Cem dias de euro: alemães ainda fazem contas em marco
10 de abril de 2002Segundo o resultado de uma pesquisa, divulgado nesta quarta-feira (10) em Berlim pela Federação Alemã de Defesa do Consumidor, o euro não conseguiu ainda livrar-se da imagem de moeda inflacionária: 84% das pessoas indagadas afirmaram ter a impressão de que gastam mais dinheiro nas compras diárias, do que antes da introdução da nova moeda.
Contudo, dois terços dos 2 900 participantes da enquete mostraram-se satisfeitos com o processo de introdução do euro. Somente 4% alegaram ter tido problemas graves e cerca 25%, apenas dificuldades ligeiras. Os pontos negativos mais citados foram os aumentos de preços, a etiquetagem errada ou confusa dos artigos ou problemas com a troca do dinheiro nas agências bancárias.
Também uma outra pesquisa de opinião do Instituto Emnid para a revista econômica Wirtschaftswoche ressaltou a necessidade de melhorar a imagem do euro: 46% dos indagados declararam-se menos satisfeitos com a nova moeda do que antes, com o marco alemão. Outros 47% disseram não notar nenhuma diferença. Apenas 6% consideram-se mais satisfeitos depois de ter o euro na carteira.
Sem valorização em 2002
A Federação dos Atacadistas e Exportadores Alemães (BGA) não espera nenhuma tendência de valorização do euro no correr de 2002. Segundo o presidente da entidade, Anton Börner, a moeda comum européia deverá manter uma cotação entre 80 e 90 cents de dólar americano, a médio e longo prazos. Não há, na sua opinião, nenhum indício de mudança desta tendência.
Para Anton Börner, a única hipótese de uma valorização repentina do euro em relação à moeda americana seria a eclosão de um conflito aberto entre os Estados Unidos e o Iraque, no âmbito da campanha americana contra o terrorismo internacional. Neste caso, afirma o presidente da BGA, poderia haver uma desvalorização do dólar em relação à moeda européia. Desde o início do corrente ano, a cotação do euro oscila entre 0,86 e 0,90 dólar.