Casamento de Jeff Bezos em Veneza é alvo de protestos
24 de junho de 2025
Bilionário fundador da Amazon vai se casar na cidade histórica da Itália em cerimônia com convidados famosos. Celebração deve durar três dias, mas alguns venezianos prometem estragar a festa.
Faixa do Greenpeace com os dizeres "Se você pode alugar Veneza para o seu casamento, pode pagar mais impostos"Foto: Yara Nardi/REUTERS
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O Greenpeace se tornou o mais recente grupo a protestar contra o luxuoso casamento que o bilionário Jeff Bezos, o fundador da Amazon e dono do jornal The Washington Post, e sua noiva, Lauren Sanchez, planejaram para ocorrer em Veneza.
Membros da organização ambientalista e do grupo britânico Everyone Hates Elon Musk ("Todos odeiam Elon Musk") estenderam nesta segunda-feira (23/06), uma faixa gigantesca na Praça de São Marcos, no centro da cidade histórica, com uma foto de Bezos rindo e com os dizeres: "Se você pode alugar Veneza para o seu casamento, pode pagar mais impostos."
Este é o mais recente protesto contra o evento de vários dias marcado para esta semana, que deve atrair cerca de 200 convidados, incluindo a filha do presidente dos EUA, Donald Trump, Ivanka, e o genro, Jared Kushner, celebridades como Oprah Winfrey, Kylie Jenner e Kim Kardashian, além dos bilionários Eric Schmidt, do Google, e Bill Gates, da Microsoft.
O prefeito Luigi Brugnaro e o governador regional, Luca Zaia, acreditam que o casamento ajudará os negócios locais e dará impulso à economia. Zaia disse que as celebrações devem custar de 20 a 30 milhões de euros (R$ 127 e 190 milhões).
Por que protestam os ativistas?
Ativistas locais contra o turismo excessivo disseram estar determinados a interromper as festividades, alegando que os administradores da cidade priorizam o turismo em detrimento das necessidades dos moradores.
Eles já penduraram faixas anti-Bezos na famosa Ponte Rialto da cidade com o lema de uma campanha intitulada "Sem espaço para Bezos", que faz uma referência satírica à empresa de viagens espaciais de Bezos, a Blue Origin.
Manifestantes colocam faixa na famosa Ponte de Rialto em Veneza com os dizeres" Sem espaço para Jeff Bezos"Foto: Manuel Silvestri/REUTERS
Recentemente, Lauren Sanchez e outras quatro mulheres, incluindo a cantora Kate Perry, realizaram um voo suborbital de cerca de dez minutos ao espaço.
"Bezos acredita arrogantemente que pode tomar conta da cidade e transformá-la em seu próprio local particular de festas", disse Tommaso Cacciari, um dos membros da campanha.
A iniciativa do Greenpeace queria chamar a atenção para os baixos impostos pagos por muitos bilionários, enquanto supostamente agravam a crise climática com seus estilos de vida insustentáveis.
"O problema não é o casamento, o problema é o sistema. Achamos que um grande bilionário não pode alugar uma cidade para seu próprio prazer", disse Simona Abbate, uma das manifestantes, nesta segunda-feira.
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Núpcias marcadas para o final de semana
De acordo com o jornal italiano Corriere della Sera, mais de 90 jatos particulares com celebridades devem pousar no Aeroporto Marco Polo, em Veneza, nos próximos dias.
Embora a data exata do casamento permaneça confidencial, as celebrações devem durar três dias, provavelmente de 26 a 28 de junho. A festa de casamento supostamente ocupará toda a ilha de San Giorgio, localizada em frente à Praça de São Marcos, onde ocorreu o protesto do Greenpeace. No entanto, o local específico da cerimônia não foi divulgado.
Também não está claro quando Bezos e Sanchez chegarão. Alguns relatos sugerem que eles se hospedarão no Aman Venice, um hotel de luxo no Grande Canal onde George e Amal Clooney se hospedaram durante seu casamento em 2014.
