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Casos de malária aumentam 63% no Brasil

20 de novembro de 2018

Organização Mundial da Saúde aponta que 42 milhões de brasileiros correm risco de contrair a doença. Incidência também explodiu na Venezuela, com alta de 71%.

Mücke Malaria
Segundo a OMS, 30 brasileiros morreram após contraírem a doença em 2017Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul

O número de casos de malária no Brasil subiu 63% em 2017 em relação ao ano anterior. Segundo relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta segunda-feira (19/11), o Brasil registrou 217.928 casos no ano passado, ante 133.591 em 2016.

De acordo com a organização, 42 milhões de brasileiros correm o risco de contrair a doença – 4,8 milhões com risco grave. De acordo com dados do governo brasileiro, a maioria dos casos registrados em 2017 se concentrou na região Norte.

O número de mortes causadas pela doença, no entanto, registrou queda. Segundo a OMS, 30 brasileiros morreram após contraírem a doença em 2017. Em 2016 havia sido 35. Em 2010, 76 pessoas morreram por causa da malária no Brasil.

De acordo com a OMS, a situação do Brasil e de outros países acabou piorando a média de casos registrados na região das Américas da OMS. Em toda a região há 138 milhões de pessoas com risco de contrair a doença, potencialmente mortal, mas evitável e curável.

O caso da Venezuela é o mais grave. O país que enfrenta graves problemas econômicos e políticos sob o regime chavista viu o número de casos de malária em 2017 saltar 71% em relação a 2016. Em 2017, 519 mil pessoas contraíram a doença no país. Em 2010 havia sido 57 mil.

Ainda segundo a OMS, 10,9 milhões de venezuelanos correm o risco de contrair malária – numa população de 32 milhões. Em 2017, o país registrou 790 mortes provocadas pela doença. Em abril, a OMS já tinha anunciado que a Venezuela registrava o maior aumento de casos de malária no mundo. Em 2010, 90 venezuelanos haviam morrido por causa da doença.

Mundo

No mundo, o número de casos da doença também aumentou. Em 2017 foram registrados 219 milhões de casos, ante 217 milhões em 2016. Do total de 2017, 200 milhões de casos – 92% do total – foram registrados no continente africano.

No entanto, o número continua abaixo daquele registrado no início da década. Em 2010, a quantidade de pessoas que contraíram a doença foi de 239 milhões.

Apesar disso, o número de mortes caiu. Segundo a organização, 435 mil pessoas morreram de malária em 2017, número que representa uma queda de 3,5% em relação a 2016. Das vítimas, 403 mil morreram no continente africano — 93% do total global.

Apesar do aumento na incidência da doença no mundo, a OMS também destacou alguns pontos positivos na luta contra a malária. Em 2018, a organização certificou o Paraguai como livre de malária. Os paraguaios se juntaram assim a outros países da região que possuem o certificado, como Cuba, que não registra casos locais de Malária desde os anos 1970.

Outros três países — Argélia, Argentina e Uzbequistão — também pediram essa certificação à OMS em 2017. Em 2017, China e El Salvador relataram zero casos. Para conseguir esse status é preciso não possuir notificações não importadas da doença por três anos seguidos.

JPS/ots/efe

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