1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Castelo de Colditz

30 de abril de 2011

Castelo de Colditz reina sobre a paisagem. Durante a 2ª Guerra Mundial, Hitler mandou prender ali oficiais aliados de alto escalão. A prisão de Colditz era tida como segura, de fuga impossível, mas na verdade não era.

Castelo de Colditz é mais conhecido pelos britânicosFoto: Cornelia Kasten
Poucas pessoas na Alemanha conhecem Colditz. A cidade de apenas 5 mil habitantes não está localizada muito longe de Leipzig e fica às margens do rio Mulde que, às vezes, ocupa as manchetes dos jornais devido às suas enchentes.
Mas em países de língua inglesa, Colditz é bastante conhecida. "Em Londres, por exemplo, uma em cada três pessoas sabe o que é Colditz, onde fica e o seu significado", disse um morador da pequena cidade alemã. No Reino Unido, a fama do Castelo de Colditz se deve à Segunda Guerra Mundial.
Área isolada
Durante a Segunda Guerra, as Forças Armadas alemãs (Wehrmacht) consideravam Colditz o local ideal para abrigar prisioneiros de guerra ingleses, franceses, poloneses, holandeses e belgas.
Muitos desses presos já tentaram fugir de outras prisões. Eram enviados, então, a Colditz, local tido como seguro devido aos altos rochedos e ao seu isolamento no interior da Alemanha.
Prisioneiros de Colditz não trabalhavam. Faziam teatro e praticavam esportesFoto: Gesellschaft Schloss Colditz
"Colditz se localizava em algum lugar de lugar nenhum", explica Steffi Schubert, guia turística do castelo. Ela se especializou em visitas guiadas para turistas de língua inglesa. "Para muitos, a visita é um sonho que se torna realidade, depois de terem visto Colditz em filmes ou lido a respeito em algum livro, então eles se encontram finalmente aqui. E querem saber todos os detalhes", completa a guia.
O campo de prisioneiros entrou para a história com o nome de "Oflag IV C". Entre 1941 e 1945, cerca de 1.500 oficiais aliados foram levados a Colditz, entre eles, também celebridades como Giles Romilly, sobrinho de Winston Churchill, ou membros da realeza britânica. O castelo se tornou importante para o esforço de guerra.
Histórias de fuga
Para a maior parte dos prisioneiros no castelo, fugir ou auxiliar outros na fuga era quase uma obrigação. Foram registradas mais de 300 tentativas de fuga. Dessas, 31 deram certo. A intenção era, em primeiro lugar, chegar à Suíça, que era território neutro. Mas o caminho até lá era longo.
Oficial vestido de mulherFoto: Gesellschaft Schloss Colditz
Os presos imaginavam todo tipo de fuga possível: fantasiavam-se, colocavam bonecos de papelão em locais estratégicos na hora da contagem de prisioneiros para tentar enganar os nazistas, escondiam-se em caixas e sacos do correio, serravam as barras das grades, escalavam muros e terraços, faziam cordas com lençóis. E eles também cavaram muitos túneis.
Certo dia, um prisioneiro de nome Boulé recebeu uma peruca loira de sua esposa. Vestindo uma roupa de mulher, costurada por outros presos, Boulé tentou fugir. Porém exatamente no momento da fuga, alguns outros reclusos voltavam do parque e viram a suposta mulher.
Um deles notou que a "dama" perdera seu relógio. "Senhorita, seu relógio", disse o preso. A moça não reagiu e por isso foi seguida por um soldado que então reconheceu Boulé e tirou dele o sonho de fugir do Castelo de Colditz.
As tentativas de fuga eram castigadas com até quatro semanas de isolamento. Tempo suficiente para pensar no próximo plano de escapada. Os oficiais detidos eram geralmente bem tratados. O regulamento da Convenção de Genebra era respeitado. Os prisioneiros não precisavam trabalhar. Eles tinham um grupo de teatro, aprendiam idiomas, davam palestras e praticavam esporte.
Indústria da mídia
O castelo ficou conhecido, sobretudo, por causa de Pat Reid. O inglês conseguiu fugir do campo de prisioneiros por um buraco feito no porão. Sua fuga desencadeou uma verdadeira "colditzmania" na Inglaterra, uma mania que sobrevive até hoje: suas memórias foram encenadas pela Warner Brothers, a BBC fez filmes sobre o Castelo de Colditz. Existe até mesmo um jogo de mesa sobre o tema: Escape from Colditz (fuga de Colditz, em tradução livre).
Rádio descoberta no sótãoFoto: Cornelia Kasten
Principalmente os britânicos visitam Colditz. Todos os anos, o castelo recebe de 15 a 20 mil visitantes do Reino Unido. Os turistas querem conhecer os cenários reais de seus heróis – que são muitos em Colditz.
O castelo vem sendo reformado há anos e, assim, descobrem-se regularmente novos fatos e objetos. Nesse contexto, foi encontrada uma estação de rádio no sótão do edifício, construída pelos detentos.
Até agora, somente 40% do palácio pode ser visitado: uma parte serve como albergue da juventude, outra como conservatório de música. Existe ainda o Museu da fuga e a sede da Sociedade Castelo de Colditz.
Plano de fuga espetacular
Provavelmente o plano de fuga mais espetacular teria sido saltar do telhado do castelo com um planador. Os reclusos levaram mais de um ano e meio para construir secretamente uma espécie de avião com tábuas de assoalho e roupa de cama, que eles enrijeciam com o mingau do café da manhã.
Mas o equipamento nunca chegou a ser utilizado, porque no dia 16 de abril de 1945 todos foram libertados pelos norte-americanos. O planador foi reconstruído, mais tarde, no Reino Unido, e está hoje no Museu Imperial da Guerra, em Londres. Outra réplica do objeto, construída pelos alemães, se encontra no Castelo de Colditz, justamente no lugar de onde deveria partir.
Autora: Susanne von Schenck (br)
Revisão: Carlos Albuquerque
Pular a seção Mais sobre este assunto