Lauren Sanchez (esq.) e as mulheres que participaram de voo suborbital de foguete da Blue Origin, de BezosFoto: Blue Origin/X/AFP
Bezos também fará doações significativas, incluindo 1 milhão de euros para a Corila, um consórcio acadêmico que estuda o ecossistema lagunar de Veneza.
O casamento acontece no auge da temporada turística na frágil cidade, que há muito tempo vive lotada de visitantes.
Veneza já reintroduziu uma taxa de entrada este ano, que foi testada no ano passado para os turistas que visitam a cidade por um dia. Eles terão que pagar entre 5 e 10 euros para entrar na cidade durante a alta temporada.
Cerca de 49.000 pessoas vivem no centro histórico de Veneza. Segundo estimativas, mais de 20 milhões de turistas visitam a cidade todos os anos.
rc (AP, DPA, Reuters)
O mês de junho em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Leo Correa/AP/picture alliance
Irã e Israel aceitam cessar-fogo proposto por Trump
Nas primeiras horas da trégua, países se acusaram mutuamente de violá-la. O presidente americano Donald Trump reagiu com irritação: "Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas Israel tem de se acalmar", disse. A advertência parece ter surtido efeito: Israel cancelou um ataque mais amplo contra Teerã e ordenou a volta de seus aviões. (24/06)
Foto: Chip Somodevilla/Getty Images
Em ação sem maiores danos, Irã responde a EUA com mísseis no Catar
Em resposta ao bombardeio dos EUA a instalações nucleares, o Irã disparou mísseis contra uma base militar americana no Catar. A ação – "fraca", nas palavras de Donald Trump, que teria sido avisado com antecedência – não deixou feridos. Segundo o Catar, os mísseis foram interceptados. (23/06)
Foto: Stringer/Anadolu/picture alliance
EUA entram na guerra no Irã e atacam instalações nucleares
Nove dias após início da campanha militar israelense, o presidente Donald Trump anuncia que aviões dos EUA "obliteraram" três instalações nucleares iranianas e ameaça Teerã com mais ataques se regime não aceitar imposição de um acordo. Um dos alvos foi o complexo subterrâneo de Fordo (foto). Ataques foram confirmados pelo Irã, mas a extensão dos danos ainda é desconhecida. (22/06)
EUA enviam bombardeiros, e tensão no Oriente Médio escala
Apontados como os únicos capazes de bombardear alvos subterrâneos de difícil acesso no Irã, aviões americanos B-2 foram enviados a Guam, uma ilha no Pacífico. Embora motivo do deslocamento não estivesse claro, ele ocorreu num momento em que o presidente americano Donald Trump avaliava a possibilidade de interferir diretamente na guerra entre Israel e Irã. (21/06)
Foto: Matrixpictures/picture alliance
Parlamento britânico aprova legalização do suicídio assistido
A câmara baixa do Parlamento do Reino Unido aprovou um projeto de lei que permite a adultos com doenças terminais encerrarem voluntariamente suas vidas. A votação representa um passo rumo à legalização do suicídio assistido, sendo considerada uma das mudanças mais significativas na política social britânica em décadas. O procedimento já é legal em países como Espanha e Áustria. (20/06)
A escalada militar entre Israel e Irã se agravou no sétimo dia do conflito, quando um míssel iraniano provocou danos ao principal hospital do sul de Israel e ataques aéreos israelenses atingiram uma importante instalação nuclear iraniana. O centro médico Soroka, na cidade de Bersebá, foi atingido por um míssil balístico, deixando vários feridos. (19/06)
Foto: Tsafrir Abayov/Anadolu /picture alliance
Milhares protestam na Argentina contra prisão de Cristina Kirchner
Apoiadores da ex-presidente da Argentina saíram às ruas em defesa da líder peronista, que começou a cumprir seis anos de prisão domiciliar por corrupção. Os manifestantes se concentraram em frente à casa do governo argentino e se espalharam pelas ruas vizinhas. Em discurso, Kirchner prometeu "voltar com sabedoria", apesar de não poder mais se candidatar a cargos públicos. (18/06).
