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Protestos

Roselaine Wandscheer2 de outubro de 2011

Crescem nos EUA os protestos contra o setor financeiro. Polícia dissolve manifestação em Nova York e detém 700 pessoas. Aumenta número de pobres entre a população norte-americana.

Manifestantes na ponte de BrooklynFoto: dapd

A polícia de Nova York deteve neste sábado (1°/10) mais de 700 manifestantes que interromperam parcialmente o tráfego na ponte de Brooklyn durante várias horas. O protesto com um total de 1500 participantes fez parte do movimento Occupy Wall Street (Ocupar Wall Street), iniciado há duas semanas em Nova York, e que já se estendeu para outras cidades, como Boston, São Francisco, Chicago e Washington.

Os ativistas protestam contra o que chamam de injustiças no sistema financeiro, a alta taxa de desemprego, a penhora de habitações, a ajuda estatal aos bancos em 2008 e o tratamento às minorias.

Há duas semanas, haviam sido presos 80 ativistas que faziam uma passeata por Manhattan. O argumento da polícia é que eles perturbaram o trânsito. Na marcha de protesto, os manifestantes carregavam cartazes com os dizeres: "Impostos para os ricos" e "precisamos de dinheiro para o sistema de saúde, e não de presentes para empresas".

Acampamento próximo a Wall Street

Muitos dos manifestantes estão acampados há duas semanas em um parque próximo a Wall Street. A polícia os impede de chegar até o centro financeiro de Nova York. O ponto de encontro dos manifestantes nos últimos dias está sendo o Zuccotti Park, nas proximidades de onde ficava o World Trade Center. 

Ponte ficou bloqueada por várias horasFoto: dapd

Na sexta-feira, cerca de duas mil pessoas fizeram uma passeata a partir de Wall Street, o centro financeiro nova-iorquino, até a central de polícia da cidade, para protestar contra a repressão policial nas manifestações.

Apoio de nomes famosos

O movimento recebeu o apoio de importantes nomes do cinema. O cineasta Michael Moore, conhecido por sua postura crítica, e as atrizes Susan Sarandon e Whoopy Goldberg visitaram os ativistas no Zuccotti Park.

Também neste sábado, a polícia confirmou a detenção de manifestantes em Boston, onde, segundo os organizadores do movimento, cerca de 3 mil pessoas bloquearam a entrada do Bank of Amerika, o maior banco norte-americano.

Alto índice de pobreza

Segundo dados do departamento norte-americano de Estatísticas, no ano passado 15,1% da população dos Estados Unidos estavam abaixo do índice de pobreza. Trata-se do maior índice desde 1993. Em termos absolutos, os 46,2 milhões de norte-americanos considerados pobres em 2010 representam um recorde desde o início do registro deste tipo de dados, há 52 anos. 

Passeata na BroadwayFoto: dapd

Os números de 2010 representam um crescimento no quarto ano consecutivo. No ano 2000, a cota de pobreza era de 11,3% da população. O limite de pobreza é reajustado a cada ano de acordo com a inflação. Atualmente, ele é de 22.314 dólares ao ano para uma família de quatro pessoas e de 11.139 dólares para quem vive sozinho.

Segundo a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), os Estados Unidos têm a mais alta cota de pobreza entre os países industrializados. A pobreza é maior entre a população afro-americana (27,4%), mas também entre os de origem hispânica ela é alta (26,6%).

Sequelas da crise

Os números refletem a difícil situação da economia norte-americana. O país ainda enfrenta as consequências da recessão deflagrada pela crise financeira e imobiliária de quatro anos atrás. A cota de desemprego em 2010 foi de 9,6%. A renda familiar média diminuiu 6,4% desde 2007, para 49.445 dólares.

Comparada ao aumento da inflação, a renda familiar pouco evoluiu nos últimos 30 anos. Segundo dados da emissora CNN, enquanto aos preços de hoje uma família nos EUA dispõe em média de 11% a mais do que em 1980, os preços pagos pelo consumidor subiram 155%.

Autor: Martin Schrader (rw)
Revisão: Soraia Vilela

 

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