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Castro reforça pedido para fim de embargo a Cuba

28 de janeiro de 2015

Durante cúpula dos Estados latino-americanos na Costa Rica, presidente cubano apela para fim do bloqueio dos EUA. Caso contrário, afirma, aproximação com Washington "não faz sentido".

Raul Castro
Foto: picture-alliance/dpa/L. Alvarado

O presidente de Cuba, Raúl Castro, fez um apelo ao governo dos Estados Unidos nesta quarta-feira (28/10) para que coloque um fim ao bloqueio econômico contra a ilha caribenha, pois, caso contrário, a aproximação diplomática entre Havana e Washington "não terá sentido".

O pedido foi feito no primeiro dia de sessões da cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac), realizada em Heredia, na Costa Rica.

Castro disse ainda que o presidente americano, Barack Obama, poderia usar seus poderes executivos para amenizar o embargo, que já dura 50 anos, estendendo ao resto da economia cubana medidas já anunciadas para empresas de telecomunicação.

Há algumas semanas, o governo dos EUA anunciou que autorizaria o envio de equipamentos e infraestrutura de telecomunicação de empresas americanas à ilha.

O chefe do governo cubano lembrou que no dia 17 de dezembro os dois governos anunciaram a decisão de restabelecer canais diplomáticos e que, posteriormente, as duas partes iniciaram conversas em Havana. Mas, até agora, "o problema principal ainda não foi resolvido".

"O bloqueio econômico e financeiro, que provoca enormes danos econômicos e é uma violação do direito internacional, precisa acabar", afirmou Castro em sua primeira manifestação pública após o encontro entre altos representantes dos EUA e de Cuba em Havana, na semana passada.

Castro ressaltou que as negociações na capital cubana puderam avançar porque os dois países se trataram "com respeito, como iguais. Para seguir avançando, é preciso ser assim".

O presidente cubano garantiu que pretende ter uma "convivência civilizada" com os EUA, baseada no respeito às diferenças e na cooperação, mas sem que isso signifique "negociar aspectos de nossos assuntos internos absolutamente soberanos".

"Isso [a aproximação] não será possível enquanto existir bloqueio, não se devolver o território ocupado ilegalmente pela base naval de Guantánamo, não cessarem as transmissões de rádio e TV e não houver uma compensação justa a nosso povo pelos danos humanos e econômicos que sofreu", afirmou o líder cubano.

Para Castro, as medidas anunciadas até agora são "limitadas", já que persistem as proibições a Cuba sobre crédito e uso de dólar em transações financeiras internacionais. Ele já admitiu, porém, estar ciente que o fim total do embargo americano será um caminho longo e difícil.

MSB/ap/rtr/afp

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