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Membros de milícia chegaram à Alemanha como refugiados

2 de setembro de 2017

Cerca de 60 sírios faziam parte de brigada que cometeu massacres na guerra civil e era ligada à rede terrorista Al-Qaeda, diz revista "Der Spiegel". Berlim monta força-tarefa para investigar membros do grupo no país.

Militantes da Frente al-Nusra hasteam bandeira do grupo terrorista na Síria
Militantes da Frente al-Nusra hasteam bandeira do grupo terrorista na Síria Foto: picture-alliance/AP Photo

Cerca de 60 sírios que integraram uma milícia islâmica ligada à rede terrorista Al-Qaeda conseguiram chegar à Alemanha ao se passarem por refugiados e dezenas deles chegaram, inclusive, a fazer pedidos oficiais para receber asilo no país europeu, afirmou neste sábado (02/09) a revista Der Spiegel citando fontes de segurança alemãs. 

Segundo a reportagem, os ex-combatentes integravam a brigada Owais al-Qorani, que ao longo da guerra civil da Síria trocou de lado em diversas ocasiões. 

O grupo começou ao lado do Exército Livre da Síria, que era comandado por rebeldes que desertaram das forças armadas do regime de Bashar al-Assad. Mais tarde, a brigada passou para o lado da Frente al-Nusra, uma organização jihadista que funcionava como o braço armado da rede terrorista Al-Qaeda no conflito sírio. 

Entre 2013 e 2014, a brigada também se aliou indiretamente com os terroristas do "Estado Islâmico" (EI) no norte da Síria. Mais tarde, um incidente envolvendo a fuga de oficiais do regime de al-Assad aprisionados pela Owais al-Qorani levou o EI a se voltar contra a brigada. Após esse revés, vários de seus membros decidiram deixar o país. 

Segundo a revista Der Spiegel, um desses membros era um ex-comandante que chegou à cidade alemã de Bremen em 2014. Ao longo da sua trajetória na guerra civil, a brigada cometeu diversos massacres de civis e combatentes inimigos capturados. "Pelo menos 300 pessoas foram mortas nesses massacres", disse a revista. 

Esse ex-comandante, por exemplo, teria tomado parte na chacina de 36 policiais e funcionários do regime de al-Assad em um lixão na cidade de Tabka, em 2013. Alguns dos prisioneiros foram decapitados. O comandante, que não foi identificado, será julgado neste mês por um tribunal de Stuttgart por suspeita de integrar uma organização terrorista, crimes de guerra e 36 homicídios. 

Ainda de acordo com a Der Spiegel, uma força-tarefa foi montada por serviços de segurança alemães para investigar os membros do grupo que chegaram ao país europeu. Vinte e cinco veteranos da brigada que estão na Alemanha são alvo de investigação, mas as autoridades acreditam que existam pelo menos outros 30 outros entre os refugiados sírios que chegaram ao país nos últimos anos.

JPS/ots

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