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CeBIT

Agências (ca)1 de março de 2009

A maior feira mundial do setor de tecnologia de informação abre suas portas em Hannover, apostando nas possibilidades oferecidas pela internet e na ajuda do setor público para combater a crise financeira.

CeBIT vivencia tempos difíceisFoto: picture-alliance/ dpa

A partir da próxima terça-feira (03/03), a CeBIT abre mais uma vez suas portas, em Hannover. Em 2009, a maior feira mundial do setor de tecnologia de informação (TI) e comunicação aborda a TI ecológica, a internet móvel de alta velocidade, a TI no setor de saúde e a importância da internet para a sociedade em geral.

Neste ano, a Deutsche Messe, organizadora da feira, dedica atenção especial ao fenômeno que denominou de webciety (neologismo significando "sociedade da rede"). Hoje, os contatos não são feitos somente por e-mails, mas através de uma série de assim chamadas redes sociais na internet – Orkut, Myspace, Facebook, etc.

Segundo a organização da feira, a webciety levou a "mudanças radicais na economia e na sociedade". Por esse motivo, o "país" parceiro da feira deste ano é a Califórnia. O estado norte-americano abriga o Silicon Valley, representando, assim, o coração da internet.

Para celebrar a parceria, o atual governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, estará presente na cerimônia de abertura da feira. No entanto, atrás da webciety e da presença do ex-astro de filmes de ação hollywoodianos, está o desejo da organização da CeBIT de atrair empresas do setor de internet que ainda não participaram da feira.

Queda de 25% do número de expositores

Califórnia é 'país' parceiroFoto: picture-alliance/ dpa

Pois, até mesmo no setor de TI, os sinais da crise econômica estão presentes. Neste ano, a CeBIT apresentou queda de 25% do número de expositores em relação ao ano passado. No entanto, segundo os organizadores, principalmente os pequenos fabricantes asiáticos faltariam ao evento deste ano, e as grandes empresas estariam novamente presentes. No entanto, Toshiba e Samsung, grandes nomes do setor de TI e comunicação, não montarão estande na CeBIT de 2009.

A concorrência é grande no setor. Muitas empresas de telefonia móvel, como a O2 e a Ericsson preferiram expor suas novidades na recente Mobile World Congress, em Barcelona. A Deutsche Messe afirma, todavia, que o número de 4,3 mil expositores da feira deste ano seria um sucesso, considerando a atual crise econômica global. Neste ano, o número de expositores na CeBIT retrocedeu ao nível de 1990.

Setor público deverá investir em TI

Mesmo que a crise não tenha atingido o ramo de tecnologia de informação e comunicação de forma tão drástica como o setor automotivo, os prognósticos não são os melhores. Segundo pesquisas de mercado, no último trimestre de 2008 a taxa de crescimento do mercado mundial de computadores pessoais sofreu uma grande queda.

Apesar dos bons negócios do Natal, o setor da eletrônica de entretenimento também não deverá escapar ileso no decorrer do ano. Porém, segundo o instituto de pesquisas mercadológicas Gartner, apesar da crise o mercado de infraestrutura de TI deverá apresentar um bom desenvolvimento.

"A indústria de tecnologia de ponta vai bem, em comparação com outros setores", comentou Bernhard Rohleder, diretor executivo da Bitkom, a Associação Alemã das Empresas de Informação, Telecomunicação e Novas Mídias. Segundo Rohleder, o setor teria um papel-chave na superação da atual crise. Muitas pequenas e grandes empresas estariam investindo em novos sistemas de TI para diminuir custos e se tornar mais competitivas, afirmou.

O instituto Gartner calcula que o maior acréscimo de investimentos em TI deverá partir do setor público, principalmente na área de saúde. Uma pesquisa mundial entre mais de 3,6 mil autoridades do setor de TI constatou, no entanto, que os gastos em TI, em 2009, deverão continuar no mesmo nível que no ano passado.

Possibilidades de modernização administrativa

Achim Berg (d.) nunca viu clima tão difícil na CeBITFoto: DW

Com vista à diminuição do número de expositores na CeBIT deste ano, Achim Berg, executivo-chefe da Microsoft na Alemanha, advertiu do perigo da diminuição dos investimentos no setor. Berg afirmou que é justamente em épocas de crise que aumenta a importância do setor. A TI seria uma "tecnologia de superação da crise". Berg reconheceu, no entanto, que as condições em que a feira deste ano se realiza são bastante negativas. "Eu nunca vivenciei um clima tão difícil", admitiu.

Segundo Berg, o segundo pacote de ajuda à economia do governo alemão daria à CeBIT a oportunidade única de mostrar possibilidades de modernização administrativa. Dessa forma, salas de aulas digitais poderiam ser montadas nas escolas ou computadores antigos poderiam ser trocados por outros mais ecológicos e seguros, afirmou.

Como no ano passado, a Microsoft ocupará o maior estande da CeBIT. O ponto forte da gigante do setor em Hannover, neste ano, será a assim chamada cloud computing (computação em nuvem): os aplicativos não são instalados em um computador ou rede local, mas sim funcionam através da internet.

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