"É a primeira vez que pessoas que realmente estão na periferia estão tomando o poder no XI de Agosto", diz Letícia Chagas, estudante da tradicional Faculdade de Direito da USP.
Filha de empregada doméstica e caminhoneiro aposentado, Letícia Chagas foi apoiada pela política de cotas da universidadeFoto: Privat
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Em 1903, quando o Brasil vivia a República Velha e as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais se revezavam no comando do país, estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na capital paulista, fundaram o primeiro centro acadêmico do país, o XI de Agosto. A São Francisco, como a faculdade é conhecida, incorporada à USP em 1934, já era um espaço de formação de parte da elite política e jurídica nacional e continuaria a desempenhar esse papel nas próximas décadas.
Do cargo de presidente do XI de Agosto saíram diversos políticos, homens e brancos, que viriam a assumir cargos importantes, como o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). Na última quinta-feira (24/10), 116 anos depois da criação da entidade, os alunos da São Francisco elegeram sua primeira presidente mulher negra para essa posição, Letícia Chagas, de 19 anos.
Chagas nasceu em Campinas, no interior de São Paulo, filha de uma empregada doméstica e de um caminhoneiro aposentado, e considera sua vitória um marco da política da adoção de cotas sociais e raciais na USP, implementada pela primeira vez no vestibular para o ano de 2018. A linha de frente de sua chapa, a Travessia, é composta por pessoas que entraram na faculdade com o apoio das cotas. Seu grupo, próximo do Psol, derrotou o único grupo adversário, ligado ao PT e ao PCdoB, em uma disputa incomum no XI de Agosto, onde as eleições costumam contar também com o centro e a centro-direita representados.
"É a primeira vez que pessoas que realmente estão na periferia estão tomando o poder no XI de Agosto. [...] Para nós, ajudar e estar na luta com pessoas socioeconomicamente vulneráveis não é uma questão de caridade, nós somos essas pessoas", afirmou Chagas em entrevista à DW Brasil.
Seu posicionamento se reflete nas pautas que ela considera prioritárias para o país e para a universidade: mais cotas e mais apoio para que estudantes com dificuldades econômicas consigam se manter durante o período na faculdade.
Crítica ao PT, ao escolher uma área na qual o governo petista teria errado, ela menciona a falta de ações para reduzir o encarceramento em massa de pobres e negros. Indagada sobre a economia do país, diz ser contra a reforma da Previdência e afirma ser necessário enfrentar a concentração de renda.
Marielle Franco, assassinada em março de 2018, é sua maior referência política. "Senti medo quando vi o que aconteceu com ela, mas também vi que não estava sozinha naquele momento", diz. Indagada sobre que marca deseja deixar, afirma: "Que pessoas negras são capazes de ocupar esses espaços [de poder] e, mais do que capazes, estarmos nesses espaços oferece novas perspectivas necessárias." Leia abaixo a entrevista.
DW Brasil: Qual é a sua história?
Letícia Chagas: Sou de Campinas e sempre estudei em escola pública. Embora meus pais sejam humildes, tenho uma irmã que estudou pedagogia na Unicamp. Já pequena, sabia o que era universidade pública e meu sonho era estudar numa. No terceiro ano do Ensino Médio, fiz cursinho online e me inscrevi para história na Unicamp, um desejo antigo, e direito na USP. Quando vi que passei na São Francisco foi bem difícil, pois não tinha como pagar moradia em São Paulo. Mas, ao mesmo tempo, era o Largo São Francisco, não sabia até que ponto poderia abrir mão. Um dia antes de me matricular na Unicamp saiu o resultado para morar na Casa do Estudante [espaço de moradia gratuita mantido por verbas do próprio XI de Agosto], e decidi ir para ao Largo São Francisco.
Por que você prestou direito?
Sempre fui ligada a movimentos sociais, e na escola participei de grêmio estudantil. Pensava que, com o direito, teria os instrumentos institucionais para lutar pelo que acredito. Todas as profissões são importantes, mas o direito me dá conhecimento sobre as vias institucionais, tanto as que mantêm as coisas como elas são como as que possibilitem que a gente faça mudanças.
Desde quando você se envolve com política?
