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Wiesbaden

11 de junho de 2008

Mistura de castelo, parque e museu, o espaço Freudenberg, em Wiesbaden, se autodefine como um "campo de experiências sensoriais". Para o deleite não só das crianças, mas também dos adultos.

Luz, sons e cheiros: o Castelo Freudenberg propicia ao visitante sensações das quais ele se esquece no dia-a-diaFoto: Stefan Detemple/Schloss Freudenberg

Conforme explica a diretora do Castelo Freudenberg, Beatrice Dastis Schenk, a função do parque-museu, localizado em Wiesbaden, é ser um espaço educacional no sentido mais amplo do termo: um lugar onde se possa "ver e construir imagens, descobrir sua própria imagem e imaginar".

A idéia do museu surgiu 15 anos atrás, a partir das teorias de Hugo Kükelhaus (1900–1984) – marceneiro, escritor, filósofo, artista, pedagogo e ex-professor de Dastis Schenk. Um dos primeiros livros escritos por Kükelhaus levava o título Fassen, Fühlen, Bilden (Tatear, Sentir, Construir), premissas que guiam hoje o trabalho no castelo em Wiesbaden.

Dos 3 aos 103 anos

A partir de um projeto alternativo, foi sendo criada, aos poucos, a hoje sólida estrutura voltada para pequenos e grandes visitantes – "dos 3 aos 103 anos", segundo os organizadores. Ali é possível, por exemplo, moer cereais e fazer e assar seu próprio pão, à beira de uma fogueira, no enorme parque que circunda o museu.

Ou embarcar numa viagem à escuridão, seguindo um percurso cheio de obstáculos, onde não se enxerga nem um palmo à frente do nariz. Ou mergulhar as mãos em recipientes fechados, sem saber o que está lá dentro. E sem medo do que se vai tatear.

Não só as crianças aprendemFoto: David Bascom/Schloss Freudenberg

Ou sentir a vibração do som, ao se posicionar bem atrás de um gongo dentro de uma instalação sonora. Além disso, andar descalço ou exercitar o equilíbrio em cima de um monociclo ou de pernas de pau também pode fazer parte do campo de experiências sensoriais no castelo.

Já para os que se interessam pelas teorias que se escondem por detrás do conceito Freudenberg, há nas paredes e no teto (de pé-direito altíssimo) citações da Doutrina das Cores, de J. W. Goethe, ou referências às teorias de Joseph Beuys em relação ao caráter de interação imediata entre a arte e o observador.

Viagem ao paladar

A grupos de escolares, o castelo oferece ainda tardes temáticas, com demonstrações concretas acerca dos fundamentos da ótica, mecânica, acústica, entre outras disciplinas. E em vários idiomas: além do alemão, o acompanhamento de grupos também pode se dar em inglês, francês, holandês, italiano, dinamarquês e russo.

Já aos adultos, o Nachtbar (bar noturno) oferece refeições no escuro, servidas por deficientes visuais que trabalham no restaurante como garçons. Na escuridão, a promessa é de uma verdadeira "viagem ao paladar", na qual é possível sentir mais intensamente todo tipo de gosto: do frescor da hortelã ao super amargo, por exemplo. Além de que, no escuro, é possível se ater muito mais aos odores da comida.

Independente do olhar: tateando para descobrirFoto: Roger Richter/Schloss Freudenberg

Outra peculiaridade que atrai o visitante no castelo é a disponibilidade e amabilidade dos monitores, já logo na entrada. Metade das pessoas envolvidas no projeto Schloss Freudenberg estão, de alguma forma, em contato direto com quem chega. Seja oferecendo visitas guiadas, explicando as obras expostas ou simplesmente acompanhando a "padaria improvisada" do lado de fora, no parque.

Festa dos sentidos

Não por acaso, o castelo já foi descoberto por empresários, que alugam o espaço para oferecer seminários de experiências sensoriais a seus funcionários e lideranças. São grupos de profissionais que, muitas vezes, já se esqueceram por completo das mais primordiais sensações, como perder o equilíbrio no escuro ou andar descalço e sentir areia sob os próprios pés. Provando que, para participar da "festa dos sentidos", a idade não importa. (sv)

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