Foto: Gustavo Garello/AP Photo/picture alliance
PF indicia Carlos Bolsonaro e Ramagem por "Abin paralela"
A PF concluiu a investigação sobre esquema de espionagem ilegal de celulares na Abin e indiciou mais de 30 pessoas, incluindo o ex-diretor da agência Alexandre Ramagem e o vereador Carlos Bolsonaro. A investigação mira servidores e políticos que teriam monitorado telefones e computadores de desafetos de Jair Bolsonaro durante seu governo. Ele é acusado de se beneficiar do esquema (17/06)
Foto: Fellipe Sampaio/STF
Agência para refugiados da ONU demitirá 3,5 mil funcionários
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) anunciou que cortará 3,5 mil empregos – quase um terço de seus custos com a força de trabalho – devido à escassez de recursos, e reduzirá a escala de sua ajuda em todo o mundo após uma queda no financiamento à ajuda humanitária, principalmente dos recursos vindos dos EUA sob Donald Trump. (16/06)
Foto: Florian Gaertner/IMAGO
Milhares protestam nos EUA contra Trump
Uma multidão tomou as ruas de 2 mil cidades americanas em oposição à gestão de Donald Trump, acusado de autoritário pelos manifestantes. O envio de forças federais para reprimir protestos em Los Angeles na última semana e a convocação de um desfile militar que acontece neste sábado em Washington também pautaram as críticas nos atos apelidados de "No Kings" (Sem Reis). (14/04)
Foto: Yuki Iwamura/AP/dpa/picture alliance
Israel e Irã trocam agressões em escalada militar
Israel lançou um ataque contra instalações nucleares do Irã, matando 78 pessoas, incluindo três dos chefes militares do país e dezenas de civis. A ofensiva desencadeou uma troca de agressões sem precendentes entre os países. Em retaliação, a República Islâmica disparou dezenas de mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém, furando o Domo de Ferro israelense e ferindo 34 pessoas. (13/06)
Foto: Leo Correa/AP/picture alliance
Queda de avião na Índia deixa mais de 200 mortos
Um avião da Air India com 242 pessoas a bordo caiu em uma área residencial logo após decolar perto do aeroporto de Ahmedabad, no oeste da Índia. Apenas um dos passageiros a bordo sobreviveu. A polícia indiana contabiliza ainda outras 24 vítimas que estavam no solo e morreram no momento do acidente. A causa do acidente está sendo investigada (12/06)
Foto: Ajit Solanki/AP Photo/picture alliance
Ajuda humanitária em Gaza na mira de militares israelenses
Pelo menos 21 palestinos morreram enquanto se dirigiam a locais de distribuição de ajuda humanitária em Gaza. Entidades denunciam, além da violência, quantidade insuficiente de alimentos, após meses de bloqueio à entrada de itens básicos por Israel. O exército israelense alegou que disparou "tiros de advertência". O número de palestinos mortos em 20 meses de guerra já supera 55 mil. (11/06)
Foto: Saeed Jaras/Middle East Images/AFP/Getty Images
Réu no STF, Bolsonaro é interrogado em processo da trama golpista
Ao longo de dois dias, ex-presidente e outros sete ex-auxiliares acusados de integrar "núcleo crucial" da trama golpista depuseram na Primeira Turma. Político negou ter discutido planos de golpe após perder a eleição e disse que só debateu medidas constitucionais com militares, mas que não editou "minuta do golpe". (10/06)
Foto: Fellipe Sampaio/STF
Israel detém barco que levava Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila
A Marinha de Israel interceptou um barco que tentava levar ajuda humanitária a Gaza. O veleiro Madleen, da iniciativa internacional Flotilha da Liberdade, levava 12 ativistas a bordo. Eles foram escoltados até um porto e, segundo o governo israelense, serão deportados. (09/06)