No nono ano do ensino fundamental eu estava passando pela transição capilar — antes eu alisava o cabelo. Já tinha tentado antes, sem sucesso, e o que me permitiu terminar a transição foi me aproximar do movimento negro, entender que aquilo seria importante para além da estética. E teve as eleições presidenciais também, a reeleição da Dilma [Rousseff], quando conheci o PSOL por meio da Luciana Genro. No ensino médio fiz escola técnica e tinha um grêmio estudantil bem consolidado, no primeiro ano já disputei uma eleição. No terceiro ano houve as ocupações das escolas em São Paulo, fizemos protestos em apoio às ocupações e contra a reforma do ensino médio.
O que levou à vitória de sua chapa e qual foi o significado dessa eleição para você?
Um dos fatores é que nossa chapa é a primeira a ter cotistas na linha de frente do XI de Agosto. As duas chapas [disputando] eram de esquerda, mas na nossa ser de esquerda é muito mais do que uma crença: a gente precisa disso para sobreviver na universidade, a questão da permanência [estudantil]. É a primeira vez que pessoas que realmente estão na periferia estão tomando o poder no XI de Agosto, fizemos muito esse debate. Outro ponto importante foi a questão financeira do XI, que hoje acumula diversas dívidas, inclusive trabalhistas. Mostramos que é importante ter uma gestão que lide com isso com mais responsabilidade.
Qual foi o impacto da adoção de cotas na política acadêmica?
Foi questionar temas que não eram questionados antes, ou eram muito pouco. Por exemplo, quase não temos autores negros nas bibliografias, e só há uma professora negra na São Francisco. Também trouxe à tona que a São Francisco tem um caráter assistencialista grande em relação a pessoas pobres. Há alunos que querem fazer caridade, e olham o pobre como o outro, como os salvadores desse outro. Mas, para nós, ajudar e estar na luta com pessoas socioeconomicamente vulneráveis não é uma questão de caridade, nós somos essas pessoas, nossos pais são as pessoas que poderiam ser atendidas pelo DJ [Departamento Jurídico, serviço de auxílio jurídico gratuito do XI de Agosto oferecido a pessoas pobres].
Que marca você pretende deixar no XI de Agosto?
Que colocar pessoas negras em posições de poder não é mera representatividade, algo que ouvi muito nos últimos tempos. Que as pessoas negras são capazes de ocupar esses espaços e, mais do que capazes, estarmos nesses espaços oferece novas perspectivas necessárias.
A vitória de Jair Bolsonaro teve algum impacto na política na faculdade?
Acho que sim. A chapa que ganhou no ano passado, pela terceira vez seguida, era ligada ao PT. Bolsonaro tinha ganhado as eleições nacionais, e na São Francisco ganhou o PT, o que dava uma sensação de que estávamos indo na contramão da política nacional. Mas, neste ano, começou outro movimento de questionar qual política a gente quer. Embora o Haddad fosse a melhor opção no segundo turno, a política do PT também precisa passar por autocrítica. Diante de um presidente tão autoritário como o Bolsonaro, a gente pode construir uma nova alternativa. Somos de esquerda, mas não queremos ser a velha política.
Quando você fala em velha política, o que você quer dizer?
Seria o governo do PT. O PT foi muito importante para o Brasil por muitos anos, tiveram vários acertos, mas as classes populares também podem criar uma alternativa. Há varios problemas nas críticas feitas ao PT, mas algumas são fundadas. Por exemplo, encarceramento em massa, isso impacta a vida de pessoas negras na periferia e não foi bem debatida no governo do PT
Que outros itens você colocaria como merecedores de autocrítica do PT?
A política de universidades. O Prouni [programa federal que oferece bolsas de estudo em faculdades particulares] é importante, mas seria mais importante aumentar as vagas em universidades públicas. O que aconteceu é que as faculdades particulares se tornaram cada vez mais fortes. E a inserção de pessoas pobres e negras na universidade é justamente o que legitima a universidade pública.
Que medida seria prioritária para a USP agora?
