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Casa Branca rechaça ameaça de Trump sobre relação com Cuba

28 de novembro de 2016

Presidente eleito promete reverter reaproximação com a ilha caribenha – promovida por Obama – se governo cubano não concordar com mudanças. Casa Branca reage e diz que ameaça de Trump não é "tão fácil" de cumprir.

USA Donald Trump
Foto: Reuters/C. Allegri

A Casa Branca declarou nesta segunda-feira (28/11) que o presidente Barack Obama não está preocupado com as recentes ameaças de seu sucessor, o republicano Donald Trump, sobre reverter o processo de reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba.

Nesta segunda-feira, três dias após a morte do líder cubano Fidel Castro, Trump disse no Twitter que, "se Cuba não estiver disposta a fazer um acordo melhor para o povo cubano, americano e os EUA como um todo, eu vou encerrar o acordo", confirmando o que já havia prometido em campanha.

Em setembro, durante um comício em Miami, o então candidato disse que iria reverter as mudanças introduzidas por Obama na relação entre os EUA e Cuba, a não ser que os líderes cubanos permitissem a liberdade religiosa e soltassem prisioneiros políticos. "O próximo presidente pode revertê-las, e é o que farei a não ser que o regime dos Castro atenda às nossas demandas", ameaçou Trump na época.

Em reação às mais recentes declarações do presidente eleito, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou que reverter essa reaproximação entre os dois países significaria "um golpe econômico para os cidadãos cubanos", acrescentando que não seria algo "tão fácil" de cumprir.

Earnest argumentou ainda que as medidas promovidas por Obama, que incluem a abertura de embaixadas nas capitais cubana e americana e o restabelecimento dos voos diretos entre os dois países, não foram "concessões", mas decisões que servem também os interesses dos EUA.

"Após cinco décadas sem ver resultados, o presidente acreditou que era hora de tentar algo diferente", disse o porta-voz, insistindo que a "abertura" gerou "importantes benefícios para o povo cubano". E acrescentou: "Também rendeu importantes benefícios para o povo americano."

Desde o início do processo de reaproximação com Cuba, em dezembro de 2014, Obama tem adotado medidas para atenuar o embargo econômico imposto à ilha em 1962. A suspensão total do embargo, porém, depende do Congresso, atualmente controlado por maioria republicana.

Em março deste ano, o líder democrata fez uma visita histórica a Cuba, a primeira de um presidente americano em exercício em 88 anos. Obama, porém, não viajará à ilha para o funeral de Fidel Castro, segundo informou nesta segunda-feira seu porta-voz, sem dar mais detalhes.

EK/ap/afp/efe/lusa/rtr

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