Cavidade de grandes proporções ameaça geleira na Antártida
1 de fevereiro de 2019
Radares revelam enorme cavidade sob o gelo, o que indica que pesquisadores vinham subestimando ritmo de derretimento de geleira do tamanho da Flórida que é responsável por 4% do atual aumento do nível do mar.
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Cientistas descobriram uma imensa cavidade na base da geleira Thwaites, na Antártida Ocidental, cuja acelerada taxa de crescimento surpreendeu. Segundo estudo publicado nesta semana pela revista científica Science Advances, a cavidade tem quatro quilômetros de largura, dez quilômetros de extensão e 350 metros de altura.
Os cientistas já suspeitavam da existência de vãos entre a geleira e a base rochosa do Thwaites, por onde passa água do oceano que derrete o gelo de baixo para cima. Contudo, satélites com radares capazes de penetrar o gelo revelaram um espaço muito maior que o esperado.
"[O tamanho de] uma cavidade abaixo de uma geleira tem um papel importante no derretimento", disse o principal autor do estudo, Pietro Mililo, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. "Quanto mais calor e água conseguem chegar embaixo da geleira, mais rápido ele derrete."
Parte do projeto Operation IceBridge, da Nasa, os satélites mostraram que a cavidade tem capacidade para abrigar 14 bilhões de toneladas de gelo, mas a maior parte dele derreteu nos últimos três anos.
Também foram usadas espaçonaves italianas e alemãs equipadas com radares que conseguem medir as mudanças sob a geleira por comparação entre imagens. O uso das ferramentas mostrou que a geleira está descolando da sua base rochosa desde 1992.
Anteriormente, os modelos usados pelos cientistas usavam uma forma fixa para representar a cavidade, sem considerar alterações e aumento de tamanho, o que os levava a subestimar a velocidade do derretimento.
Com tamanho total semelhante ao do estado da Flórida, nos Estados Unidos, a geleira é atualmente responsável por cerca de 4% do aumento do nível do mar. Caso ele derreta totalmente, o mar subiria 65 centímetros. Se o mesmo ocorrer com geleiras vizinhas que atualmente são contidos pelo Thwaites, o avanço seria de 2,4 metros.
"Entender os detalhes de como o oceano derrete essa geleira é essencial para projetar o seu impacto no aumento do nível do mar nas próximas décadas", disse o coautor do estudo Eric Rignot, da Universidade da Califórnia, Irvine, e do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
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Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
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Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
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Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
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Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.