chitmung/Shutterstock
3º lugar na categoria regiões: Xishuangbanna, China
Xishuangbanna é uma região remota no sul da China, na fronteira com Mianmar e Laos. Antigamente um destino popular para mochileiros, a região agora lucra com grandes investimentos em turismo. Entre os chineses, é famosa por sua diversidade cultural, gastronomia variada e clima quente. Xishuangbanna também está se beneficiando de uma nova rota de trem para o Laos e de melhores conexões aéreas.
Foto: Fabio Nodari/Shutterstock
2º lugar entre regiões: West Virginia, EUA
Poucos habitantes, poucos turistas, muita natureza intocada. West Virginia fica no leste dos EUA, nas Montanhas Apalaches, e é conhecido como "estado das montanhas". Afastando-se da exploração madeireira, combustíveis fósseis, carvão e mineração de sal, aposta mais no turismo. Caminhadas, mountain bike, canoagem, escalada, base jumping (da ponte na foto) então entre as atividades possíveis.
Foto: ESB Professional/Shutterstock
1º lugar entre regiões: Fiordes Ocidentais, Islândia
Longe do turismo de massa e apenas conectado ao continente por um estuário de cerca de sete quilômetros: quem se aventura pelos Fiordes Ocidentais é recompensado com uma rica vida selvagem, vilas pitorescas e paisagens espetaculares – ou seja, Islândia ao extremo. Os habitantes dos lugarejos fundados por vikings há cerca de mil anos se concentram na natureza – e em evitar plástico.
Foto: Keith Manning
3º lugar na categoria países: Maurício
Ilha rochosa com ótimas praias no Oceano Índico – ou, resumindo, o paraíso. Assim que Mark Twain definiu a ilha a leste de Madagascar. Excelente para caminhadas, mergulhos e para observar animais. Diz-se que em nenhum lugar na Terra foram salvas mais espécies de pássaros ameaçados de extinção. Também baleias e golfinhos podem ser vistos perto da costa. E os habitantes? Gente super "relax"!
Foto: Mark Read/Lonely Planet
2º lugar entre países: Noruega
A Noruega está no topo, e não apenas geograficamente. Considerado o país mais habitável do mundo, está muito à frente em educação, igualdade, saúde, renda, qualidade de vida e sustentabilidade. Cerca de 99% de sua eletricidade vem de hidrelétricas e quase 60% de seus carros são elétricos, tornando-a líder mundial no setor. Em 2030, pretende ser neutra para o clima. E que paisagens!
Foto: Matt Munro/Lonely Planet
1º lugar entre países: Ilhas Cook
Um dos países mais remotos e menores do planeta, espalhado por 15 ilhas vulcânicas com uma área combinada menor que Malta. Fantasticamente linda e comprometida com o meio ambiente. Em 2017, o Parque Marinho Marae Moana, de 1,9 milhão de quilômetros quadrados, foi declarado a maior área protegida do planeta. Se você gosta das cores azul e turquesa, as Ilhas Cook são o lugar ideal!
Foto: Pete Seaward/Lonely Planet
O mundo chama!
Depois dessas fotos de lugares lindos, provavelmente será difícil tirar os olhos do computador ou celular. Faz uma enorme diferença estar sentado no sofá em casa ou a uma mesa dentro do mar nas Ilhas Cook! É bom esperar um pouco mais, até que a pandemia permita, mas já se pode começar a planejar a viagem.