Caravanas de migrantes começam a chegar à fronteira dos EUA
14 de novembro de 2018
Primeiros grupos chegam à cidade mexicana de Tijuana, enquanto milhares ainda estão a caminho. Secretário de Defesa Jim Mattis supervisionará tropas enviadas para reforçar a vigilância do lado americano.
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Os primeiros membros das caravanas de migrantes que atravessam parte da América Central e do México rumo aos Estados Unidos começaram a chegar à fronteira americana nesta terça feira (13/11). Dezenas de pessoas escalaram uma cerca que divide os países em Playas de Tijuana, manifestando assim sua vontade de entrar no território dos EUA.
O grupo permaneceu sobre a cerca por 20 minutos e foi observado pelos agentes de patrulha de fronteiras dos Estados Unidos. Os migrantes chegaram a pé até a região de Playas de Tijuana, onde a cerca de fronteira se entende para dentro das águas do Oceano Pacífico. Muitos permaneceram ao longo da divisa.
Uma parte do grupo que chegou a Tijuana, formado por uma centena de membros da comunidade LGBT, planeja pedir asilo às autoridades americanas nos próximos dias. A caravana partiu de San Pedro Sula, em Honduras, no dia 13 de outubro.
Integrantes da segunda caravana de hondurenhos continuam a chegar à Cidade do México, onde já estão cerca de 1.200 pessoas, abrigadas num complexo esportivo da capital. Outros 2.000 migrantes, na maioria de El Salvador, partiram de Sayula, no estado de Veracruz, com destino a Puebla. Uma quarta caravana de cerca de 1.800 pessoas, também salvadorenhos, se encontra entre os estados de Oaxaca e Veracruz.
O estado de Sinaloa, no noroeste mexicano, registrou um aumentou no número de pessoas que cruzaram a região. As autoridades locais forneceram ônibus para transportá-las desde o município de Escuinapa até o estado vizinho de Sonora. "Na segunda-feira atendemos uns 400, na terça, mais mil, e esperamos que amanhã cheguem mais mil", disse um funcionário do governo local. O objetivo dessas pessoas também é chegar a Tijuana.
A prefeitura de Tijuana afirmou que cerca de 350 migrantes que chegaram à cidade nesta terça-feira receberam alimentos antes de serem encaminhados para abrigos. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico da cidade e empresas locais identificaram 3 mil postos de trabalho para as pessoas que desejarem permanecer no local.
O México ofereceu asilo, refúgio ou visto de trabalho aos migrantes. O governo afirmou que mais de 2.500 novos vistos temporários foram concedidos para indivíduos e famílias para cobrir os 45 dias do processo de requerimento para condições permanentes de residência. Em torno de 533 migrantes pediram para retornar voluntariamente para seus países de origem.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos confirmou que o secretário americano da Defesa, James Mattis, viajará nesta quarta-feira até a fronteira para supervisionar as tropas enviadas à região com a missão de barrar a entrada dos migrantes. Mais de 5 mil soldados foram enviados até o local para reforçar a patrulha de fronteiras.
As caravanas se tornaram o tema central das eleições legislativas americanas no início do mês. O presidente Donald Trump prometeu tomar medidas drásticas para impedir a entrada no país de imigrantes ilegais. Ele chegou a afirmar, sem provas, que, entre os membros da caravana, estariam criminosos e terroristas.
RC/efe/ap
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Em seu mandato, o ex-presidente americano Donald Trump prometeu construir um muro entre EUA e México. Mas, muito antes disso, esta fronteira já havia sido foco de filmes espetaculares. Veja a lista.
Foto: picture-alliance/United Archives/TBM
John Wayne em guerra
Em meados do século 19, EUA e México entraram em guerra sobre o estado do Texas, que pertencia aos mexicanos, mas foi anexado pelos americanos. A longa disputa foi muitas vezes retratada por Hollywood nos faroestes que detalhavam os violentos conflitos entre colonos americanos e o Exército mexicano. Entre os mais espetaculares está "Álamo" (1960), estrelado por John Wayne e Richard Widmark.
Foto: picture-alliance/United Archives/TBM
Dietrich e a fronteira
Em 1958, Marlene Dietrich fez uma breve aparição no brilhante suspense "A marca da maldade". O diretor Orson Welles, que teve o papel principal no filme, fez da região fronteiriça entre México e EUA o cenário para falar sobre corrupção, tráfico de drogas e outros crimes.
Foto: picture-alliance/United Archives/IFTN
"Rio Bravo"
Quando John Wayne apareceu em "Álamo", a grande era do faroeste americano estava quase no fim. Mas, quando o gênero cresceu na década de 1950, muitos faroestes se passaram na fronteira entre Texas, Novo México e Arizona de um lado, e o México, do outro. Um marco simbólico era o rio Grande que, localizado nesta fronteira, rendeu o título do legendário filme do diretor John Ford, de 1950.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
A fronteira em faroestes posteriores
No entanto, a fronteira entre os dois países conseguiu manter sua importância em numerosos faroestes lançados posteriormente. A região desempenhou um papel de destaque em "Meu ódio será tua herança" (1969), do diretor Sam Peckinpah, um épico do faroeste selvagem com muito sangue e que enfoca a ilegalidade em uma terra esquecida.
