Quase mil casos da doença foram registrados no país em 2017. Lacuna na vacinação de jovens e adultos e negligência na segunda dose para crianças ajudam a explicar surtos recentes de sarampo.
Anúncio
Em 2017, 929 casos de sarampo foram registrados na Alemanha, de acordo com o boletim do Instituto Robert Koch (RKI) divulgado nesta sexta-feira (17/08). O número é quase três vezes maior do que em 2016, quando foram reportadas 325 infecções.
A maioria dos casos, 520, foi registrado no estado Renânia do Norte-Vestfália. Segundo o boletim, até junho deste ano, 387 casos de sarampo já foram reportados. O número é menor do que o do mesmo período de 2017.
Desde 2001, a Alemanha adota o registro obrigatório de casos da doença. Com o aumento do índice de vacinação, as infecções têm diminuído nos últimos anos. Porém, o país ainda está abaixo da meta de 95% estipulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para erradicar a doença.
Principalmente, a segunda dose da vacina, recomendada antes do segundo aniversário da criança, costuma ser negligenciada e aplicada tarde demais. A lacuna na vacinação de jovens e adultos também ajuda a explicar os surtos recentes da doença. O maior deles ocorreu em 2015, quando 2464 casos de sarampo foram registrados na Alemanha.
A diretora do Centro Alemão para Educação em Saúde (BZgA), Heidrun Thaiss, fez um alerta sobre uma "ignorância perigosa" relacionada ao sarampo. Muitos pais acreditam que os filhos deveriam contrair a doença para fortalecer seu sistema imunológico. "O sarampo pode ter consequências dramáticas e levar a morte", ressaltou Thaiss numa entrevista ao grupo de mídia alemão Funke.
Segundo um estudo do BZgA, entre 2% e 4% da população se recusam a tomar vacinas ou imunizar seus filhos. Quase um terço dos alemães tem medo de possíveis reações à vacina.
Muito comum na infância, o sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral e extremamente contagiosa, transmitida por secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou mesmo respirar. Entre os principais sintomas da doença estão febre, tosse, manchas brancas do lado de dentro da boca, além de coriza e conjuntivite. O vírus pode ser fatal. Em alguns países é a principal causa de morte de crianças menores de 5 anos.
No Brasil, o sarampo já havia sido erradicado em 2016. O país, porém, enfrenta neste ano um surto da doença que foi ocasionado pela importação do vírus que veio da Venezuela. Casos foram registrados no Amazonas, Roraima, Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
CN/dpa/afp/ots
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.