Além da fama de aumentar a barriga, o produto da cevada tem uma série de efeitos sobre o organismo, relacionados à cognição, aos rins, ao coração e ao envelhecimento. Especialistas indicam quantidade a ser consumida.
Anúncio
Há anos, muitos afirmam que o vinho é uma bebida saudável, por contribuir para reduzir o colesterol ruim (LDL), que se deposita nas artérias, e aumentar o colesterol bom (HDL), que faz a limpeza da gordura no sistema cardiovascular, reduzindo o risco de doenças cardíacas. Enquanto isso, a cerveja segue sendo associada à barriga protuberante de alguns apreciadores do produto. Entretanto, alguns estudos científicos sugerem que o consumo moderado de álcool, seja ele de vinho ou cerveja, pode trazer benefícios ao organismo:
1. Consumido com moderação, o álcool pode reduzir em até 23% a probabilidade de a pessoa sofrer disfunção cognitiva ou mal de Alzheimer na velhice, segundo um estudo publicado em 2011 pela Universidade de Lyola, nos EUA. Os autores da pesquisa classificaram como consumo moderado até dois "drinques" por dia para homens e um para mulheres.
2. A cerveja, em particular, também é benéfica devido, principalmente, ao xanthohumol – potente polifenol contido no lúpulo que tem propriedade antioxidante, impedindo a ação danosa dos radicais livres, que causam o envelhecimento precoce. Essa propriedade beneficia, inclusive, as células cerebrais, indicou um estudo da Universidade de Lanzhou, na China, divulgado em 2015 pelo Journal of Agricultural and Food Chemistry.
3. Um estudo realizado por pesquisadores italianos da Fondazione di Ricerca e Cura provou em 2011 que o consumo moderado de álcool pode reduzir em cerca de 30% o risco de se contrair uma doença cardíaca, independentemente de a bebida ser vinho ou cerveja.
As dez cervejas mais populares na Alemanha
Com suas quase 1.400 cervejarias, a Alemanha é um dos maiores consumidores de cerveja do mundo, atrás apenas dos tchecos e pertinho dos austríacos. Conheça as marcas mais populares.
Foto: Colourbox
10º lugar – Erdinger Weissbier
A cervejaria Erdinger Weissbier Privatbrauerei existe desde 1886 e tem sede em Erding, na Baviera. A linha de produtos vai desde a tradicional cerveja de trigo até cervejas sem álcool, bocks de trigo e a "Urweisse", cerveja de trigo um pouco mais escura, produzida seguindo a receita original bávara e que vem numa garrafa clássica.
Foto: picture alliance/R. Goldmann
9º lugar – Radeberger Pilsner
A cervejaria fica em Radeberg, na Saxônia. A marca é conhecida pela longa tradição de sua cerveja tipo pilsen. A decisão de criar a cerveja foi de cinco amigos em 1872, enquanto tomavam vinho. Eles não entendiam nada de cerveja, mas queriam uma melhor do que as que havia na época. A ideia era fazer uma cerveja nos moldes da feita em Pilsen, na República Checa, a 250 quilômetros de Raderberg.
Foto: picture alliance/ZB/S. Kahnert
8º lugar – Paulaner
A cervejaria Paulaner tem sede em Munique, na Baviera, e produz cervejas desde 1780. Conhecida principalmente pela Oktoberfest e pelo Bayern de Munique, é uma marca de grande reputação. Seu nome vem da Paulanerorden (Ordem dos Mínimos), uma ordem religiosa fundada por São Francisco de Paula. Os membros dessa ordem já fabricavam cerveja para consumo próprio desde 1634.
Foto: picture alliance/dpa/R. Fellens
7º lugar – Hasseröder
A sede fica em Hasserode, um bairro de Wernigerode, no estado da Saxônia-Anhalt. A fábrica existe desde 1872 e produz cervejas tipo pilsen, export e preta, além da tradicional Fürstenbräu, fabricada sob licença do príncipe de Stolberg-Wernigerode.
Foto: picture alliance/ZB/P. Förster
6º lugar – Beck’s
A tradicional cervejaria surgiu em Bremen em 1873. A marca é conhecida por suas cervejas tipo export e bebidas que misturam cerveja com refrigerante. Há mais de dez anos ela está nas mãos da Anheuser-Busch InBev, com sede em Löwen, na Bélgica.
Foto: picture alliance/AP Photo/W. Lee
5º lugar – Veltins
Esta marca especializada em cerveja tipo pilsen e misturas de cerveja com outras bebidas existe desde 1824 e fica em Grevenstein (Renânia do Norte-Vestfália). Um aspecto interessante é que a caixa de cerveja da Veltins foi desenhada em cooperação com o estúdio de design da Porsche.
Foto: picture alliance/dpa/R. Vennenbernd
4º lugar – Warsteiner
A cervejaria com sede em Warstein (Renânia do Norte-Vestfália) existe desde 1753 e oferece, além da pilsen Warsteiner Premium, outras misturas de pilsen, como a Radler Grapegruit (com toranja), a Warsteiner Lemon (com limão) e a Warsteiner Ginger (com gengibre).
Foto: picture alliance/dpa/M. Gerten
3º lugar – Bitburger
A medalha de bronze das marcas preferidas na Alemanha vai para a Bitburger, um dos patrocinadores da seleção alemã de futebol. A sede fica em Bitburg (Renânia-Palatinado), onde a Bitburger Pils é fabricada desde 1817. Além dela, são fabricadas cervejas sem álcool e misturas com refrigerantes, o que atrai especialmente a clientela jovem.
