Castelo de Schwerin é novo Patrimônio Mundial da Unesco
Publicado 28 de julho de 2024Última atualização 28 de julho de 2024
Local em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental sobreviveu intacto à Segunda Guerra e hoje abriga museu e parlamento estadual. No Brasil, Lençóis Maranhenses também ganharam título.
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O Castelo de Schwerin, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, na Alemanha, ganhou neste sábado (28/07) o título de Patrimônio Mundial da Unesco, órgão das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Com isso, o conjunto arquitetônico e seus jardins, que se estendem por parte do centro histórico de Schwerin, agora fazem parte da prestigiosa lista da Unesco que inclui maravilhas arquitetônicas como o Taj Mahal, na Índia, a Muralha da China, as Pirâmides de Gizé, no Egito, as ruínas da cidade inca de Machu Picchu, no Peru, e a Acrópolis de Atena, na Grécia.
A decisão foi anunciada durante a 46ª sessão do comitê da Unesco, que continua até o fim do mês em Nova Délhi, na Índia.
O Castelo de Schwerin é o 54º local da Alemanha a figurar na lista da Unesco, que inclui mais de 1,2 mil atrações naturais, arquitetônicas e históricas ao redor do mundo.
Castelo tem mais de 30 edificações, anexos e jardins
O reconhecimento da Unesco vale não só para o castelo em si, mas também para todo o complexo de edificações que faz parte da obra arquitetônica: teatro, igrejas, instalações militares, uma estação de trem, uma escola para funcionários públicos, residências e um estábulo, além dos jardins.
Em comunicado, a Unesco afirma que o complexo é um dos símbolos mais recentes da arte da construção de castelos na Europa do século 19.
"A interação dos estilos arquitetônicos, edifícios e parques forma uma obra de arte harmoniosa, que reflete toda a infraestrutura da vida da corte e a estética romântica do século 19", afirmou o órgão.
Hoje, o castelo abriga o parlamento estadual de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e um museu.
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Lençóis Maranhenses também estão na lista
A Unesco anunciou neste sábado outras 12 inclusões da lista de Patrimônio Mundial, como a Via Ápia, na Itália – uma das principais estradas da Roma antiga – e dois locais na África do Sul que fazem parte da memória do apartheid.
Na sexta-feira, foi a vez do Brasil, que teve o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade.
Famoso pelas lagoas cristalinas que se formam entre as dunas brancas no período de chuvas, o parque é o maior campo de dunas da América do Sul, com 155 mil hectares – maior que a cidade de São Paulo –, e está em uma zona de transição dos biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia, a cerca de 250 quilômetros de São Luís do Maranhão. É composto por áreas de restinga, campos de dunas livres e costa oceânica.
O parque, que existe há mais de 40 anos, é atualmente gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A inclusão na lista da Unesco se deu porque, além da beleza natural, o parque tem importância geológica e é essencial à conservação da biodiversidade local, inclusive de espécies ameaçadas.
O dossiê de candidatura dos Lençóis Maranhenses foi encaminhado em 2018.
Com isso, o Brasil possui agora 24 sítios considerados patrimônio mundial, sendo oito deles naturais: além dos Lençóis, completam a lista o Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu; as reservas de Mata Atlântica, em São Paulo e Paraná; a Costa do Descobrimento, na Bahia e Espírito Santo; as áreas Protegidas da Amazônia Central e do Pantanal; a Chapada dos Veadeiros e o Parque Nacional das Emas, em Goiás; além do arquipélago de Fernando de Noronha e o Atol das Rocas.
ra (Agência Brasil, dpa, ots)
Geoparques Globais da Unesco no Brasil
Os Geoparques Globais da Unesco buscam preservar o patrimônio geológico promovendo o desenvolvimento econômico das regiões. Atualmente, o Brasil possui cinco territórios com o reconhecimento.