[Aumentar] a bolsa auxílio, que hoje está em 400 reais, um valor muito baixo. A situação na São Francisco é um pouco mais fácil porque há iniciativas de ex-alunos que oferecem bolsas para alguns estudantes, eu recebo uma delas, o “Adote um aluno”. Mas na maioria dos cursos da USP isso não acontece.
Que reformas o Brasil precisaria fazer para melhorar a situação da população?
São tantas coisas. Seria necessário aumentar a política de cotas. Hoje a universidade pública está sendo muito atacada e um dos argumentos é que há mais pessoas ricas nas universidades do que pobres, e isso faria com que a universidade não devesse ser financiada pelo poder público. Sou completamente contra a cobrança de mensalidades. O que legitimaria a universidade pública é fazer com que mais pessoas pobres e negras estejam lá. Precisamos também pensar a política carcerária e questões como a prisão após decisão em segunda instância. É algo que vai muito além do Lula, a juventude negra e pobre sofre muito com o encarceramento em massa.
O que você acha da aprovação da reforma da Previdência, prioridade do primeiro ano do atual governo?
Sou contra a reforma, ela vai contra boa parte dos eleitores do Bolsonaro. Vejo que a população não sabe o que está acontecendo, tanto em relação à reforma da Previdência quanto ao governo Bolsonaro. O que tinha era um desejo de mudança, mas não se sabia exatamente o quê. O desejo de mudança é legítimo, mas como se fazer essa mudança?
Em relação à economia, teria alguma medida que você proporia?
Historicamente, o principal problema vem sendo a questão da concentração de renda no Brasil. A solução não virá de respostas fáceis e pensar em possíveis mudanças para isso é um dos principais desafios para a juventude hoje.
Qual é o político que você mais admira?
A minha grande admiração é a Marielle [Franco], ela mudou a forma como a gente encara a política. Senti medo quando vi o que aconteceu com ela, um medo bem forte de participar da política, mas também vi que eu não estava sozinha naquele momento. Vi que tinham várias mulheres negras pensando junto com ela, é a minha principal inspiração.
O que você acha de Tabata Amaral [deputada federal pelo PDT-SP], que também é jovem, mulher e de origem humilde e está em evidência hoje na Câmara?
Li bastante sobre ela nos últimos tempos, acho importante ter pessoas novas que se propõem a fazer debates novos, mas às vezes acho problemático como se apresentam essas novas alternativas. A Tabata tem que ser levada com seriedade, mas a política e a temática dela hoje não me representam.
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Imago Images/Xinhua/Gao Jie
Impeachment de Trump avança na Câmara
O processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avançou na Câmara dos Representantes. Os deputados aprovaram, por 232 votos a 196, uma legislação que estabelece os próximos passos do inquérito, no primeiro teste formal de apoio ao processo de impeachment. Todos os republicanos votaram contra, e apenas dois democratas não votaram a favor. (31/10)
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Twitter anuncia fim de publicidade política
O Twitter banirá, a partir de 22/11, todos os anúncios políticos pagos de sua plataforma, afirmou o CEO da empresa, Jack Dorsey. "Acreditamos que o alcance da mensagem política deve ser conquistado, não comprado", argumentou o executivo. A medida vem num momento em que redes sociais estão sob pressão para impedir que sejam usadas para divulgar informações falsas e influenciar votações. (30/10)
Foto: picture-alliance/dpa/ZB/M. Skolimowska
Reino Unido convoca eleição antecipada
O Parlamento do Reino Unido aprovou a convocação de eleições gerais antecipadas em 12 de dezembro. O pleito, que só deveria ocorrer em 2022, é uma tentativa de resolver o impasse em torno do Brexit. A proposta foi aprovada na Câmara dos Comuns por 438 votos a 20, o que só foi possível graças ao apoio da oposição trabalhista. Os partidos já entraram em modo de campanha. (29/10)
Foto: picture-alliance/dpa/House of Commons
União Europeia concorda em adiar Brexit
A União Europeia (UE) concordou em conceder ao Reino Unido um novo adiamento do Brexit até 31 de janeiro, segundo comunicou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. Contudo, o acordo oferece a Londres a possibilidade de abandonar o bloco comunitário antes dessa data, caso o Parlamento britânico ratifique o acordo de saída. (28/10)
