"Capitão Kirk" viaja ao espaço em foguete de Jeff Bezos
13 de outubro de 2021
Aos 90 anos, ator William Shatner, da série "Jornada nas Estrelas", se tornou a pessoa mais velha a ir ao espaço. "Estou tão emocionado com o que acabou de acontecer. É extraordinário", disse após o voo.
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O ator William Shatner, que interpretou o capitão Kirk na série de ficção científica Jornada nas Estrelas, viajou nesta quarta-feira (13/10) ao espaço a bordo do foguete New Sheppard, desenvolvido pela empresa Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon.
Aos 90 anos, Shatner se tornou a pessoa mais velha a ir ao espaço. Este foi o segundo voo tripulado da companhia de Bezos, que tenta ocupar uma posição de liderança no setor do turismo espacial.
"Foi a experiência mais profunda que poderia imaginar", declarou Shatner, que descreveu o céu azul da Terra como uma linha tênue entre a vida e a morte. Ele descreveu ter ouvido um "bipe" e, então, "você está no escuro".
"Estou tão emocionado com o que acabou de acontecer. É extraordinário", disse Shatner a Bezos, em comentários televisionados após o pouso, no estado americano do Texas. O ator canadense, cuja carreira se estende por sete décadas, disse ainda que "todo mundo precisa fazer isso".
"Eu não sei como eu posso parecer ao mundo, mas, para mim, eu pareço ser apenas uma criança brincando na beira do mar, divertindo-me e encontrando uma pedra mais lisa ou uma concha mais bonita do que as ordinárias, enquanto o grande oceano da verdade permanece todo indescoberto diante de mim", tuitou Shatner, fazendo referência a uma citação de Isaac Newton junto com uma imagem que mostra o símbolo da "frota estelar" do seriado Jornada nas Estrelas.
Bezos, que já vendeu US$ 100 milhões em ingressos para viagens futuras da sua empresa, atuou como motorista para Shatner e seus colegas na curta viagem desta manhã da sede da tripulação da Blue Origin para a plataforma de lançamento em Van Horn. O bilionário de 57 anos estava a bordo do primeiro voo tripulado da sua empresa em julho.
Os passageiros experimentaram cerca de três a quatro minutos de gravidade zero. Eles viajaram acima da fronteira internacionalmente reconhecida do espaço, chamada Linha de Kármán, que fica cerca de 100 quilômetros acima da superfície terrestre.
O voo estava agendado para terça-feira, mas teve que ser adiado um dia por causa de fortes ventos.
A bordo com Shatner estavam a vice-presidente e engenheira da Blue Origin, Audrey Powers, o ex-engenheiro da Nasa Chris Boshuizen e o empresário de pesquisa clínica Glen de Vries.
jps/ek (Efe, AFP, ots)
Diário de um astronauta
No espaço por quase seis meses, o alemão Alexander Gerst capturou imagens impressionantes da superfície da Terra. Experimentos conduzidos pela equipe internacional da ISS podem beneficiar o planeta e a humanidade.
Foto: ESA/NASA
Além da ciência
"Oi Berlim, eu não vejo fronteira nenhuma daqui de cima!", publicou Gerst no Twitter em 9 de novembro de 2014, data do 25º aniversário da queda do Muro de Berlim. Além de conduzir uma série de experimentos em várias áreas da ciência, Alexander Gerst tinha uma outra missão importante: mostrar às pessoas na Terra o quão bonito e fascinante é esse nosso "ponto azul".
Foto: Alexander Gerst/ESA/picture-alliance/dpa
Fenômeno deslumbrante
"Palavras não podem descrever a sensação de voar através de uma aurora boreal" – escreveu Gerst sobre o fenômeno natural. Apesar de ter dificuldade para captar a experiência em palavras, ele conseguiu fazer pesquisas sobre as auroras. Um dos objetivos foi investigar a influência de forças eletromagnéticas da Terra em dispositivos eletrônicos na Estação Espacial Internacional.
Mesmo na Terra, é raro conseguir ver a aurora boreal, chamada também de "luzes do norte". Alexander Gerst teve a sorte de conseguir do espaço esse belo registro da aurora na região polar.
Foto: ESA/NASA
Charada geográfica
Não é uma montanha nem um vulcão. Na verdade, a foto feita por Alexander Gerst mostra a Cratera de Berringer, conhecida também como Cratera do Meteoro, no Arizona. Gerst costumava compartilhar suas fotos nas mídias sociais com a hashtag #geochallenge, desafiando o público a descobrir onde fica o acidente geográfico.
Esse parece ser um pequeno buraco, mas tem mais de 80 quilômetros de diâmetro. Apesar da aparência interessante, tufões como esse podem causar danos imensos na superfície da Terra. "Daqui de cima é surpreendentemente óbvio que o nosso mundo é um sistema conectado", observou Gerst.
Algo que faz as fotos de Alexander Gerst serem tão bonitas e fascinantes é o fato de serem registros instantâneos autênticos. Nesta imagem, tuitada por Gerst como a mais triste tirada por ele, é possível ver explosões e foguetes em Gaza e Israel.
Foto: picture-alliance/dpa/ESA/NASA
Propósitos científicos
As fotos de Gerst, como esta, de um dos vales varridos pelo vento no norte da África, podem ser comparadas a imagens semelhantes dos mesmos lugares feitas anteriormente. Isso ajuda os cientistas a observar as mudanças na superfície da Terra e determinar se elas são naturais ou provocadas pelo homem.
Os círculos nesta imagem não são um trabalho de extraterrestres, mas campos agrícolas irrigados em regiões áridas do México. Alguns dos experimentos de Gerst são relacionados a alimentos – os astronautas cultivam plantas comestíveis na estação espacial para ver se eles poderiam desenvolver métodos mais eficientes de uso da água.
Foto: ESA/NASA
Obras de arte
Algumas das fotos feitas por Gerst parecem obras de um pintor talentoso. Esta imagem mostra um rio no Cazaquistão serpenteando entre a paisagem. O curso das águas de outros tempos também é visível, e assim dá para imaginar a probabilidade de as curvas mudarem outras vezes no futuro.
Foto: ESA/NASA
Outro ponto de vista do infinito
"Quando as luzes vindas do observatório Cupola tingem de laranja o interior da estação espacial, eu posso dizer que estou sobre a África, mesmo sem olhar pela janela", tuitou Gerst. O deserto do Saara parece infinito – para quem está nele. Mas como mostra essa imagem da região na Líbia, até as dunas de areia têm começo e fim.