Foto: Cleusa Jung
Trabalho de campo geossítio fossilífero Janner
A região da Quarta Colônia é uma área chave no cenário paleontológico internacional do período Triássico, e foi palco de descobertas como o Staurikosaurus pricei, o primeiro dinossauro brasileiro e um dos mais antigos dinossauros do mundo. Conta com 11 geossítios fossilíferos dedicados à pesquisa científica que ainda não são abertos a visitação.
Foto: Geopark archive
Geossítio Mina Brejuí: Geoparque Seridó
A cidade de Currais Novos (RN) no território Geoparque Seridó possui uma mina de scheelita com galerias abertas à visitação. A Mina Brejuí já foi a principal mina do tipo na América do Sul. Geologicamente, o complexo da mina está correlacionado com a Formação Jucurutu.
Foto: Silas Costa
Floresta Petrificada do Cariri, Geoparque Araripe
A Bacia do Araripe está inserida no Sertão nordestino, de clima semiárido, onde a terra é usada para plantio e pastagem de gado Em tempos pré-históricos, no entanto, era cenário de uma densa floresta com abundância de água. É possível ver troncos de pinheiros petrificados que datam do final do Período Jurássico, com cerca de 140 milhões de anos,
Foto: Geopark archive
Celebração da imigração italiana no Geoparque Quarta Colônia
O objetivo do programa Geoparques Globais é explorar os vínculos do patrimônio geológico com aspectos culturais das áreas, envolvendo as comunidades e promovendo o desenvolvimento econômico das regiões. Os patrimônios culturais materiais e imateriais também inserem-se nas ações dos geoparques.
Foto: Geopark archive
Artesão de Santana do Cariri: Geoparque Araripe
Muitos geoparques auxiliam comunidades locais a gerar renda a partir das suas expertises locais, como artesanato e culinária. Oficinas de temas diversos e confecção de geoprodutos são parte dessa estratégia.
Foto: Geopark archive
Geossítio de tipo litológico: Geoparque Quarta Colônia
O geoturismo segue uma tendência mundial de busca por atrações naturais na hora de viajar. A modalidade alia a busca de conhecimento sobre aspectos geológicos com a apreciação de paisagens. Passeios de barco, caiaque, rapel, voos de parapente, entre outras atividades de aventura também atraem visitantes aos territórios.
Foto: Cleusa Jung
Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica: Geoparque Quarta Colônia
No geoparque é possível visitar a mostra paleontológica que expõe a reconstrução de dinossauros encontrados na região. Entre eles destaca-se o Bagualosaurus, um dos maiores e mais antigos fósseis de dinossauro pescoçudo do mundo, com cerca de 230 milhões de anos. O fóssil ajudou cientistas a desvendar lacunas na evolução de dinossauros herbívoros.
Foto: Geopark archive
Marmitas do Rio Carnaúba: Geoparque Seridó
Marmitas são um tipo de feição geomorfológica com origem na erosão fluvial, e no Geoparque Seridó elas podem ser observadas em dimensões métricas. Sinalização e infraestrutura são os grandes desafios para atrair visitantes aos geossítios.
Foto: Getson Luís
Exposição do fóssil Ubirajara Jubatus no Geoparque Araripe.
O Geoparque do Araripe promove ações de conscientização sobre fósseis enquanto patrimônio público. Uma conquista recente da região foi a devolução do fóssil de dinossauro Ubirajara Jubatus, levado de forma irregular para a Alemanha em 1995 e repatriado em junho de 2023. O fóssil encontrado na Bacia do Araripe é considerado o primeiro dinossauro não voador com penas encontrado na América Latina.
Foto: Diego Monteiro
Atividade educacional no Geoparque Araripe
Uma ação amplamente realizada por todos os geoparques é a elaboração de materiais paradidáticos, como livros infantis e cartilhas, que contam com o suporte de geólogos e especialistas e são distribuídos à população ou vendidos às prefeituras. Esses materiais adaptam a linguagem acadêmica tornando-a mais acessível.