Foto: Getty Images/AFP/T. Akmen
Trump anuncia morte de líder do "Estado Islâmico" na Síria
Em pronunciamento na TV, presidente americano, Donald Trump, confirmou a morte do líder do grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, após ação realizada pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no noroeste da Síria. O líder do EI se escondeu dentro de um túnel com três de seus filhos e detonou um colete de explosivos, disse Trump. (27/10)
Foto: picture-alliance/AP Photo/Al-Furqan
Vítimas de Brumadinho lembradas no Vaticano
Fotos dos 270 mortos na tragédia da Vale em Brumadinho foram espalhadas no chão da igreja Transpontina, no Vaticano, em homenagem às vítimas do desastre de 25 de janeiro. Tributo ocorreu paralelamente ao Sínodo da Amazônia, que reúne bispos, religiosos e indígenas na capital da Igreja Católica. Em giro pela Europa para cobrar por justiça, familiares das vítimas participaram da homenagem. (26/10)
Foto: DW/Nádia Pontes
Besouro ganha o nome de Greta Thunberg
O Museu de História Natural de Londres anunciou que batizou uma espécie de besouro com o nome de Greta Thunberg, em homenagem à jovem ativista ambiental sueca. O inseto receberá o nome científico nelloptodes gretae. O besouro cor de mel mede menos de um milímetro e foi descoberto em Nairóbi. (25/10)
Foto: picture-alliance/D. Chidley
Corpo de Franco é retirado de mausoléu e vai para cemitério comum
Quarenta e quatro anos depois de sua morte, o ditador espanhol Francisco Franco foi exumado de seu monumental mausoléu para ser enterrado em um discreto cemitério. O caixão foi carregado por oito familiares do ditador. A questão sobre o que fazer com os restos mortais vinha provocando debates na Espanha desde 2007, quando o país aprovou uma lei condenando o antigo regime fascista do país. (25/10)
Foto: Reuters/TVE Pool
Greenpeace derrama "óleo" em frente ao Planalto
Ativistas do grupo ambientalista Greenpeace espalharam um líquido preto em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, para simbolizar as manchas de petróleo que castigam o litoral do Nordeste desde o início de setembro. Vestidos de preto e empunhando cartazes, os participantes criticaram a lentidão do governo federal para conter o desastre. Dezenove ativistas foram detidos pela polícia. (23/10)
Foto: Greenpeace/A. Machado
Fazendeiros promovem bloqueios em cidades alemãs
Milhares de agricultores promoveram manifestações em 17 cidades da Alemanha em protesto contra um pacote do governo federal que visa reduzir o uso de agrotóxicos e de certos tipos de fertilizantes. Segundo os organizadores, pelo menos 40 mil agricultores participaram dos atos. Vários se dirigiram para as cidades com seus tratores, promovendo bloqueios no trânsito. (22/10)
Foto: DW/N. Ranjan
Vitória de Eduardo Bolsonaro
Numa nova reviravolta na disputa de poder dentro do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, o deputado filho do chefe de Estado, Eduardo Bolsonaro, conseguiu assumir a liderança da legenda na Câmara. A troca de comando da legenda ocorreu após Eduardo apresentar uma nova lista com assinaturas de deputados em seu apoio. (21/10)
Foto: imago/A. Chile
Revolta e repressão no Chile
O que começou com marchas pacíficas contra o aumento na passagem de metrô se tornou a maior onda de protestos em décadas no país, com três mortos e um rastro de destruição, apesar do toque de recolher decretado pelo governo em Santiago e outras regiões. O Exército vai para as ruas pela primeira vez desde a ditadura de Pinochet. (20/10)
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Felix
Mar de bandeiras contra o Brexit
Dezenas de milhares de partidários da permanência do Reino Unido na União Europeia fazem passeata em Londres enquanto o Parlamento britânico se reúne num sábado pela primeira vez desde a Guerra das Malvinas, em 1982. Na sessão extraordinária, os deputados impõem novo revés ao premiê Boris Johnson e decidem adiar a votação definitiva sobre o acordo do divórcio. (19/10)
Foto: Reuters/S. Dawson
EUA aplicam tarifas sobre produtos da UE
As autoridades de comércio dos Estados Unidos confirmaram que passam a valer os aumentos planejados de 10% e 25% nas tarifas de importação sobre aviões da Airbus e uma série de produtos europeus, somando 7,5 bilhões de dólares. A medida entra em vigor após o aval da OMC, que considerou as novas tarifas americanas proporcionais aos efeitos adversos sofridos pela americana Boeing. (18/10)
