Cerimônia em Barcelona lembra os 150 mortos no voo 4U-9525
27 de abril de 2015
Cerca de 1,5 mil pessoas participam de celebração na Basílica da Sagrada Família, entre autoridades, integrantes de equipes de busca, familiares e amigos das vítimas. Rei e rainha da Espanha também prestam homenagem.
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A Espanha lembrou nesta segunda-feira (27/04) os 150 mortos no voo 4U-9545 com uma cerimônia religiosa na Basílica da Sagrada Família, em Barcelona. Cerca de 1,5 mil pessoas participaram da celebração, entre elas várias autoridades espanholas, francesas e alemãs, integrantes das equipes de busca no local da tragédia, além de parentes e amigos das vítimas.
Celebrada pelo cardeal arcebispo de Barcelona, Lluís Martínez Sistach, a cerimônia foi iniciada com cantos religiosos em vários idiomas, como espanhol, catalão, francês, alemão e inglês. Alunos de uma escola em Llinars Del Vallès, que conviveram durante uma semana com 16 estudantes alemães que morreram na queda do avião, acenderam 150 velas – em homenagem a cada um dos mortos.
Estiveram presentes o rei da Espanha, Felipe 6º, a rainha Letizia e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. Os presidentes da Lufthansa, Carsten Spohr, e da Germanwings, Thomas Winkelmann, também assistiram ao ato em Barcelona, cidade de onde o Airbus A320 decolou no dia 24 de março com destino a Düsseldorf.
A celebração contou ainda com a participação de protestantes, judeus e muçulmanos. A decisão de realizar uma cerimônia católica acabou gerando uma polêmica na Espanha, com pedidos para que fosse realizado um ato desvinculado de uma religião em particular.
No dia 17 de abril um culto ecumênico na Catedral de Colônia homenageou os 150 mortos da tragédia do voo 4U-9525. A cerimônia contou com as presenças do presidente alemão, Joachim Gauck, da chanceler federal alemã, Angela Merkel, além de autoridades espanholas, francesas e familiares das vítimas.
O avião da Germanwings caiu na região de Alpes-de-Haute-Provence, nos Alpes franceses, menos de uma hora após deixar o aeroporto de Barcelona. Não houve sobreviventes. Investigações indicam que o copiloto de 27 anos teria derrubado de propósito o Airbus, aproveitando um momento em que o piloto se ausentou da cabine de comando.
MSB/efe/dpa
Cronologia do desastre do voo 4U-9525
Airbus A320 da Germanwings caiu nos Alpes franceses 40 minutos após decolar de Barcelona, numa tragédia que investigadores tratam como um ato deliberado do copiloto. Uma cronologia com base nas primeiras investigações.
Foto: D. Bois/AFP/Getty Images
Decolagem com atraso
O voo 4U-9525, da companhia aérea alemã Germanwings, decola do aeroporto de Barcelona por volta das 10h00 (horário local), de 24 de março de 2015, com cerca de 20 minutos de atraso. O Airbus A320-211, com 24 anos de uso, deveria chegar às 11h55 em Düsseldorf. Havia 150 pessoas a bordo, a maioria delas alemães e espanhóis.
Foto: picture-alliance/dpa/Ole Spata
Vinte minutos sem problemas
Durante os 20 primeiros minutos, o voo é normal. O ambiente entre piloto, copiloto e tripulação foi descrito pelos investigadores franceses, com base no áudio de uma das caixas-pretas, como descontraído e relaxado.
Foto: picture-alliance/dpa/Ole Spata
Voo de cruzeiro
Às 10h20, o avião da Germanwings alcança a altitude de cruzeiro, de 38 mil pés (11,5 quilômetros). É a fase na qual a aeronave viaja de forma reta e nivelada, na velocidade máxima que pode atingir de modo a consumir o mínimo de combustível possível.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Vennenbernd
Último contato
Às 10h30, o avião faz o último contato com o controle aéreo. Um dos pilotos diz: "Direção IRMAR. Obrigado, 18G." A sigla é uma indicação de que a cabine recebeu dos controladores a autorização para prosseguir a rota direta até "IRMAR", próximo ponto em que o A320 deveria fazer contato. Já 18G é a abreviatura do indicador de rádio do voo.
Foto: picture-alliance/dpa/Airbus_Industrie
Piloto trancado fora da cabine
Às 10h31 o avião começa a perder altitude, quando deveria manter-se em fase de cruzeiro. Na cabine fechada, estava apenas o copiloto Andreas Lubitz, de 28 anos. A caixa-preta registra chamadas de interfone, em que o piloto se identifica tentando entrar, mas sem receber qualquer resposta. Captada pelos microfones, a respiração de Lubitz é normal.
Foto: Reuters/L. Foeger
Copiloto em silêncio
Às 10h35, a agência de aviação civil francesa lança um sinal de alerta, ao perceber a perda de altitude contínua da aeronave. Um caça Mirage 2000 decola da base militar de Orange para alcançar o voo da Germanwings. Durante cerca de cinco minutos, o piloto golpeia a porta da cabine, de forma cada vez mais violenta, na tentativa de entrar. O copiloto (foto) se mantém em silêncio.
Foto: picture alliance/AP Photo
Desespero de passageiros
O transponder do A320, que envia automaticamente informações sobre sua localização, para de emitir sinais às 10h40. A caixa-preta registra a ativação do sistema de alerta sonoro do avião, que indica impacto imediato. Nos instantes finais, passageiros começam a gritar.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Christiansen
Queda nas montanhas
Cerca de 40 minutos após decolar, o A320 se choca contra o maciço de Trois Evêchés, numa zona não habitada dos Alpes franceses. Todos os 144 passageiros e seis tripulantes morrem, num dos maiores desastres aéreos da história na Europa. Entre os mortos, estão pessoas de 15 nacionalidades, incluindo 16 adolescentes da mesma escola de uma pequena cidade no oeste da Alemanha.