Cerimônia homenageia vítimas do voo da Germanwings
17 de abril de 2015
Além de governantes e autoridades, 500 familiares das vítimas estiveram presentes na Catedral de Colônia. Cento e cinquenta velas brancas lembraram os mortos na tragédia.
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Um culto ecumênico na Catedral de Colônia homenageou nesta sexta-feira (17/04) as 150 vítimas do voo 4U-9525, da Germanwings, que caiu nos Alpes franceses no dia 24 de março. Na escadaria que leva ao altar da igreja, 150 velas brancas lembravam as vítimas da tragédia.
A cerimônia contou com as presenças do presidente alemão, Joachim Gauck, da chanceler federal alemã, Angela Merkel, do ministro espanhol do Interior, Jorge Fernándes Diaz, e do secretário de Estado dos Transportes da França, Alain Vidalies. Cerca de 1.400 convidados estiveram presentes, incluindo cerca de 500 familiares das vítimas.
A Lufthansa, empresa da qual a Germanwings é subsidiária, publicou nesta sexta-feira um anúncio de página inteira nos principais jornais da Alemanha, afirmando estar de luto pelos passageiros e colegas que perderam suas vidas no desastre com o avião da Germanwings. "Jamais os esqueceremos."
Gauck expressou sua solidariedade às famílias das vítimas. "Estamos ligados pelo luto, pela dor e, ao mesmo tempo, por uma profunda perplexidade", afirmou o presidente, ressaltando, porém, que essa ligação também se dá por um sentimento de apoio e ajuda.
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Ele mencionou também o copiloto Andreas Lubitz, que derrubou de propósito a aeronave, segundo o resultado das investigações. "Não sabemos realmente o que se passou pela cabeça do copiloto, que tirou sua própria vida e as de outras 149 pessoas" afirmou. Mas ele lembrou que os familiares de Lubitz também perderam uma pessoa que eles amavam e que "deixou um vazio em suas vidas".
"Talvez o que mais assuste seja isto: a falta de sentido desse acontecimento. Somos confrontados com um ato destrutivo que nos deixa chocados", afirmou o presidente alemão. Ele ressaltou, porém, que as pessoas também são capazes de fazer o bem, principalmente quando confrontadas com tragédias e catástrofes. Gauck ainda agradeceu a todos que ajudaram nos trabalhos de resgate nos Alpes franceses.
RC/afp/dpa
Cronologia do desastre do voo 4U-9525
Airbus A320 da Germanwings caiu nos Alpes franceses 40 minutos após decolar de Barcelona, numa tragédia que investigadores tratam como um ato deliberado do copiloto. Uma cronologia com base nas primeiras investigações.
Foto: D. Bois/AFP/Getty Images
Decolagem com atraso
O voo 4U-9525, da companhia aérea alemã Germanwings, decola do aeroporto de Barcelona por volta das 10h00 (horário local), de 24 de março de 2015, com cerca de 20 minutos de atraso. O Airbus A320-211, com 24 anos de uso, deveria chegar às 11h55 em Düsseldorf. Havia 150 pessoas a bordo, a maioria delas alemães e espanhóis.
Foto: picture-alliance/dpa/Ole Spata
Vinte minutos sem problemas
Durante os 20 primeiros minutos, o voo é normal. O ambiente entre piloto, copiloto e tripulação foi descrito pelos investigadores franceses, com base no áudio de uma das caixas-pretas, como descontraído e relaxado.
Foto: picture-alliance/dpa/Ole Spata
Voo de cruzeiro
Às 10h20, o avião da Germanwings alcança a altitude de cruzeiro, de 38 mil pés (11,5 quilômetros). É a fase na qual a aeronave viaja de forma reta e nivelada, na velocidade máxima que pode atingir de modo a consumir o mínimo de combustível possível.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Vennenbernd
Último contato
Às 10h30, o avião faz o último contato com o controle aéreo. Um dos pilotos diz: "Direção IRMAR. Obrigado, 18G." A sigla é uma indicação de que a cabine recebeu dos controladores a autorização para prosseguir a rota direta até "IRMAR", próximo ponto em que o A320 deveria fazer contato. Já 18G é a abreviatura do indicador de rádio do voo.
Foto: picture-alliance/dpa/Airbus_Industrie
Piloto trancado fora da cabine
Às 10h31 o avião começa a perder altitude, quando deveria manter-se em fase de cruzeiro. Na cabine fechada, estava apenas o copiloto Andreas Lubitz, de 28 anos. A caixa-preta registra chamadas de interfone, em que o piloto se identifica tentando entrar, mas sem receber qualquer resposta. Captada pelos microfones, a respiração de Lubitz é normal.
Foto: Reuters/L. Foeger
Copiloto em silêncio
Às 10h35, a agência de aviação civil francesa lança um sinal de alerta, ao perceber a perda de altitude contínua da aeronave. Um caça Mirage 2000 decola da base militar de Orange para alcançar o voo da Germanwings. Durante cerca de cinco minutos, o piloto golpeia a porta da cabine, de forma cada vez mais violenta, na tentativa de entrar. O copiloto (foto) se mantém em silêncio.
Foto: picture alliance/AP Photo
Desespero de passageiros
O transponder do A320, que envia automaticamente informações sobre sua localização, para de emitir sinais às 10h40. A caixa-preta registra a ativação do sistema de alerta sonoro do avião, que indica impacto imediato. Nos instantes finais, passageiros começam a gritar.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Christiansen
Queda nas montanhas
Cerca de 40 minutos após decolar, o A320 se choca contra o maciço de Trois Evêchés, numa zona não habitada dos Alpes franceses. Todos os 144 passageiros e seis tripulantes morrem, num dos maiores desastres aéreos da história na Europa. Entre os mortos, estão pessoas de 15 nacionalidades, incluindo 16 adolescentes da mesma escola de uma pequena cidade no oeste da Alemanha.