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Harnik
Venezuela no Conselho de Direitos Humanos
A Venezuela conquistou um assento no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em votação realizada na Assembleia Geral da organização. Com 153 votos e acusado de fazer vista grossa para a candidatura venezuelana, o Brasil ficou com a outra vaga destinada a países da América Latina e Caribe. Caracas recebeu 105 votos, apesar de protestos de nações e organizações de direitos humanos. (17/10)
Foto: picture-alliance/dpa/S. Di Nolfi
Líder de Hong Kong abandona discurso no Parlamento após protestos
A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, foi forçada a interromper seu discurso sobre políticas futuras para a região administrativa especial que fazia no Conselho Legislativo, em meio a protestos de parlamentares. Após uma segunda tentativa interrompida por legisladores, a governante acabou fazendo seu pronunciamento anual em vídeo. (16/10)
Foto: Reuters/T. Siu
Escócia perdoa homens condenados por homossexualidade
A Escócia concedeu perdão a todos os homens homossexuais e bissexuais que foram condenados por terem tido relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, sob uma legislação que vigorou até a década de 1980. Segundo o governo, a medida visa corrigir um erro histórico. "Não há mais lugar para homofobia, ignorância e ódio na Escócia moderna", afirmou o secretário escocês de Justiça, Humza Yousaf. (15/10)
Foto: picture alliance / empics
Nobel de Economia premia pesquisas contra pobreza
Três pesquisadores que dedicaram seu trabalho à luta contra a pobreza mundial foram agraciados com o Prêmio Nobel de Economia. Segundo a Academia sueca, o trabalho da franco-americana Esther Duflo e dos americanos Abhijit Banerjee e Michael Kremer mostrou que o problema da pobreza pode ser resolvido através da sua divisão em questões menores e mais precisas em áreas como educação e saúde. (14/10)
Foto: Getty Images/AFP/H. Nackstrand
Vitória para nacionalistas do governo polonês
Segundo as primeiras projeções após o fechamento das urnas no pleito legislativo da Polônia, o partido do governo, nacional-conservador Lei e Justiça (PiS), saiu com mais de 43% dos votos para as duas câmaras do Parlamento. Em segundo lugar vem a coalizão liberal de esquerda Plataforma Cívica (PO), com cerca de 27%. (13/10)
Foto: Getty Images/O. Marques
Tudo pela energia nuclear
Quem puder, explique: Belarus quer se tornar independente do gás russo. Assim, o governo contratou, para construir uma usina próximo a Ostrovets, ninguém menos que o conglomerado de energia russo Rosatom! A antiga república soviética foi um dos países que mais sofreram os efeitos da nuvem radioativa após a catástrofe da usina de Chernobyl, na vizinha Ucrânia, em 1986. (12/10)
Foto: Reuters/V. Fedosenko
Morre aos 85 anos Alexei Leonov
O cosmonauta soviético Alexei Leonov, o primeiro homem a caminhar no espaço, morreu aos 85 anos.O cosmonauta garantiu seu lugar na história em 18 de março de 1965, ao fazer a primeira caminhada espacial, depois de sair da cápsula Voskhod 2 amarrado a uma corda. Posteriormente, no auge da Guerra Fria, integrou a primeira missão espacial conjunta entre a União Soviética e EUA. (11/10)
Foto: AFP/F. Coffrini
Nobel de Literatura
A escritora polonesa Olga Tokarczuk e o austríaco Peter Handke foram premiados com o Nobel de Literatura de 2018 e 2019, respectivamente, conforme anunciou a Academia Sueca. O prêmio a Tokarczuk é referente a 2018, ano em que a academia cancelou a premiação após uma série de escândalos. (10/10)
Atentado em Halle
Um ataque a tiros perto de uma sinagoga na cidade do leste da Alemanha mata duas pessoas e fere outras duas. Um suspeito é preso e identificado como Stephen B., um alemão de 27 anos. Ele transmitiu a ação ao vivo pela internet, com uma câmera presa a seu capacete. No vídeo, ele faz comentários contra judeus, imigrantes e feministas e diz não acreditar que o Holocausto aconteceu. (09/10)
Foto: Reuters/M. Gaul
Nobel de Física para pesquisas que ampliaram a compreensão do universo
O Nobel de Física de 2019 premiou três cientistas por contribuições que ampliaram a compreensão da evolução do universo e do lugar da Terra no cosmos.
