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Centenas de políticos alemães têm dados vazados

4 de janeiro de 2019

Informações de partidos e de políticos de diversos escalões, incluindo Merkel e o presidente Steinmeier, são roubadas e publicadas na internet. Ataque afeta todas as legendas no Parlamento, exceto os populistas.

Deutschland Bundeskanzlerin Angela Merkel mit Handy
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Schmidt

Centenas de políticos alemães, incluindo a chanceler federal Angela Merkel e o presidente Frank-Walter Steinmeier, tiveram seus dados roubados e divulgados online, através do Twitter, como revelou nesta sexta-feira (04/01) a imprensa local. O vazamento, embora não tenha levado à revelação de informação sensível, atingiu todas as legendas representadas no Parlamento, exceto a populista Alternativa para a Alemanha (AfD).

Na conta do Twitter, já apagada, foram vazados dados confidenciais de celulares, conversações privadas, endereços de políticos e outros dados particulares, assim como documentos internos de partidos. As legendas atingidas são União Democrata Cristã (CDU), Partido Social-Democrata (SPD), União Social Cristã (CSU), Partido Verde, A Esquerda e o Partido Liberal Democrático (FDP).

"Dados pessoais e documentos pertencentes a centenas de políticos e figuras públicas foram publicadas na internet", disse a porta-voz do governo federal alemão, Martina Fietz, e confirmou que Merkel e Steinmeier estavam entre as vítimas. "O governo está levando este incidente muito a sério."

Entre os afetados estão membros do Parlamento alemão e do Parlamento Europeu, assim como políticos de Legislativos regionais e municipais. Segundo Fietz, uma investigação preliminar indicou que não houve vazamento de "nenhuma informação sensível ou dados" da chancelaria – apenas o número de fax, dois endereços de e-mail e algumas cartas recebidas e escritas por Merkel.   

"Quem está por trás disso quer minar fé em nossa democracia e em suas instituições", reagiu a ministra da Justiça da Alemanha, Katarina Barley.

Líderes parlamentares foram notificados na quinta-feira, e o serviço de inteligência interna iniciou uma investigação.

O vazamento de documentos foi descoberto na quinta-feira. No entanto, aparentemente, os documentos foram publicados em dezembro por meio de uma conta no Twitter baseada em Hamburgo – os dados foram vazados como num calendário do Advento, com informações novas a cada dia.

A maioria das informações vazadas consistia de detalhes de contato, como endereços e números de telefone celular. Em certos casos, também foram vazados documentos pessoais, incluindo detalhes bancários e financeiros, cartões de identificação e conversas privadas.

Nenhum dos documentos dos partidos continha informações altamente secretas. Os dados incluíam pedidos de emprego, memorandos internos de legendas políticas e listas de membros do partido. Alguns documentos tinham mais de um ano.

A ação aparenta ter sido de forma arbitrária, embora especificamente nenhum partidário da AfD tenha sido vítima. Políticos estaduais e alguns artistas também foram afetados. Não está claro se as autoridades foram alvo de um ataque cibernético ou vítimas de um vazamento interno.

Segundo a emissora estatal RBB, o meio de comunicação alemão que revelou o incidente em primeira mão, é pouco provável que as informações tenham sido obtidas de uma única fonte, dada a vasta gama de dados recolhidos.

A conta no Twitter usada para os vazamentos tem em sua descrição os termos "pesquisa de segurança", "artistas", "sátira" e "ironia". Desde meados de 2017, dados privados de pessoas mais ou menos proeminentes são publicados na conta – supostamente com mais de 16 mil seguidores. A conta pertence a uma plataforma de internet, e o operador está sediado em Hamburgo. A conta foi desativada pelo Twitter nesta sexta-feira.

PV/rtr/dpa

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