Justiça Eleitoral faz busca na casa de Sergio Moro
3 de setembro de 2022
Segundo TSE-PR, material de campanha do ex-juiz federal e candidato ao Senado pelo estado do Paraná apresenta irregularidades. Juíza determina, também, que posts nas redes sociais sejam apagados por descumprirem regras.
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A casa do ex-juiz federal Sergio Moro, candidato ao Senado pelo estado do Paraná, foi alvo neste sábado (03/09) de operação da Justiça Eleitoral para busca e apreensão de materiais irregulares de campanha.
O local é descrito como sede de seu comitê central. Além de Moro, outro alvo da Justiça Eleitoral no Paraná foi o candidato ao Senado Paulo Martins (PL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
A medida atendeu a pedido protocolado pela federação "Brasil da Esperança", liderada pelo PT e formada também por PC do B e Partido Verde.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) os materiais impressos de Moro violam a lei eleitoral por desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato titular em relação aos suplentes. Além, disso, postagens nas redes sociais também apresentam irregularidades e deverão ser deletadas.
Para o advogado da federação "Brasil da Esperança", Luiz Eduardo Peccinin, "no caso de Sérgio Moro, sua propaganda visivelmente tenta esconder seus suplentes do eleitor, por isso deve ser inteiramente suspensa". Segundo ele, os nomes dos suplentes, Luis Felipe Cunha e Ricardo Guerra, estão em tamanho inferior ao exigido. Por lei, os nomes dos suplentes devem ser escritos de modo claro e legível em fonte não inferior a 30% do nome do titular.
Problemas nas redes sociais
Segundo a juíza eleitoral Melissa de Azevedo Olivas, alguns dos posts nas redes sociais nem citam o nome dos suplentes, "em absoluta inobservância à legislação eleitoral". Sobre o material impresso de Moro, a juíza avalia que "é evidente a desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente a dos suplentes".
Em nota, a defesa de Moro disse que os nomes dos suplentes "estão de acordo com as regras exigidas” e que a equipe jurídica "pedirá a reconsideração da decisão". A defesa de Moro destacou ainda que nada foi apreendido na casa do ex-juiz federal.
Moro planejava concorrer a um cargo eletivo pelo estado de São Paulo. No entanto, o TRE-SP negou em junho o pedido de transferência do título eleitoral do ex-juiz federal, por não apresentar provas que comprovassem seu vínculo com a cidade de São Paulo. Depois, Moro optou por concorrer ao Senado pelo Paraná, onde mora.
le (ots)
A história das eleições presidenciais no Brasil
A história das eleições presidenciais no Brasil
Foto: Adriano Machado/REUTERS/Nelson Almeida/AFP
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.