Os vencedores são o canadense James Peebles, pelo desenvolvimento teórico da cosmologia física, e os suíços Michael Mayor e Didier Queloz, pela primeira descoberta de um planeta fora do Sistema Solar, ou exoplaneta. (08/10)
Foto: picture-alliance/dpa/C. Bresciani
Protestos pelo clima
No primeiro dia da semana de protestos pelo clima organizados pelo movimento ambiental Extinction Rebellion, milhares de manifestantes foram às ruas em mais de 60 cidades para exigir medidas para zerar efetivamente as emissões de gases de efeito estufa até 2025. Centenas de ativistas foram presos em várias cidades do mundo. A maioria das detenções, quase 300, ocorreu em Londres. (07/10)
Foto: Reuters/M. Segar
Socialistas se reelegem em Portugal
O Partido Socialista português, do primeiro-ministro António Costa, venceu as eleições gerais. Os votos, contudo, não são suficientes para alcançar a maioria absoluta num Parlamento dominado por partidos de esquerda. Isso significa que Costa, que deve seguir como premiê, continuará dependendo de outras legendas para governar. Sociais-democratas, de oposição, ficaram em segundo. (06/10)
Foto: AFP/P. De Melo Moreira
A estratégia do Homem-Aranha
Durante a New York Comic Con, um participante descansa pendurado, como cabe a um bom aracnídeo. Ao que tudo indica, seu comportamento não é nada tão espetacular numa convenção de HQs, em que todos estão em casa ao mundo da fantasia. O Homem-Aranha é uma das figuras de quadrinhos mais apreciadas. Talvez a identificação no meio seja tão grande por ele ser um "nerd" e "loser" na vida real? (05/10)
Foto: picture-alliance/AP Photo/Invision/C. Sykes
Hong Kong eleva pressão sobre manifestantes
As autoridades de Hong Kong planejam, com duas medidas, elevar a pressão sobre os manifestantes pró-democracia que há quase quatro meses vão às ruas da região semiautônoma governada pela China. O governo afrouxou diretrizes sobre o uso da força pela polícia e decidiu banir máscaras – um dos símbolos dos protestos e um dos recursos dos manifestantes para se manterem anônimos. (04/10)
Foto: Reuters/A. Perawongmetha
Ataque com faca deixa quatro policiais mortos em Paris
Um funcionário do setor administrativo das forças de segurança francesas, armado com uma faca, matou quatro agentes na sede do comando da polícia de Paris. Uma pessoa também ficou ferida. Segundo as autoridades, o autor do ataque, que trabalhava há mais de 20 anos no local, acabou sendo morto por outro policial com uma arma automática. O motivo do ataque ainda não foi esclarecido. (03/10)
Foto: Reuters/P. Wojazer
Mais um capítulo do Brexit
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, enviou à União Europeia (UE) uma nova proposta de acordo sobre o Brexit, que prevê "suprimir" a salvaguarda elaborada para evitar uma fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte. O premiê britânico afirmou que essa é sua oferta final e que o Reino Unido deixará o bloco no final deste mês com ou sem um acordo. Bloco analisa proposta. (02/10)
Foto: picture-alliance/empics/P. Byrne
China celebra 70 anos do regime comunista
Na comemoração dos 70 anos do regime comunista, cerca de 15 mil soldados participaram da parada militar em Pequim – a maior da história do país, segundo a mídia estatal chinesa –, que exibiu também 580 tanques, mísseis intercontinentais e drones de alta tecnologia. O evento ainda contou com sobrevoos de helicópteros militares e aviões de combate. (01/10)