Trump chama militares para reprimir protestos na Califórnia contra prisão de imigrantes
O presidente americano Donald Trump enviou militares da Guarda Nacional a Los Angeles para conter protestos que eclodiram na esteira de uma série de operações de detenção de supostos migrantes irregulares. A medida não tem apoio do governo do estado da Califórnia, que acusou Trump de tentar provocar uma crise. (08/06)
Foto: Frederic J. Brown/AFP
Rússia amplia ataques contra 2ª maior cidade da Ucrânia
A Rússia executou diversos ataques no centro de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, deixando cinco civis mortos e mais de 61 feridos, incluindo um bebê e uma adolescente de 14 anos. Bombas planadoras, um míssil e 53 drones atingiram prédios residenciais. O prefeito do município classificou a ação como o ataque mais severo desde o início da guerra. (07/06)
Foto: Sofiia Gatilova/REUTERS
Marcelo livre
Um juiz americano determinou a libertação do estudante brasileiro Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, que chegou aos Estados Unidos com cinco anos de idade e foi detido pelo Serviço de Imigração (ICE) a caminho de um treino de vôlei. Ele ficou preso por cinco dias, durante os quais dormiu em chão de concreto, sem acesso a chuveiro, acompanhado de homens com o dobro da sua idade. (06/06)
Foto: Rodrique Ngowi/AP
Musk e Trump trocam insultos e rompem relações
Bilionário que atuou como conselheiro da Casa Branca criticou projeto de lei de Orçamento de Trump que prevê cortes de impostos e aumento de gastos batizado pelo presidente como "Big Beautiful Bill". Musk chegou a endossar impeachment de Trump e associou presidente ao pedófilo Jeffrey Epstein. Trump reagiu dizendo que Musk "enlouqueceu" e ameaçou cortar contratos da SpaceX com governo. (05/06)
Foto: Nathan Howard/REUTERS
Moraes ordena prisão de Carla Zambelli após deputada deixar o país
O ministro do STF acatou pedido da PGR de prisão preventiva contra a deputada federal e determinou a inclusão dela na lista de procurados da Interpol. Moraes determinou bloqueio de salários, bens, contas bancárias e perfis em redes sociais. Parlamentar deixou o país após ser condenada a 10 anos de prisão e à perda de mandato por envolvimento na invasão do CNJ. (04/06)
Foto: Adriano Machado/REUTERS
Governo da Holanda desmorona após saída de ultradireitista
Alegando insatisfação com a política migratória, Gert Wilders – também conhecido como "Trump holandês" – e seu partido deixaram coalizão de governo, levando primeiro-ministro Dick Schoof (foto) à renúncia após menos de um ano de mandato. Sem maioria no parlamento, Schoof permanecerá interinamente no cargo até a realização de novas eleições e formação de um novo gabinete. (03/06)
Foto: Peter Dejong/AP/picture alliance
Conservador Karol Nawrocki vence eleição presidencial na Polônia
Resultado é derrota para o governo do primeiro-ministro Donald Tusk e deve dificultar andamento de políticas pró-União Europeia. Apoiado pelo partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), Nawrocki poderá vetar leis e desgastar o governo com bloqueios no Parlamento. Aliança frágil de Tusk pode não resistir até 2027. (02/06)
Foto: Czarek Sokolowski/AP/dpa/picture alliance
Ucrânia destrói aviões de guerra da Rússia em ataque massivo de drones
Na véspera de uma nova rodada de negociações de paz, Ucrânia e Rússia intensificaram sua ofensiva militar e protagonizaram ataques sem precedentes. Enquanto, Kiev destruiu 41 aviões militares na Sibéria, ofensiva de maior alcance no território russo em três anos de guerra, Moscou lançou número recorde de drones contra território ucraniano. (1º/06)