Fontes do regime iraniano sinalizam que pausa no conflito seria capaz de adiar retaliação por morte de líder do Hamas. Regime, porém, mantém oficialmente rejeição aos apelos ocidentais para se abster de ação militar.
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Fontes do regime iraniano afirmaram nesta segunda-feira (13/08) à agência de notícias Reuters que apenas o fechamento de um acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza seria capaz de adiar uma retaliação direta das forças iranianas a Israel.
O Irã prometeu dar uma resposta dura ao assassinato do líder do HamasIsmail Haniyeh no mês passado em Teerã, em um incidente que os iranianos atribuem a Israel. Tel Aviv, porém, não confirmou ou negou até o momento a autoria do ataque.
O episódio acirrou as tensões no Oriente Médio e gerou temores de que uma provável agressão iraniana possa desencadear uma guerra mais ampla na região. Líderes ocidentais intensificaram os esforços para convencer Teerã a se abster de agir militarmente contra o território israelense.
Nesta segunda-feira, Washington alertou que um possível ataque a Israel já seria iminente. "Algo poderá ocorrer ainda nesta semana através do Irã e seus aliados. Esta é uma avaliação tanto dos Estados Unidos quanto de Israel", disse o porta-voz da Casa Branca John Kirby nesta segunda-feira.
"Se algo de fato ocorrer, o timing disso certamente terá impacto sobre as conversações que desejamos realizar nesta quinta-feira", acrescentou. Os EUA enviaram um submarino com capacidade de lançar mísseis e um porta-aviões para a região, em uma forte demonstração de apoio a seu tradicional aliado.
Alemanha, França e Reino Unido emitiram uma declaração conjunta pedindo que o Irã se abstenha de uma ação militar contra Israel. Mas, apesar de uma série de esforços diplomáticos, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que seu país tem o "direito de responder aos agressores".
Nesta terça, o ministro iraniano do Exterior, Nasser Kanani, criticou o pedido dos lideres ocidentais. "A declaração da França, Alemanha e Reino Unido, que não traz objeções aos crimes internacionais do regime sionista [Israel], pede descaradamente que o Irã não tome ações de dissuasão contra um regime que violou sua soberania e integridade territorial", afirma uma nota do Ministério.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, já havia afirmado que seu país iria "punir duramente" Israel pelo ataque em Teerã.
Cessar-fogo poderia impedir ataque
Segundo a apuração da Reuters, três autoridades do governo iraniano asseguraram que a única maneira de adiar a retaliação contra Israel seria a conclusão do acordo de cessar-fogo em Gaza.
Um das fontes descrita pela agência como sendo "do alto escalão da segurança iraniana" relatou que o Irã lançará um ataque direto juntamente com o grupo libanês Hezbollah caso as negociações sobre o cessar-fogo venham a fracassar, ou se perceberem que Israel estaria protelando essas conversações. As autoridades não especificaram quanto tempo Teerã estaria disposta a aguardar até que hajam avanços.
As fontes – que aceitaram falar à agência somente na condição de anonimato – disseram que o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio, após os assassinatos de Haniyeh e do líder do Hezbollah Fuad Shukr em Beirute (também atribuído a Israel), intensificaram os diálogos entre o Irã e o Ocidente nos últimos dias.
O ministério do Exterior do Irã e a Guarda Revolucionaria iraniana – que define as políticas regionais do país e responde somente a Khamenei – não comentaram as declarações.
rc (Reuters, AFP)
O mês de agosto em imagens
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Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS
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Foto: Gaza Health Ministry Abed Rahim Khatib/Anadolu/picture alliance
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Foto: Hollie Adams/REUTERS
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Foto: Alfredo Lasry R/Getty Images
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