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Carnaval alemão tem debate sobre comportamento de foliões

8 de fevereiro de 2018

Baixas temperaturas e discussão sobre excessos cometidos nas festas marcam início das comemorações na Alemanha. Em Colônia, Düsseldorf e Mainz, grande número de policiais é destacado para garantir tranquilidade nas ruas.

Milhares de pessoas saem as ruas em Colônia no "Carnaval das mulheres°, comemorado na quinta-feira
Milhares de pessoas saem as ruas em Colônia no "Carnaval das mulheres", comemorado na quinta-feiraFoto: picture alliance/dpa/R. Vennenbernd

O feriado de Carnaval alemão começou nesta quinta-feira (08/02) com milhares de pessoas lotando as ruas, pavilhões e bares em cidades como Colônia, Düsseldorf e Mainz, tradicionais centros da folia alemã, onde a segurança foi reforçada. Temperaturas em torno dos 0 °C não espantaram a multidão.

Neste ano, o chamado "Weiberfastnacht" ("Carnaval das mulheres"), comemorado sempre numa quinta-feira, é marcado por uma discussão sobre os excessos cometidos pelos foliões e pelo debate gerado por campanhas internacionais que denunciam abusos sexuais e exigem mais respeito às mulheres, como a #MeToo ("eu também").

Leia também: Carnaval de Colônia declara guerra aos mijões

Em Colônia, cidade que sedia o maior Carnaval de rua do país, uma foliã disse que há "pessoas desagradáveis" em toda a parte, mas que não deixará que isso estrague a festa. "'Não' quer dizer 'não', também no Carnaval", afirmou.

Há um debate na cidade sobre o que alguns consideram uma deterioração das festas. Segundo os críticos, as comemorações estariam se tornando um mero motivo para o abuso em massa de bebidas alcoólicas.

Imagens do maior Carnaval de rua da Alemanha

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A prefeita da cidade, Henriette Reker, foi criticada após afirmar recentemente numa entrevista que, nos últimos anos ou décadas, o Carnaval se tornou mais uma "bebedeira generalizada" do que uma celebração da cultura local.

O presidente do comitê carnavalesco da cidade, Christoph Kuckelkorn, se diz "extremamente irritado" com essa acusação. Ele afirma que o feriado representa engajamento social, integração, pequenas festas em escolas e paróquias e crianças alegres.

A prefeita, porém, parece entender que simplesmente deixar a festa correr solta não é a melhor opção para a cidade. "Acho que as pessoas têm uma expectativa maior sobre a ordem pública nos dias atuais", afirmou Reker. Ela deixou claro que Colônia não tem problema com o Carnaval, mas apenas com quem não compreende o espírito da festa.

Reforço na segurança e contra o xixi nas ruas

Engeklbert Rummel, que administra o Departamento de Ordem Pública da cidade, disse que haverá "mais segurança, mais barreiras para controlar a superlotação, mais organização nas festas", além de novas regras para os donos dos locais onde ocorrem as festividades.

Somente nesta quinta-feira, 1,6 mil policiais foram destacados para patrulhar as festividades em Colônia. Caminhões estão proibidos de circular no centro da cidade durante os dias carnavalescos de maior movimentação – quinta-feira, domingo e segunda –, e barreiras já instaladas ao redor da praça da famosa catedral da cidade foram mantidas.

Copos e garrafas de vidro foram proibidos no Carnaval de Mainz para evitar estilhaços no meio da multuidãoFoto: picture alliance/dpa/A. Arnold

O governo local também adotou novas medidas para evitar que os foliões urinem nas ruas. Com um público que ultrapassa um milhão de pessoas durante o feriado, o carnaval de Colônia terá 700 banheiros químicos à disposição dos foliões. Quase nove vezes mais que os 80 disponíveis no ano passado.

O motivo do aumento é que, para muitos moradores, a diversão do Carnaval é associada cada vez mais a brigas, lixo e urina. Apesar das multas que chegam a 200 euros (R$ 805) para os que forem flagrados urinando na rua, este é um problema cada vez maior para os moradores de Colônia.  A administração municipal destinou cerca de 900 mil euros (R$ 3,6 milhões) para que o Carnaval de rua corra de forma mais limpa e tranquila.

Nas outras duas principais cidades carnavalescas da Alemanha, Düsseldorf e Mainz, também há preocupação com a manutenção da ordem. Em Düsseldorf, onde o policiamento foi reforçado, o chefe de polícia disse que haverá "tolerância zero contra os criminosos e baderneiros".

Em algumas partes da cidade foi proibido o uso de garrafas e copos de vidro para evitar possíveis ferimentos causados por estilhaços. Mainz também adotou a medida.

RC/afp/dpa/dw

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