1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Cessar-fogo humanitário começa no Iêmen

13 de maio de 2015

Trégua é respeitada por rebeldes e pela coligação liderada pela Arábia Saudita. Pausa de cinco dias vai permitir fornecimento de comida e medicamentos aos iemenitas, abalados por quase sete semanas de bombardeios aéreos.

Foto: Getty Images/AFP/Str

O cessar-fogo humanitário no Iêmen entrou em vigor nesta terça-feira (12/05), às 23h (horário local, 17h em Brasília), depois de quase sete semanas de ataques aéreos e combates mortíferos. A trégua estava sendo respeitada nas principais cidades, incluindo a capital, Sanaa, e a cidade portuária de Aden, palco de intensos combates entre forças do governo e os rebeldes xiitas houthis nas últimas semanas.

"Estamos comprometidos a respeitar isso", disse o porta-voz da coalizão liderada pela Arábia Saudita, general-brigadeiro Ahmed al-Assiri, acrescentando que a coalizão vai, porém, continuar suas operações de inteligência, reconhecimento e vigilância. "Estaremos prontos para reagir a qualquer violação da pausa", afirmou à agência de notícias AFP.

Os rebeldes houthis também declararam que pretendem respeitar a trégua, e forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh também concordaram com o cessar-fogo. Agências da ONU preparavam uma grande operação de ajuda para ser iniciada assim que a trégua começasse.

Uma coalizão de países árabes, comandada pela Arábia Saudita, desencadeou no final de março uma operação militar aérea contra os rebeldes houthis e seus aliados, que controlam parte do Iêmen e se opõem ao presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, que se refugiou em Riad.

Os sauditas intensificaram os bombardeios nos dias imediatamente anteriores à trégua, argumentando que os rebeldes cruzaram uma linha vermelha ao conduzir ataques do lado saudita da fronteira. Esses ataques mataram 12 pessoas.

Enviado especial da ONU chega a SanaaFoto: Getty Images/AFP/M. Huwais

A trégua programada para durar cinco dias destina-se a permitir que a ajuda humanitária chegue ao país, um dos mais pobres da região. Segundo a ONU, ao menos 1.400 pessoas já foram mortas desde o início da intervenção saudita, a maioria civis.

O novo enviado da ONU para o Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, chegou a Sanaa para tentar retomar o diálogo político entre os dois lados do conflito. Datas ainda não foram anunciadas, mas a ONU destacou que Ahmed iria se encontrar com os houthis nesta terça, o que seria um bom sinal.

A Unesco alertou que bombardeios "intensos" da aviação saudita na noite desta segunda-feira provocaram "sérios danos" na cidade antiga da capital iemenita, Sanaa, classificada patrimônio da humanidade.

A Arábia Saudita e países árabes sunitas iniciaram a campanha aérea contra os houthis no final de março, depois de os rebeldes e seus aliados terem avançado sobre Aden. A cidade era o último refúgio de Hadi, e o avanço rebelde obrigou o presidente a deixar o país rumo à Arábia Saudita. Os houthis também controlam Sanaa e boa parte do norte do país.

Os sauditas acusam o Irã de armar e apoiar os rebeldes xiitas, o que o regime em Teerã nega.

AS/lusa/afp/ap/dpa/rtr/efe

Pular a seção Mais sobre este assunto