Foto: picture alliance/dpa/DB Bitburger Brauerei
2º lugar – Krombacher
A medalha de prata das dez cervejas mais populares na Alemanha vai para esta cervejaria de Krombach, distrito de Kreuztal, na Renânia do Norte-Vestfália. Desde 1803 são produzidas lá, além da tradicional pilsen, muitas outras variedades, como uma cerveja de trigo, uma escura e uma "Radler", misturada com refrigerante sabor limão.
Foto: Picture-alliance/dpa/M. Becker
A preferida – Oettinger
A sede do grupo fica em Oettingen, na Baviera. Há ainda fábricas em Gotha (Turíngia), Mönchengladbach (Renânia do Norte-Vestfália) e Braunschweig (Baixa Saxônia). A Oettinger produz 25 tipos de cerveja e dez bebidas de baixo teor alcoólico. Ao longo dos anos, conquistou fama de produzir cerveja barata – no preço e, para alguns, também na qualidade. É a marca mais vendida desde 2004.
Foto: picture-alliance/dpa
10 fotos1 | 10
4. Cerveja também pode ser um bom remédio contra pedras nos rins. Uma pesquisa da Harvard School of Public Health mostrou que a bebida pode reduzir sensivelmente o risco de formação dos cálculos renais, até em proporção maior do que chá. A cerveja é, além disso, reconhecidamente diurética, estimulando o fluxo de urina.
Apesar dos benefícios demonstrados cientificamente, médicos alemães alertam até mesmo sobre o chamado "consumo moderado", afirmando que o hábito da bebida, mesmo em pequenas doses, pode causar danos ao fígado e ao cérebro e aumentar o risco de inflamações no pâncreas e no estômago, além de pressão alta e de doenças cardíacas. Estudos também já comprovaram que o álcool pode aumentar o risco de diferentes tipos de câncer.
Segundo Raphael Gassmann, diretor do Centro Alemão para Questões de Vício (DHS), um homem saudável não deve beber mais do que meio litro de cerveja ou um quarto de litro de vinho por dia, enquanto uma mulher deve beber no máximo metade dessa quantidade. Além disso, deve-se ficar pelo menos dois ou três dias por semana sem ingerir álcool, recomenda.
MD/dpa/ots
Do lúpulo à cerveja
Entre no espírito da Oktoberfest com esta série de fatos poucos conhecidos sobre a cultura cervejeira na Alemanha e saiba mais sobre o lúpulo, o "ouro verde" da bebida-símbolo do país.
Foto: picture-alliance/dpa/L. Schulze
Noções básicas
Como um dos elementos básicos da cerveja, arranjos estilizados do lúpulo decoram muitas entradas de cervejarias. Em 1516, a lendária Lei da Pureza alemã declarou água, malte e lúpulo como os únicos ingredientes permitidos na cerveja do país: de fato, uma combinação mágica. Na parte superior da foto, lê-se: "Lúpulo e malte, que Deus os preserve."
Foto: picture-alliance/ZB/V. Heinz
A essência da cerveja
Ao provar uma nova cerveja, os amantes da bebida sabem se ela tem pouco ou muito lúpulo. Semelhantes a cones, as flores da planta contêm um óleo de sabor amargo. Dependendo do tempo de cozimento, o lúpulo equilibra a doçura do malte e contribui para dar à cerveja o colarinho espumoso. Ele também possui propriedades antibacterianas, desempenhando papel essencial na preservação da cerveja.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Colhendo o "ouro verde"
A produção de lúpulo na Alemanha remonta ao século 8°. Essas plantas precisam de muito sol e água. Elas também crescem muito em altura, por isso, os produtores as prendem num sistema complexo de torres de treliças. O "ouro verde da cerveja" é colhido em agosto e setembro.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Dezenas de variedades
Alemanha, EUA e China são os maiores produtores de lúpulo. Entre as seis áreas na Alemanha onde o produto é cultivado, a região de Hallertau, na Baviera, é a maior do mundo. Existem dezenas de variedades de lúpulo, de leve a picante, de floral a aroma de pinho. O lúpulo colhido pode ser processado em extratos ou concentrado em pequenas quantidades embaladas a vácuo.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Caldeiras reluzentes
O lúpulo dá aroma e amargor, o que pode ser medido em IBU (unidade internacional de amargor). Antes do início da fermentação, um cervejeiro acrescenta de 100 a 400 gramas de lúpulo a 100 litros de cerveja, dependendo do estilo desejado. Diferente da cerveja alemã dos tipos Lager e de exportação, a Pilsen alemã, detentora de grande parcela do mercado nacional, possui forte amargor do lúpulo.
Foto: picture-alliance/ZB/S. Kahnert
"Pão líquido"
Kölsch, cerveja de trigo, claras ou escuras: tudo é uma questão de gosto. Este mestre-cervejeiro em Düsseldorf examina de perto um copo da favorita local, a Altbier, para garantir sua pureza e sabor. Os alemães gostam de dizer que aquela cerveja é "pão líquido".
Foto: picture-alliance/dpa/H. Ossinger
Incomparável variedade
Para muitos, "cerveja" e "Alemanha" são sinônimos. Cervejeiros alemães criaram uma vasta variedade do produto: o país produz mais de 5 mil diferentes tipos de cerveja. Em 2014, a Alemanha tinha mais de 1,3 mil cervejarias. A tendência da cerveja artesanal também chegou ao país e, embora as microcervejarias estejam experimentando ingredientes incomuns, elas vão continuar precisando de lúpulo.