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Caso Odebrecht: repórteres brasileiros detidos na Venezuela

12 de fevereiro de 2017

Jornalistas são detidos por algumas horas no oeste do país enquanto apuravam matéria, ao lado de dois venezuelanos, sobre uma obra não concluída da construtora brasileira.

Brasilien der hauptsitz von Odebrecht in Sao Paulo
Sede da empresa em São Paulo: subornos na Venezuela chegariam a 98 milhões de dólaresFoto: Reuters/P. Whitaker

As autoridades da Venezuela detiveram neste sábado (11/02) no estado de Zulia, no oeste do país, dois jornalistas brasileiros e outros dois venezuelanos que faziam uma matéria sobre uma obra não concluída da construtora Odebrecht.

Segundo a ONG Transparência Venezuela, eles foram liberados no início da madrugada deste domingo. Os brasileiros são o repórter Leandro Stoliar, da Rede Record, e o cinegrafista Gilzon Souza de Oliveira. Já os venezuelanos são Jesus Urbina e María José Túa, coordenadores da ONG.

Os quatro estavam gravando imagens da chamada ponte de Nigale, uma estrutura prometida em 2005 pelo então presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e até hoje não concluída. Ela seria uma segunda opção para passagem de veículos sobre o Lago de Maracaibo.

Segundo Ruiz, funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) ordenaram que os quatro jornalistas se dirigissem, escoltados, até a sede do órgão no estado para uma "entrevista".

"Eles mandaram os jornalistas irem em seu próprio carro, depois comunicaram que iriam rumo ao Sebin e retiraram os celulares deles. Eles não têm advogados", disse o sindicalista, explicando que os brasileiros chegaram ao país na última quarta-feira.

As informações também foram divulgadas pela ONG Transparência Venezuela no Twitter. A organização classificou a prisão de "sequestro".

Em comunicado, a TV Record disse que os jornalistas "foram perseguidos e detidos, sem explicação, na cidade de Maracaibo" e tiveram "seus celulares, equipamentos e pertences pessoais apreendidos por homens que se identificaram como integrantes do Sebin".

"A RecordTV repudia esta atitude violenta e radical que fere a liberdade de imprensa e exige a imediata liberação dos profissionais e a devolução de todo o material apreendido", diz o texto

O Parlamento venezuelano aprovou na semana passada a investigação do caso Odebrecht. Os representantes legais da empreiteira brasileira no país foram convocados para prestar esclarecimentos.

Segundo declaração do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a Odebrecht pagou subornos na Venezuela que chegaram a 98 milhões de dólares, ficando atrás apenas do Brasil. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se comprometeu a concluir as obras da empreiteira no país.

Maduro pediu ao Ministério Público e ao Poder Judiciário do país que prenda as pessoas que receberam propinas da construtora Odebrecht na Venezuela. "Dou todo meu apoio para que façam justiça no caso da Odebrecht e mandem para a prisão as pessoas que receberam subornos", afirmou o presidente neste domingo.

RPR/efe