Foto: Imago/Entertainment Pictures
Variações modernas
O diretor americano Robert Anthony Rodriguez tem uma paixão pela região de fronteira, o que talvez se deva às suas raízes mexicanas. Muitos de seus filmes reproduzem o choque de culturas nesta região fronteiriça. Seu filme "Um drink no inferno", de 1996, viu Quentin Tarantino e George Clooney encenando irmãos que roubam bancos e que tentam fugir para o México.
Foto: picture-alliance/United Archives
Não há lugar para envelhecer
Ganhador de vários Oscars em 2008, entre eles o de melhor filme e direção, "Onde os fracos não têm vez" foi dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen. A produção aborda as drogas, máfia, assassinatos e fraudes. O filme se passa na fronteira entre EUA e México – um lugar perigoso, onde a morte é comum e poucos envelhecem.
Foto: picture-alliance/dpa/Paramount Pictures
Ao sul de Albuquerque
Albuquerque, no Novo México, é o cenário da extremamente popular série de televisão "Breaking Bad", que foi produzida entre 2008 e 2013. Ela enfoca histórias na região envolvendo drogas. Ao sul de Albuquerque, fica a lendária fronteira entre Estados Unidos e México.
Foto: Frank Ockenfels 3/Sony Pitures
O lado obscuro do comércio
No filme "Desaparecidos" (2007), o diretor alemão Marco Kreuzpaintner escolheu contar a história de crianças mexicanas que atravessam a fronteira para os Estados Unidos como parte do tráfico de escravos sexuais. A estrela de Hollywood Kevin Kline desempenhou o papel principal.
Foto: picture-alliance/kpa
Guerra de drogas na fronteira
"Sicario: terra de ninguém" examina o impacto das guerras do narcotráfico na área de fronteira entre Arizona e México. O cineasta canadense Denis Villeneuve fez o agitado suspense em 2015, tendo Benicio del Toro no papel principal. A obra foi filmada no sul do Arizona.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Lionsgate/Richard Foreman Jr.
Filmes sobre drogas
A questão do narcotráfico parece atrair diretores de forma mágica. Em 2013, o cineasta britânico Ridley Scott filmou um suspense também nesta região fronteiriça. "O conselheiro do crime", estrelado por Brad Pitt e Michael Fassbender, foi filmado em El Paso, no Texas, e na Espanha.
Foto: picture-alliance/dpa
Crime e política
Há 17 anos, o diretor Steven Soderbergh lançou o renascimento dos filmes sobre a guerra das drogas. Em "Traffic", ele retrata a complexa relação entre polícia, traficantes e políticos – cujos laços uns com os outros estão indissociavelmente interligados para além das fronteiras geográficas.
Foto: picture-alliance/United Archives
Histórias de detetive
Além de faroestes e suspenses sobre drogas, inúmeras histórias de detetives e assassinatos misteriosos decorrem na fronteira entre EUA e México. Um clássico do gênero é o filme "O perigoso adeus" (1973), de Robert Altman, baseado em um romance de Raymond Chandler. O filme foi gravado na Califórnia, mas também em Tepoztlán, no México.
Foto: picture-alliance/United Archives/Impress
A fronteira em tempos de globalização
Em 2006, o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu filmou o drama narrativo múltiplo "Babel". A obra traça os destinos entrelaçados de várias pessoas de diferentes regiões do mundo, e é uma parábola cinematográfica sobre a questão do significado da fronteira para as pessoas em tempos de globalização.
Foto: picture alliance/kpa
Comédia de fronteira
Não há muito o que rir quando se trata de uma fronteira. A maior parte dos filmes que lida com os laços entre EUA e México tendem à seriedade. Mas, em 2004, James L. Brooks fez a comédia "Espanglês" sobre um encontro com muito clichê entre um americano rico (Adam Sandler) e uma faxineira mexicana (Paz Vega).
Foto: picture-alliance/United Archives
Drama sobre imigração
Nos últimos anos, mais e mais filmes foram produzidos sobre imigração e pobreza na região. No ano passado, a coprodução Alemanha-França-México "Soy Nero" estreou na Berlinale. O diretor Rafi Pitts, com raízes iranianas, conta a história de um jovem mexicano que atravessa a fronteira para os EUA em busca de uma vida melhor.
Foto: picture-alliance/dpa/Neue Visionen
Um clássico moderno
Talvez o filme mais impressionante sobre a imigração do Sul para o Norte tenha sido feito por Cary Fukunaga, em 2009. "Sem identidade" retrata o destino de vários jovens do México que estão tentando chegar aos EUA. Enquanto alguns estão tentando escapar de bandos criminosos de suas cidades, outros procuram o paraíso na Terra.